Economia e Política – Resumo da 3ª Semana de Agosto

Resumão: o que movimento o mercado na semana de 16/08 a 20/08

 

Mercado Financeiro

Os investidores deram o ponta pé inicial na terceira semana de agosto com cautela, isso por causa das tensões geopolíticas e dados econômicos na China que pressionaram os mercados após máximas históricas nos Estados Unidos. Tudo o que investidor não gosta é de incerteza, mas essa é a palavra que vem pairando não só no mercado brasileiro, como no global também. No Brasil as atenções ficam em torno dos ruídos vindo de Brasília, agenda corporativa de resultados e reformas em tramitações no congresso. Já os mercados norte-americanos caíram no mercado futuro no começo da semana com os dados sobre a desaceleração chinesa e possibilidade de retirada dos estímulos governamentais no ano que vem.

A China foi uma das grande responsáveis pela cautela dos investidores. Os dados econômicos do país decepcionaram mostrando queda na produção fabril e vendas no varejo do gigante asiático. Esses dados reforçaram a tese de desaceleração econômica do país após o primeiro período de recuperação do pós pandemia.

Na Europa, a zona do euro mudou sua tendência negativa o segundo trimestre desse ano. Entre abril e junho/2021, o PIB da região cresceu 2% em relação ao primeiro trimestre e 13,6% e comparação ao mesmo período do ano passado.

Outro ponto que segue no radar dos investidores são os conflitos geopolíticos no Afeganistão após a tomada do país pelo Talibã no último domingo, 15, isso porque existe uma apreensão de como pode impactar o mercado global com alguma, trazendo ainda muitas incertezas de como os acontecimentos vão se desenrolar e qual será a reação dos demais países em caso de escalada nas tensões por lá. O presidente dos EUA, Joe Biden, em um discurso feito no começo da semana, defendeu a retirada as tropas americanas alegando que os afegãos não estavam dispostos a lutar essa guerra, colocando a responsabilidade nos líderes e exército do país.

 

Retomada Americana

A retomada da economia dos Estados Unidos é uma realidade. O PIB do país já está acima do nível pré-pandemia e a tendência esperada pelo mercado é de um contínuo crescimento. Contudo, ainda há um fator que preocupa os norte-americanos: a variante Delta do Covid-19. O tema ainda é uma ameaça a confiança, mesmo com a eficácia comprovada das vacinas disponíveis contra a cepa. Os dados sobre a produção industrial em julho do país mostraram um crescimento de 0,9% segundo o FED (Federal Reserve, banco central norte-americano). O resultado veio acima do esperado por analistas, que esperavam crescimento mensal de 0,5%. Ainda assim, quando o assunto é a variante Delta, o presidente do FED, Jerome Powell, diz que o impacto que a mesma pode ter na economia ainda não está claro, mas, segundo ele, as pessoas se adaptaram a viver a vida apesar do Covid, o que sustenta a tese de que a recuperação dos Estados Unidos acontece e continuará acontecendo com ou sem coronavírus. No entanto, os próximos passos da política monetária do país ainda não estão claros.

 

Balanços

 

            A temporada de resultados se segundo trimestre está chegando ao fim. De acordo com a divulgação de cada empresa é comum esperar que haja volatilidade na bolsa, isso porque os investidores tendem a estudar os dados para tomaram suas decisões. E foi isso que aconteceu na bolsa brasileira na última semana. Resultados de empresas como IRB Brasil (IRBR3), Ambipar (AMBP3), Mosaico (MOSI3), Cemig (CMIG4), entre outros, agitou o Ibovespa. A IRB Brasil, por sua vez, que foi o destaque entre os balanços da semana. A empresa havia reportado prejuízo líquido de R$206,9 milhões no período entre abril e junho deste ano. A Cemig viu seu lucro líquido saltar 79,97% no segundo trimestre do ano.

No Radar da Semana:

Fonte: Suno Notícias

Política

Na política o cenário também é de incerteza, o mês de agosto começou positivo, mas os últimos acontecimentos foram marcados por insegurança no mercado brasileiro. O Ibovespa seguiu a semana ladeira abaixo, já acumulando uma baixa de 10% esse ano. As incertezas que mais rodeiam o país giram em torno do risco fiscal, a briga entre os poderes executivos e judiciário e reformas que não saem do papel.

Falando em risco fiscal, a reforma do Imposto de Renda, que seria votada durante a semana na câmara dos deputados ficou para depois. Os parlamentares mais uma vez adiaram a discussão do tema e uma das razões para a postergação da votação diz respeito a falta de clareza sobre o impacto da proposta. Também não há consenso entre os congressistas. A votação ficou para essa semana, mas ainda sem data determinada.

Para relembrar, a reforma tributária inclui no texto a cobrança de impostos sobre lucros e dividendos, diminuição do IRPJ e extinção de alguns benefícios fiscais. Mesmo com expectativas positivas para destravar a economia, são grandes as incertezas entre os parlamentares.

Minério de Ferro em queda Livre e a Vale vai junto.       

 

 A semana também não foi propícia para as commodities mundo a fora. A sensação de pessimismo no setor veio com o minério de ferro despencando 13% no porto de Qingdao, na China e é negociado perto de US$ 160,00, queda de quase 30% desde a máxima de US$ 219 no último mês. Os motivos apontados para explicar esse fenômeno diz respeito a preocupação com a desaceleração econômica global, principalmente a chinesa depois dos seus dados de produção fabril e varejo divulgados. Em julho o país teve a menor produção de aço dos últimos 15 meses. Além disso a China sinaliza querer diminuir a emissão de carbono e atingir metas ambientas da agenda da ONU de 2030 antes do previsto. Claro que não se pode falar de China e commodities sem ter impactos por aqui. A vale caiu 5,71% no pregão da quinta feira com o minério despencando. Outras companhias como Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) também despencaram, a primeira caindo 4,41% e a CSN caindo 5,37%. E a Petrobras? Claro que com a performance negativa do mineiro de ferro não ia deixar barato para a queridinha estatal. Junto a desvalorização do minério também vem a desvalorização do petróleo. Os carris tipo WTI e Brente caíram mais de 3% nessa semana nos EUA e em Londres, respectivamente. PETR3 caiu 1,61% e PETR4 recuou 1,49%.

 

Aversão a Risco marca a volatilidade na Bolsa brasileira. Veja como ficou o índice essa semana:

Ibovespa: 118.052,77

Dólar: R$ 5,38

Volatilidade do Ouro:

 

Cotação Ouro: R$ 303,78 (1 grama).

 

 

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