Deputado Alexandre Frota pede fim do Pix: ‘Pessoas estão sendo assaltadas e mortas por causa desse aplicativo’
Em postagem no Twitter, o deputado federal culpou o sistema instantâneo de transferência interbancária por aumento da violência no país.
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) pediu o fim do Pix em uma postagem no Twitter, na quarta-feira, pois, de acordo com ele, o sistema instantâneo de transferência interbancária tem provocado assaltos e mortes no país.
Frota ainda criticou os bancos por oferecerem o serviço sem garantir a segurança dos clientes.
Sinto muito mais vamos ter que acabar com esse Pix . @BancoCentralBR @itau @Bradesco @BancodoBrasil as pessoas estão sendo assaltadas e mortas por causa desse aplicativo ,que já é chamado de aplicativo da morte . E com detalhe o Banco criou ,ofereceu mas não se responsabiliza .
— Alexandre Frota 777 (@77_frota) September 29, 2021
As respostas à postagem foram majoritariamente negativas e geraram diversas críticas por tratar-se de uma proposta que ataca as consequências – e não as causas. Mutas respostas mencionaram que assaltos e mortes são um problema de segurança pública, e o Pix é apenas uma modalidade de transferência bancária que pode ser realizada remotamente, como TEDs (Transferência Eletrônica Disponível) e DOCs (Documentos de Crédito), que já existiam antes.
A diferença é que o Pix permite que transferências sejam feitas ao longo das 24 horas do dia, inclusive nos fins de semana.
De qualquer forma, muitos argumentaram que terminar com o Pix não seria exatamente a melhor solução. Outros mencionaram, inclusive, que o Pix beneficiaria os usuários dos serviços bancários por eximirem-nos do pagamento de taxas de transferência.
Se vai acabar com o pix, já poem aí no pacote o doc e o ted. As duas fazem o mesmo que o pix. A diferença é que o pix não paga taxa de cpf pra cpf.
— Marcos Vinícius (@marcaomaresia) September 30, 2021
Em junho deste ano, o Banco Central anunciou a implementação de um sistema antifraudes para permitir que usuários e instituições que realizassem transferências pelo Pix pudessem recuperar esses recursos posteriormente em caso de suspeita de fraude ou falha na operação. Até então, o Pix só permitia que o usuário que recebesse a transferência pudesse efetuar a devolução dos recursos.
Ainda de acordo com o Banco Central, as transações por Pix podem ser rastreadas, possibilitando a identificação de criminosos que utilizam o sistema bem como uma ação mais incisiva da polícia e da Justiça. “
“Dados recentes do Pix mostram haver suspeita de fraude em apenas 0,001% das transações de Pix. Essa fração é ínfima e se mantém constante ao longo do tempo”, declarou um representante do BC à BBC Brasil.
Também em junho, o Cointelegraph Brasil noticiou que o Pix foi eleito o melhor sistema de pagamentos do mundo na categoria Payment Innovation do Fintech & Regtech Global Awards 2021.
Ataques ao Bitcoin
Antes do Pix, o Bitcoin (BTC) vinha sendo alvo de ataques de Frota. Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil, em junho o deputado protocolou um Projeto de Lei pedindo que o Banco Central do Brasil regulamentasse o mercado e a tributação do Bitcoin e de outras criptomoedas em, no máximo 180 dias.
A alegação era de que ativos digitais favorecem a execução de crimes contra o sistema financeiro nacional, como sonegação de impostos e evasão de divisas, além de exporem os investidores a riscos demasiados.
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