“É preciso saber a hora de parar”, diz empreendedor brasileiro que fechou empresa de criptomoedas
“Empreender também é saber a hora de parar”. A frase representa o fim da empresa de criptomoedas Investtor, que na segunda-feira (01) anunciou o encerramento das atividades. A empresa permitia a construção de um portfólio de criptomoedas, baseado no perfil do cliente e também servia como um guia do investidor.
“Resolvemos parar e concentrar esforços e recursos em outros projetos”, disse nesta quinta-feira (04) ao Portal do Bitcoin, Lorenzo Frazzon, estrategista-chefe e fundador da Investtor.
Em nota, a empresa pediu aos clientes para que realizem a venda integral de suas posições no prazo de 90 dias, que termina no dia dia 30 de agosto. Após a data o acesso à plataforma poderá ser bloqueado.
De acordo com o comunicado, o projeto Investtor trouxe desafios, gerou aprendizados e contribuiu no crescimento do mercado.
Conforme disse Lorenzo, ele e seus sócios têm outros negócios no mercado financeiro e de tecnologia. Como o crescimento da Investtor não vinha correspondendo às suas expectativas, eles resolveram que seria melhor focar nos outros projetos.
Questionado sobre a liquidez, Lorenzo afirmou que eles estão encerrando o projeto com liquidez de sobra. E ressaltou que a Investtor sempre esteve solvente. “110%”, disse.
Crise contribuiu
O empresário também não negou que a atual crise influenciou na tomada de decisão, mas que o risco de custódia foi um dos pontos mais relevantes.
“Mesmo sendo extremamente diligentes e preocupados com isso”, disse ele, acrescentando que “é necessário ser prudente com a alocação do capital empresarial”.
‘Risco-retorno’ já era pauta
“A possibilidade (de fechamento) foi discutida em fevereiro e os resultados pós-pandemia acabaram acelerando essa decisão. Apesar do mercado ter mostrado um avanço, até crescemos nesse período, mas ainda foi abaixo do que esperávamos”, explicou.
Lorenzo disse que a decisão levou em conta também — na visão como empresários — a relação risco-retorno nos negócios. Isso porque a assimetria atual não era favorável, visto os riscos envolvidos e o tamanho do mercado.
“Falo do tamanho do mercado, pois nossos clientes não eram aqueles entusiastas raiz do mercado de criptos, mas sim aquele investidor que já possuía uma carteira de investimentos com outras classes de ativos”, explicou.
Empresário vê o mercado se consolidando
Lorenzo acredita que o mercado de criptomoedas está passando por um período de consolidação, citando como exemplo, o surgimento de produtos como Fundos de Investimentos na legislação do mercado de capitais tradicional.
“Contribui para isso. Assim como consolidação das exchanges com maior liquidez e melhores processos operacionais”, comentou.
Não descartou retorno da corretora
O economista e empresário disse também que vai continuar contribuindo com o mercado de criptomoedas no Brasil e não descartou o retorno da empresa no futuro. “Quem sabe com um modelo diferente”, disse.
“Seguirei educando e ajudando os investidores de criptomoedas. Realmente sou apaixonado por esse mercado e não vejo ele segregado do mercado financeiro tradicional”, concluiu.
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