Drex é destaque no primeiro dia de NFT Brasil
A moeda digital brasileira foi destaque no palco Onchain no primeiro dia de NFT Brasil. O evento, acontece no prédio da Bienal, em São Paulo até sexta-feira (13) e abordará temas como sustentabilidade, inclusão digital e financeira.
Drex na Prática
Os novos casos de uso da moeda digital brasileira ganharam destaque com insights valiosos de três participantes do piloto do Banco Central.
O debate foi liderado por nomes de peso no assunto, entre eles George Smetana, especialista de pesquisa e inovação do Bradesco, Tiago Merli, head de operações da Parfin e Marcelo Queiroz, head de estratégias e novos negócios da Clear Sale. Além dos desafios da primeira fase do Drex, os especialistas abordaram as principais lições aprendidas, impactos, dores e sobretudo, a questão da privacidade, que ainda precisa evoluir.
Apesar de parecer distante, uma das soluções de privacidade que o BC trabalha hoje é a Rayls da Parfin. A blockchain pública de segunda camada (Layer 2) do Ethereum pretende conectar o sistema de blockchains permissionadas da Rayls com o ecossistema do Ethereum e outras blockchains públicas. Merli lembrou que a ferramenta, aliás já prevê ataque quântico do Drex.
Impacto de uma infraestrutura efetiva de operação das instituições financeiras
Olhando os casos de uso escolhidos pelo Bacen para a Fase 2 do Piloto DREX, temos um sinal forte do potencial de impacto no mercado de capitais, ativos digitais (RWA) e instrumentos de financiamento com garantias colaterais, ressalta Queiroz.
Sobre a influência da moeda digital brasileira, para o pagamentos e transferências digitais, os especialistas concordaram sobre a usabilidade do Pix.
Vale ressaltar que pagamentos e transferências digitais já estão muito bem atendidos pelo Pix dentro do cenário Brasil. De qualquer forma, existe possibilidade futura do DREX ser um bom instrumento de transferências internacionais, em substituição a plataformas já estabelecidas como o SWIFT, aponta.
Porém, neste caso, de acordo com o especialista, precisarão ser implementados modelos de acordos entre jurisdições globais. Ou seja, países e seus órgãos reguladores estabelecerem padronização entre os CBDCs. Mas é uma fronteira interessante para aperfeiçoar transferências internacionais e até mesmo criação de novas moedas de referência global. De acordo com o grupo de especialistas, temos que dar luz ao horizonte de tempo para este cenário em longo prazo, entre 8-10 anos.
Impacto do Drex na relação entre consumidores e instituições financeiras
Além disso, para os palestrantes, os consumidores perceberão provavelmente o DREX como um benefício de redução de custo para investimento ou de novas classes de ativos/portfólios oferecidos pelas instituições financeiras e demais operadores do mercado.
É provável que o DREX se torne uma “marca”, adjetivo, que irá representar o benefício daquela novo ativo, como por exemplo “CDB Drex”, um financiamento com CDB como garantia e taxa de juros menor. Ou CPR Verde DREX, um financiamento atrelado a compromisso de entrega de serviços ambientais, com custo reduzido pela implementação de controles automatizados através de smart contracts, explica o head de estratégias e novos negócios da Clear Sale
Drex pode substituir o uso de criptomoedas como meio de pagamento?
Para os participantes do palco, a resposta é uma só: não. Pelo menos no Brasil. Isso porque o PIX, segundo Smetana, o Pix ocupa um papel de destaque que não deve suplantado pelas criptomoedas e muito menos pelo DREX.
Queiroz complementa, que o Drex não tem esta finalidade como um CBDC de atacado.
“Podemos olhar as criptomoedas como uma opção em pagamentos cross-border para pessoas físicas. Talvez no futuro com a implementação do DREX e outros CBDCs em outros países. Além da questão de transferências internacionais e novos padrões de moeda global, podemos avaliar a questão de pagamentos B2B em processos de comércio internacional”, completa.
Dentro dos principais players brasileiros, Vale destacar que a Clear Sale, Bradesco e PArfin colaboram com as soluções da segunda fase do Piloto Drex.
Neste momento, o Bradesco trabalha em parceria com o Banco do Brasil e Itaú para testes de crédito colateralizado em CDB. Algo que deve reduzir drasticamente os juros para empréstimos, conforme Smetana.
Já a ClearSale está participando da Fase 2 no consórcio da Tecban.
“Temos a missão de colaborar na elaboração dos smart contracts de implementação do caso de uso. Além da avaliação das soluções de privacidade disponíveis e novas tecnologias complementares como IDD (Identidade Digital Reutilizável) e Oráculos (conexões e validação com credibilidade para interface on e off chain)”, finaliza Queiroz.
A perspectiva é que alguns casos de uso para operação entre instituições financeiras e ativos digitais com garantias tokenizadas possam estar disponíveis para o público geral em 2026.
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