Depois de bater 13 mil dólares, bitcoin recua 22% nesta quinta-feira

São Paulo – No mundo das moedas digitais, apenas a volatilidade é constante. Depois de uma semana de altas expressivas, o bitcoin — ativo mais conhecido e negociado entre as criptomoedas — recuou 21,76% para 10.759 dólares, no fim da tarde desta quinta-feira (27), de acordo com o site CoinDesk.

O saldo desse vaivém, no entanto, ainda é positivo para a divisa: desde segunda (24), acumula uma valorização de 16,7%.

A alta está ligada a dois fatores. O primeiro se refere à retomada do interesse dos investidores, entusiasmados com o anúncio do Facebook , em 18 de junho, de que vai criar a moeda digital Libra, em parceria com outras empresas, como Uber, Visa e Mastercard. O plano é lançar a divisa em 2020. No entanto, os reguladores ficaram receosos com o possível impacto para o mercado financeiro e pediram um tempo para avaliar a iniciativa.

Há ainda uma questão específica do bitcoin. Com o passar dos anos, o número de criptoativos lançados vai diminuindo até o dia que atingirem o limite de 21 milhões unidades, momento em que deixarão de ser emitidos. É esperado que, em agosto, haja uma redução de lançamentos, o que pode elevar o preço da moeda — graças à lei da oferta e da procura.

“Estamos vendo investidores que voltaram a negociar depois de uma pausa de seis meses”, afirma Daniel Coquieri, diretor de operações da corretora BitcoinTrade. 

O desânimo começou assim que o bitcoin bateu a máxima histórica de 19.166 dólares, em 18 de dezembro de 2017. A partir daí, a criptomoeda deu um mergulho e não conseguiu voltar para perto dos 20.000 dólares. Daquele dia até esta quinta, a divisa se desvalorizou 43,8%.

Meio de pagamento

Assim como dólares, o bitcoin também é um meio de pagamento. De olho nesse setor, a fintech Pundi X lançou uma maquininha que aceita pagamentos em criptomoedas e permite que clientes comprem criptos diretamente do POS — a conversão de reais para bitcoin é feita automaticamente pela tecnologia blockchain. A iniciativa está sendo testada em bancas de jornais localizadas na Avenida Paulista, em São Paulo, além de outros pontos de venda no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.

“A ideia é que as pessoas tenham sua primeira experiência com o bitcoin; só depois vamos dar escala para o modelo de negócio”, afirma João Mendes, responsável pela operação no Brasil da companhia fundada na Indonésia.

Outra fintech que aposta que as pessoas vão fazer compras com criptomoedas é o Pitaia Bank. “Temos que fomentar a adesão dos lojistas e apresentar essa possibilidade de pagamento para os clientes”, afirma Simone Abravanel, presidente da companhia. “A vantagem para os estabelecimentos é que eles recebem o pagamento na hora.” A ideia é alcançar, neste ano, 300 milhões de reais em volume transacionado.

A Pitaia Bank estuda oferecer, no futuro, crédito para empresas. Também pretende investir em caixas eletrônicos para que os clientes possam comprar moedas eletrônicas e sacar reais. 

A única dúvida é se o vaivém exacerbado do bitcoin pode dificultar seu uso como meio de pagamento. Afinal, faz toda diferença comprar algo com uma moeda que está apreciada em 20% ou desvalorizada em 20%. “O usuário é que vai definir qual é o melhor meio de pagamento na hora de pagar. O bitcoin será uma das opções”, diz Mendes.

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