Dívida bruta do Brasil deve estabilizar em cerca de 81% do PIB em 2028, diz chefe do Tesouro
A trajetória da dívida bruta do país deve estabilizar somente em 2028 disse à Reuters o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ao estimar que o indicador, acompanhado de perto por investidores estrangeiros, deve alcançar algo perto de 81% do Produto Interno Bruto (PIB) em quatro anos.
“Em 2028 teremos a estabilização. Na última rodada de projeções ela estabilizava em 79,8% cento, a nova projeção continua estabilizando em 2028 e em torno de 81%”, disse ele após participar de evento do G20 no Rio no Museu do Amanhã.
“O importante é estabilizar. Estabilizando, não é um grande problema”, afirmou. “Tem tempo até lá, e se estabilizar em 2028 abaixo disso melhor”, acrescentou.
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A dívida bruta, que serve como referência para avaliar a capacidade de pagamento de um país, fechou agosto em 78,5% do PIB, segundo dados do Banco Central.
Os números da dívida estão em trajetória de alta como resultado do aperto monetário “adicional feito agora”, de acordo com o secretário do Tesouro.
O Banco Central elevou os juros pela primeira vez em pouco mais de dois anos em sua última reunião este mês, com uma alta de 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. As projeções mais recentes do mercado apontadas pelo boletim Focus do BC divulgado nesta segunda-feira apontam que a Selic chegará ao final do ano em 11,75%.
Cada ponto adicional dos juros tem um impacto de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões sobre a dívida, disse Ceron. “Por mais que alta dos juros possa ser temporária ela tem um custozinho”, afirmou.
Ele frisou que o país precisa “perseguir ainda mais o fiscal para neutralizar” os efeitos da política monetária mais apertada sobre a dívida bruta.
Questionado sobre quando será divulgada a revisão das projeções para a dívida, o secretário do Tesouro afirmou que mobilização dos servidores tem afetado o planejamento e a definição de datas.