Diferente do Pix: Drex é direcionado ao acesso a serviços financeiros, será taxado e operado por empresas autorizadas pelo BC
Autoridade monetária promete facilitar acesso a títulos e desburocratizar transações, como a compra e venda de veículos.
O Banco Central apresentou oficialmente o Drex na última segunda-feira (7), nome escolhido para o “Real Digital”, a moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês). Segundo a autoridade monetária, o Drex, que terá paridade 1:1 com o real, será exposto à população entre o final de 2024 e começo de 2025.
De acordo com o regulador, o Drex será uma moeda de atacado, o que significa dizer que a CBDC não funcionará da mesma maneira que o Pix, plataforma que permite transferências diretas entre as pessoas.
No caso do Drex, os correntistas brasileiros não terão acesso direto à CBDC para efetuarem transações, serviços que precisarão ser intermediados por instituições financeiras habilitadas e mediante o pagamento de taxas.
Isso porque a ideia do Drex contempla um pacote de soluções de liquidação de produtos e serviços que atualmente são burocratizados e de difícil acesso às pessoas, entre eles a compra de títulos da dívida pública.
“O Real Digital e o Pix são bem diferentes: o Pix foi criado para democratizar os serviços de pagamento […] O Real Digital, estamos usando a tecnologia para facilitar o acesso a serviços financeiros, quando você tem o valor registrado de forma confiável, como a DLT [Tecnologia de Ledge Distribuído, na sigla em inglês] permite, você abaixar o custo de democratizar o acesso aos serviços financeiros”, explicou o coordenador do projeto no Banco Central, o economista Fabio Araújo.
No rol das soluções em desenvolvimento também está a quitação de parcelas da casa própria, compra de veículos com a quitação condicionada à transferência de propriedade dentro do contrato inteligente e, inclusive, recebimento de benefícios sociais que, nesse caso, é produto de uma solução desenvolvida por um consórcio formado pela Caixa Econômica Federal, Microsoft do Brasil e a bandeira de cartões de crédito Elo.
“A solução, anteriormente referida por Real Digital, propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores”, informou o Banco Central.
Em relação ao funcionamento, o cliente (pessoa física ou empresa) fará um depósito em real para uma carteira digital custodiada por uma das instituições credenciadas pelo BC, como bancos, fintechs, cooperativas e corretoras, que ficam responsáveis pela tokenização do valor recebido para Drex, que passam a ficar habilitados para a liquidação dos serviços da blockchain pertencente ao ecossistema em desenvolvimento pela autoridade monetária.
Quanto ao nome escolhido,Drex, o Banco Central informou que cada letra do novo nome do Real Digital equivale a uma característica da CBDC. O “D” representar a palavra digital; o “R” representa o real; o “E” representa a palavra eletrônica; e o “X” passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix.
No final de maio, o Banco Central anunciou os projetos secionados para os primeiros testes com o piloto do Real Digital, que contemplam depósitos de contas de reservas bancárias, depósitos de contas de liquidação, depósitos bancários à vista, liquidação de títulos públicos e contas de pagamento de instituições de pagamento, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.