Dólar enfraquece no resto do mundo, mas volta a subir ante Real
A queda do dólar frente às seis principais moedas do mundo não impede a subida ante ao Real. A moeda americana voltou a subir acima dos R$ 5,30 nesta quarta-feira (5).
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, chega novamente próximo à mínima de 10 anos, de 92.52. Às 12h22, o índice chegava a 92.57
Quanto mais baixo o número, mais fraco está o dólar frente a outras moedas nacionais. Ainda assim, o movimento no resto do mundo não é suficiente para enfraquecer o dólar frente à moeda brasileira.
O dólar abriu a R$ 5,29, chegou a cair para R$ 5,25, mas logo voltou a avançar. Às 14h, a moeda americana era comercializada a R$ 5,31.
No entanto, o enfraquecimento do dólar fica aparente ao acompanhar a evolução do par Euro-Real. Ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos meses, a diferença para o par Dólar-Real chegou a R$ 1.
Às 14h, enquanto o dólar era vendido a R$ 5,30, era preciso desembolsar R$ 6,30 para comprar um euro.
Investidores arriscam mais
O enfraquecimento do dólar se deve a uma combinação de fatores. Nesta quarta-feira, a Reuters nota que há um grande volume de investidores com maior apetite ao risco.
Como consequência, o movimento em direção à bolsa faz o preço da moeda cair. Já no Brasil, o Ibovespa também sobe e atrai o dinheiro guardado em investimentos de menor risco.
A situação do real pode se agravar ainda mais caso haja nove corte na taxa de juros. Há expectativa de anúncio de nova redução da Selic para 2% após reunião de hoje do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central.
Se a diminuição se confirmar, investimentos em reais tendem a ficar menos atrativos para o investidor estrangeiro. Como consequência, pode haver nova onda de saída de dólares do Brasil, pressionando positivamente o preço da moeda americana frente ao real.
Dólar pode perder caráter de reserva mundial?
Apesar do cenário incidental do mercado, há um plano de fundo que também contribui para o enfraquecimento do dólar. Investidores apontam que o excesso de liquidez no mercado vem atingindo a moeda.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), bancos centrais do mundo guardam 62% do dinheiro global em dólar, contra cerca de 20% em euro e 1,9% em yuan.
No entanto, o bilionário Ray Dalio e estrategistas do Goldman Sachs vem alertando o governo americano sobre uma possível mudança de cenário.
Ainda segundo a Reuters, eles defendem que os gastos no combate à crise do coronavírus são excessivos e enfraquecem o dólar. Se continuar assim, existia a possibilidade de a moeda ter sua dominância global ameaçada.
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