Sumiço de R$ 200 milhões em criptomoedas pode ser causa de mortes de integrantes do PCC
Uma das linhas de investigação da polícia sugere que assassinatos de Django e Anselmo Fausta podem ser consequência de ‘calote’ em criptoativos
Um suposto sumiço de R$ 200 milhões em criptomoedas pode ser a origem de cinco assassinatos em São Paulo nos últimos dias, segundo uma das linhas de investigação da Polícia Civil. No caso, a execução de dois traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), o motorista de um deles e dois corretores de criptomoedas.
De acordo com as investigações, a desavença começou quando os corretores foram apresentados a lideranças do PCC por dois integrantes do grupo. Um dos traficantes era Cláudio Marcos de Almeida, o Django, um dos principais membros do PCC que estavam em liberdade, o outro era Anselmo Fausta, traficante internacional que prestava serviços ao PCC – Django foi assassinado no último domingo (23) e Fausta foi executado em dezembro, conforme noticiou o portal R7.
Segundo a publicação, os corretores não prestaram conta dos R$ 200 milhões em criptomoedas que teriam sido depositados pelo PCC. Ao serem indagados por líderes da facção, eles teriam afirmado que os criptoativos não estavam em poder deles e sim em posse de Fausta. Sem sucesso na descoberta do paradeiro das criptomoedas, os líderes da organização criminosa teriam ordenado a execução dos corretores, por eles terem indicado o ‘investimento em criptomoedas.’
Anselmo Fausta foi assassinado com dezenas de tiros contra seu carro, numa emboscada que aconteceu em dezembro no bairro Tatuapé, zona leste da capital paulista. Na ocasião, o motorista Antonio Corona Neto também acabou executado.
No último domingo (23), o corpo de Django foi encontrado por guardas civis metropolitanos embaixo de um viaduto na Vila Matilde, também na zona leste de São Paulo. De acordo com a reportagem, o traficante foi morto por estrangulamento porque era considerado um integrante respeitado no PCC.
Segundo a publicação, a execução teria acontecido no final de semana na favela de Heliópolis por determinação de um criminoso conhecido como Tuta, considerado a maior liderança do PCC em liberdade atualmente. De acordo com a reportagem, ele é um dos investigados na Operação Sharks, em 2020, que apontou para uma movimentação de R$ 1 bilhão pelo PCC.
No caso de Fausta, a polícia investiga ainda o assassinato de outros dois homens por suposta relação com o assassinato do traficante. Os corpos foram encontrados decapitados há alguns dias, um deles na Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, e o outro em Suzano, cidade da região metropolitana.
Caso se confirme a linha de investigação, os assassinatos não são fatos isolados envolvendo as criptomoedas. Em novembro do ano passado, o Cointelegraph noticiou que um morador de Mato Grosso ingressou com uma ação na justiça para tentar reaver R$ 170 mil do espólio do trader Wesley Pessano, que foi assassinato em agosto do ano passado.
Outro exemplo é o de Glaidson dos Santos, o ‘Faraó dos Bitcoins‘, e outros cinco acusados, que se tornaram réus no final do ano passado por tentativa de homícidio de um rival, segundo também noticiou o Cointelegraph Brasil. .
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