Dólar pode chegar a R$ 6 com declínio nos indicadores econômicos no Brasil
Instabilidade econômica global, puxada por uma segunda onda de contágio do coronavírus, pode impulsionar uma nova alta do dólar no Brasil e beneficiar o Bitcoin
O dólar americano pode chegar a R$ 6 com uma possível piora no cenário econômico pós-eleição americana, além disso uma ‘segunda onda’ de contaminação de Covid-19 pode atuar fortemente na desacelaração da recuperação econômica.
A segunda onda de COVID-19 já gerou um alerta para a recuperação econômica global, principalmente pelo anúncio do lockdown em grandes potências da Europa, como Portugal e Reino Unido.
Desta forma, até dezembro, podemos ver um declínio em diversos indicadores econômicos, de acordo com a Infinox Capital, formadora de mercado futuro no Brasil.
“Movimentos como do dólar americano, com a cotação a R$ 5,70 e o ganho, e a venda do barril de petróleo a US$ 34,00, demonstram um cenário de atenção no mundo inteiro”, explica o executivo da Infinox, Victor Hugo Cotoski.
Desde o anúncio da segunda fase de medidas restritivas de isolamento social, a moeda americana ganhou força em frente a todas as moedas, somente contra o real foram quase 4% de valorização.
Já o petróleo, considerado uma commodity, teve uma queda aproximadamente de 20%, isso mostra uma preocupação devido ao consumo do bem, por conta da redução de pessoas circulando com carros e aviões, por exemplo.
“Nesse momento, já começamos a viver o momento da segunda onda de coronavírus, no qual teremos mais atrasos na melhora dos níveis econômicos, por conta dos prejuízos já causados nos meses anteriores, e possíveis grandes oscilações nas carteiras de investimentos até o final de 2020”, explica Cotoski.
Moedas: dólar, real, libra esterlina, iene japonês e coroa norueguesa
Para a Trading Inglesa, o dólar americano deve se fortalecer como já tem acontecido, juntamente com o iene japonês, considerada uma moeda segura, hedge.
Além disso, é possível enxergar uma grande oportunidade na libra esterlina, pois essa está ganhando formas e as negociações do Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia, têm sido positivas para a Inglaterra.
“O real brasileiro e a coroa norueguesa, por exemplo, estão sofrendo uma grande depreciação, porque são moedas que o PIB possui um peso significativo em commodity, portanto, se não há venda de produtos, como aço ou petróleo, não há entrada de dólares, causando assim um efeito cascata”, afirma Cotoski.
Com isso uma possível valorização da moeda americana (atualmente em queda no país saindo de R$ 5,70 para R$ 5,36 no momento da escrita) o preço do Bitcoin tende a aingir novos patamares históricos no país já que o BTC tem seu valor medido pelo dólar.
Atualmente sendo cotado em R$ 15.335 (R$ 82.356) com uma piora no cenário econômico e um aumento no dólar o preço do BTC pode facilmente passar de R$ 90 mil mesmo que, na cotação em dólar o criptoativo fique na faixa de US$ 15 mil a US$ 16 mil.
Mercado americano e brasileiro
Em tempo recorde, o mercado americano teve a maior injeção de pacotes de estímulos fiscais da história da humanidade, saindo de forma benévola da crise.
“Os índices das ações americanas, como o NASDAQ, que mede a média dos preços das 100 maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, não apenas se recuperou, mas gerou novos recordes históricos de empresas como, Apple, Amazon, Netflix e Google, que apresentaram recordes em vendas e faturamento, mesmo durante todo o período de lockdown no início do ano”, explica Sam Chaney, Executivo responsável pela expansão global do grupo Infinox.
As eleições americanas podem definir o rumo da maior economia do mundo, caso haja uma vitória do democrata Biden, que aparece à frente de Trump nas pesquisas, poderia gerar uma nova série de lockdowns e a não aprovação de mais pacotes de estímulo à economia até o final do ano, resultando no sofrimento da segunda onda da pandemia.
O Brasil deve seguir o mesmo caminho dos grandes importadores, como China e Estados Unidos, pois, se houver paralisações, os importadores param de comprar, gera-se uma queda no consumo, há diminuição na entrada volume de dólares em território nacional – o que pode resultar em uma nova leva de demissões.
Segundo a Infinox, por se tratar de um país emergente, as consequências devem ser maiores, quando comparadas a grandes potências e a relação de dívida e PIB pode ultrapassar 100%.
“Caso esse cenário econômico venha a acontecer será estilo um efeito dominó, e o Brasil ficará no meio. Com isso, deveremos ver a moeda brasileira ser cotada acima dos R$ 6,00, independente do ambiente político ou fiscal do nosso país”, conclui Cotoski.
Mercado de moedas no Brasil
Com a chegada da volatilidade nos mercado, devido aos fatos citados anteriormente, o volume de negociações nos pares de moedas em que a Infinox atua como formadora de mercado, dando liquidez para investidores institucionais e de varejo no Brasil, devem aumentar e seguir quebrando recordes.
“Devemos ver muitos negócios no EURUSD (EUP), onde há uma negociação do dólar americano por euro, e principalmente em pares como o iene japonês (JAP) e o dólar por libra esterlina (GBR), pois se tratam das moedas seguras, no qual a volatilidade deve aparecer. Quando tratamos da libra, por conta dos avanços das etapas do Brexit, o gestor ou investidor deve saber sobre nosso papel em território nacional, em dar liquidez e profundidade nas negociações dessas moedas, pois estamos atuando em todo o pregão”, explica Chaney.
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