Conheça NÜWA a capital de Marte, baseada em criptomoedas, autossustentável e sem seguir as regras da Terra

Confira imagens da cidade de Nüwa, capital de Marte, que seria construída na encosta de um dos penhascos marcianos com acesso abundante de água, localizado em Tempe Mensa

O que antes eram apenas palavras, frases e parágrafos em livros de ficção científica e imagens em filmes e desenhos Si-fi, hoje é um negócio real que movimenta bilhões de dólares: o ser humano construirá cidades em Marte.

Enquanto você lê este texto, o rover Perseverance, da NASA, está explorando o solo marciano, enviando mensagens e informações que serão usadas para definir os planos de colonização no Planeta Vermelho. 

Porém, a corrida espacial, que antes era um monopólio estatal, coordenado e conduzido unicamente por empresas governamentais, agora é liderado também por empresas privadas que anseiam construir literalmente o seu próprio mundo, longe das regras terrestres. Entre elas está a SpaceX do mega empresário Elon Musk.

Seguindo a linha de Musk o escritório de arquitetura Abiboo Studios começou a desenhar o plano de construção de NÜWA a capital da colonização de Marte que também contaria com outras três cidades, todas autossustentáveis. O conceito de Nüwa do AIBIBOO Studio faz parte do concurso em andamento organizado pela Mars Society.

Nüwa a capital de Marte

A cidade de Nüwa seria construída na encosta de um dos penhascos marcianos com acesso abundante de água, localizado em Tempe Mensa. Segundo o escritório, o terreno íngreme oferece a oportunidade de criar uma cidade vertical inserida na rocha, protegida da radiação e dos meteoritos e com acesso à luz solar indireta.

Nüwa teria capacidade para cerca de 250.000 habitantes e seu nome foi escolhido como homenagem à deusa mitológica chinesa Nu Kua, que criou a humanidade.

“A sustentabilidade, mas especialmente o desenvolvimento auto sustentável, está no cerne do projeto Nüwa. Para ser autossustentável, um assentamento em Marte precisa ser capaz de obter todos os recursos localmente”, diz o projeto. 

Vista interna das possíveis habitações de Nüwa a capital de Marte

Vista interna dos possíveis locais de convívio público de Nüwa a capital de Marte

Vista externa das possíveis instalações de Nüwa a capital de Marte

Para manter a sustentabilidade Nüwa teria uma infraestrutura dedicada à fabricação, produção de alimentos e geração de energia.

“O cultivo agrícola seria a principal fonte de produção de alimentos, fornecendo 50% da dieta humana, ao mesmo tempo em que transforma o CO2 [Dióxido de carbono] em O2 [oxigênio] e participa do sistema de processamento de água”, explica o projeto. 

Nessas áreas de colheita, o ambiente seria todo automatizado. Além disso, para aumentar a eficiência do cultivo, seria instalado um sistema que requer menos água e espaço do que outras plantações acima do solo.  

Há também outras estruturas que permitem o abrigo de áreas mais prioritárias para uma civilização, como hospitais, centros de ensino, áreas para atividades esportivas e culturais, além de estações de trem interligadas com ônibus espaciais.  

Economia baseada em criptomoedas

Assim como uma nova civilização vem sendo pensada para habitar Marte também haveria um novo modelo econômico no qual o dinheiro físico não faria mais sentido.

Para o AIBIBOO Studio, a moeda de Marte deve ser o “Micros” um criptoativo que beneficiaria os primeiros colonizadores marcianos e que seria o dinheiro circulante na economia local.

Assim como o AIBIBOO, Elon Musk também já declarou que o dólar não será a moeda predominante no Planeta Vermelho e, embora tenha feito declarações a favor da Dogecoin, o dono da Tesla não ‘escolheu’ nenhum criptoativo para seu plano espacial.

Especialistas apontam que uma possível economia baseada em criptomoedas em Marte também não usaria um criptoativo em circulação na Terra tendo em vista a inexistência de uma “internet interplanetária” o que dificultaria a sincronização das transações.

Portanto Marte provavelmente teria um criptoativo com uma rede em blockchain (ou não) própria.

Marte não seguiria as leis da Terra

Musk vem chamando a atenção dos governos quando afirma que Marte não terá um governo organizado como os que estamos acostumados e sim uma sociedade de consenso, algo que vem de encontro à ideia das criptomoedas com efeito.

Para ele, Marte terá a chance de fundar uma sociedade mais igualitária e focada em valores mais colaborativos. 

De acordo com as leis internacionais de soberania, o espaço sideral é considerado território internacional, como os mares abertos e para Musk Marte não deve seguir tais regras.

“Nenhum governo baseado na Terra tem autoridade ou soberania sobre as atividades marcianas”. – Elon Musk

Para Musk, já que não haverá uma ‘extensão’ do governo terrestre em Marte, ele acredita que o novo planeta a ser habitado pelos seres humanos deverá construir uma democracia de consenso.

“Todos votam em todas as questões e é assim que funciona”, explicou Musk. “Há algumas coisas que eu recomendo. Mantenha as leis curtas. […] Algo suspeito está acontecendo se houver leis longas”, disse.

A visão de Musk se coaduna com a da Earthlight Foundation que preconiza os “Direitos e Deveres da Humanidade perante o universo”, na qual se afirma que Marte e todos os demais planetas do sistema solar são livres e acessíveis a todos livremente.

Quando os Humanos serão os Marcianhos?

De acordo com projeções da Abiboo Studios, as obras para a construção de Nüwa devem ser iniciadas em meados de 2054, com uma conclusão prevista até o fim deste século.

Musk contudo estima que o primeiro voo tripulado para Marte será lançado ainda este ano, após testes bem sucedidos com sua empresa SpaceX.

Nos planos do empresário até 2050 a primeira cidade já estaria concluída no Planeta Vermelho com os primeiros habitantes sendo os engenheiros responsáveis pelo planejamento do local (algo como o Marauto na série brasileira 3%).

Musk inclusive já vem ‘recrutando’ pessoas interessadas em possivelmente morar em Marte. Os interessados devem assinar um documento que contém uma cláusula que vem sendo chamada de “Free Mars”.

“Para os serviços prestados em Marte, ou em trânsito para Marte via nave estelar ou outra espaçonave de colonização, as partes reconhecem Marte como um planeta livre e que nenhum governo baseado na Terra tem autoridade ou soberania sobre as atividades marcianas. Consequentemente, as disputas serão resolvidas através de si mesmo -princípios governantes, estabelecidos de boa fé, no momento da colonização marciana”, diz o documento de Musk.

Confira o plano completo da construção de Nüwa

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