Diretora de Redação da Época Negócios rende-se ao Bitcoin: ‘Não dá mais pra ignorar esse mercado’

Sandra Boccia, diretora de redação da Época Negócios, escreveu um artigo favorável ao mercado de criptomoedas nesta semana.

A aceitação do mercado de criptomoedas no Brasil parece ter ganhado ventos favoráveis nos últimos meses, com a maior adoção institucional global e o bom desempenho do Bitcoin e de outros criptoativos relevantes.

Na última quinta-feira, a diretora de redação da Época Negócios, uma das publicações financeiras mais importantes do país, Sandra Boccia dedicou um extenso artigo ao criptomercado, tratado como a “novíssima economia”, em texto entitulado: Carta da Editora: “Pump, hold and send it to the moon”.

Ela começa o artigo lembrando do embate que tem sido imposto entre “o novo e a tradição”, dizendo que o mercado de criptomoedas seria a ponta de um “iceberg”, com Bitcoins, altcoins e tokens, e “está aí para descentralizar diversos mercados, principalmente o financeiro”.

Ela também lembra que o comportamento do Bitcoin na crise reforçou o uso da criptomoeda como ativo de proteção econômica:

“No debate público, alguns especialistas começaram a conjecturar se este não seria um ativo ideal para se proteger da desvalorização do fiat money. A alegação é que existem apenas 21 milhões de bitcoins, e este ativo não pode ser controlado por Bancos Centrais. “

Apesar disso, ela compara a manipulação de mercado de bancos centrais com o movimento das baleias do criptomercado, que têm peso sobre o preço dos ativos.

Boccia ainda fala sobre as diferenças da queda da última semana do Bitcoin com o mercado em 2017, quando a febre das ICOs levou a uma bolha, já que o mercado ainda não tinha robustez e tração para segurar a alta de preços. Ela escreve:

“Mas o crash de hoje é completamente diferente do de 2017. Temos um mundo fascinante de DeFi, com blockchains, parachains, oráculos. Sem esquecer das NTFs, os tokens não fungíveis que vêm mexendo com o universo de arte digital e games e podem até revolucionar a indústria criativa, com marketplaces de itens colecionáveis sendo apenas o começo. Tokenização de ativos ainda é incipiente em outras indústrias, mas se insinua com produtos para o mercado imobiliário e financeiro.”

Para a diretora de redação da Época Negócios, estamos caminhando para o “fim de um mundo 100% centralizado”. Apesar disso, a regulamentação, a resposta dos governos e dos bancos centrais ao criptomercado, tudo isso ainda é incerto para o futuro breve.

Ela diz que 2021 será um ano decisivo para este mercado, mas que ele não deve mais passar despercebido para a maioria das sociedades globais:

“Um olhar atento, para além da especulação e no potencial tecnológico, é fundamental a qualquer empresa, profissional e até pessoa física atenta, com algum apetite para risco. Defini algumas regras, que aplico neste momento: não dá para ignorar o mercado de criptoativos. Tem projetos e tecnologias muito interessantes que podem trazer inovações para empresas — e quem tem o timing certo, leva o mercado. Tem empresas que podem ser listadas amanhã, e quem conhece o mercado pode sair na frente.”

Ela também destaca que o mercado de criptomoedas é amplo, com oportunidades tanto de investimento quando de hedge. Porém, para entrar neste mercado, ela recomenda que o investidor se informe e até passe por um “processo educativo”, completando:

“Seja qual for o caso, é fundamental nunca esquecer que é uma grande loucura colocar mais dinheiro do que você está disposto a perder em qualquer tipo de investimento. As tulipas sempre existirão, e o regulador vai meter a colher nesse brigadeiro, impondo algumas regras necessárias para a saúde do mercado. Esses gráficos, ora impressionantes, ora assustadores, ainda vão se parecer com eletrocardiograma de quem está assistindo a filme de terror. E por muito tempo, até que o futuro apresente seus contornos e se instale como se sempre tivesse existido.”

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