Na economia criativa, criptomoeda será salário de empreendedores digitais

No novo cenário de produção de conteúdo, as fronteiras entre o uso das criptomoedas por investidores e pessoas comuns estarão cada vez mais borradas. É o que mostra um estudo da Box1824, consultoria de tendências e inovação. Para a agência, as criptomoedas devem se tornar, em breve, a principal fonte de remuneração de criadores de conteúdo e empreendedores digitais.

Em parceria com a consultoria internacional de tendências The Future Laboratory, — com a qual criou uma nova unidade de negócios dedicada a pesquisas sobre América Latina — a Box 1824 definiu as principais tendências para os mercados latino-americanos no pós-pandemia, com base em artigos e estudos elaborados pela consultoria gringa. O destaque está no que as empresas chamam de “cripto-cliques”, que define o uso de criptomoedas como forma de pagamento por internautas que decidem se reunir e formar comunidades digitais.

Para Henrique Diaz, diretor da área de futuro da Box1824, há a necessidade de empresas, especialmente as que apostam alto em publicidade digital, entenderem que um novo momento de monetização e visibilidade para conteúdos online.

Isso, para ele, ganha ainda mais relevância em um contexto de criação de universos digitais hiperconectados, como tem sido feito pelo Facebook. “Com a criação de novos ambientes e universos, como o metaverso, por exemplo, também surgem novas organizações financeiras que devem reger essas novas realidades”, diz.

De outro lado, a flexibilização de pagamento e o fim das fronteiras entre quem acessa e utiliza (ou não) criptomoedas também beneficia criadores de conteúdo, que podem ter uma nova ordem para receber e interagir com a sua base de fãs. “São dois mundos: o do sistema financeiro e o da criação de conteúdo”, diz. “É uma demanda muito forte tanto dos contribuintes quanto dos artistas. As pessoas querem ter formas mais ágeis de remunerar seus ídolos e artistas precisam receber mais rápido para manter engajamento”, diz.

E o Brasil?

Segundo Diaz, o país tem um potencial muito grande quando o assunto é pagamento por criptomoedas no ambiente digital, e isso começa pela importância dos ambientes online para a população. “Pessoas que querem interagir em espaços digitais depois de um longo dia de trabalho, jovens que moram em regiões distantes e se conectam com outros por essas plataformas comprovam a relevância disso”, diz.

“Quando você vê a criação de novas comunidades em torno de games (minecraft, freefire), e em torno de metaverso, por exemplo, vemos que é uma oportunidade e que já há demanda”, diz.

Isso deve refletir, em curto prazo, até mesmo nas grandes varejistas. Para o especialista, Amazon e Magazine Luiza devem liderar essa revolução no setor. “Já em 2024 vamos ver a circulação dessas moedas em massa, e isso deve influenciar o todo”.

 

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