Há vagas: Demanda por profissionais qualificados para trabalhar na indústria de criptomoedas está em alta no Brasil

Profissionais das áreas de compliance, desenvolvimento de negócios, pesquisa e recursos humanos estão entre os mais desejados pelas empresas brasileiras de criptomoedas.

As empresas brasileiras da indústria de criptomoedas estão em busca de profissionais qualificados para ampliar seus negócios e operações diante das inúmeras oportunidades de expansão de negócios e operações proporcionadas pelo atual crescimento do mercado doméstico, informou reportagem do Valor Econômico publicada na semana passada.

Depois de registrar um crescimento do interesse e da adoção de investidores do varejo, as empresas nacionais vislumbram 2022 como o ano em que investidores institucionais e de alta renda deverão fazer aportes significativos no setor.

Como se trata de um mercado novo e até o ano passado praticamente incipiente, as empresas estão recorrendo a executivos experientes do mercado tradicional para formação de seus quadros profissionais. Compliance, desenvolvimento de negócios, pesquisa e recursos humanos são as áreas com maior número de vagas a serem preenchidas neste momento.

Panorama do setor

O Grupo 2TM, controlador da maior exchange brasileira em volume de transações, o Mercado Bitcoin, revela que há 50 vagas em aberto nas empresas do grupo no momento. A maioria delas para profissionais da área de tecnologia, conforme explicou à reportagem a líder de recursos humanos do grupo, Daniela Cabral:

“O mercado cripto ainda é novo e fica difícil encontrar talentos prontos na área. Por isso, pessoas que queiram se desenevolver na economia digital, oriundas de setores como TI ou finanças, podem ter o perfil que precisamos.”

Em 2021, o Mercado Bitcoin atingiu a marca de 3,2 milhões de clientes, e movimentou R$ 40,3 bilhões em volume de transações. Os números representam um crescimento de sete vezes em relação ao ano anterior.

A expansão do Grupo 2TM vem na esteira de aportes de capital recebidos recentemente que a incluíram no seleto grupo de unicórnios brasileiros. A empresa adquiriu tal status depois de uma rodada de investimento de US$ 250 milhões liderada pelo Softbank. No começo deste ano, a gigante do comércio eletrônico Mercado Livre adquiriu participação acionária no Grupo 2TM. Os valores envolvidos não foram revelados. 

O analista André Franco e o executivo Vitor Deldque, ex-vice-presidente da da gestora Pátria Investimentos, foram as mais novas contratações do grupo, anunciadas já nos primeiros dias deste ano. O especialista em criptomoedas chega ao grupo como head de pesquisa e vai liderar um departamento voltado a grandes investidores. Delduque assume a área de tokens digitais.

Com passagem pelos grandes grupos de gestão de RH, Avande e Totvs, a própria Daniela Cabral juntou-se à empresa neste ano com a missão de aprimorar o processo de recrutamento de profissionais qualificados para o 2TM. A ideia é que o grupo possa cada vez mais formar talentos internamente através da sinergia com o braço educacional do 2TM, a Blockchain Academy.

Já Leonardo Oliveira, head de pessoas e cultura da NovaDAX, uma exchange de criptomoedas global baseada no Brasil, a estratégia é diversificar os canais de seleção em busca dos melhores profissionais. Atualmente, a exchange conta com 70 funcionários, sendo 35 deles em atuação no Brasil. De acordo com a empresa, 50% dos cargos executivos são ocupados por mulheres, seguindo uma política de igualdade de gênero.

O processo de seleção para preenchimento de uma vaga costuma levar em média entre 30 e 40 dias. Experiência no mercado de criptomoedas não é necessariamente um atributo fundamental para ser contratado pela empresa, afirma Oliveira:

“Para boa parte das vagas, preferimos desenvolver os candidatos aqui dentro. Organizamos uma semana inteira de imersão, além de trilhas de aprendizado ao longo do ano”.

Em 2021, a exchange contratou quatro executivos de gerência, além de outros 25 funcionários para funções diversas no país. Para 2022, 20 novos quadros deverão ser contratados, sendo que no momento há oito vagas em aberto para os setores de marketing, vendas, atendimento e recursos humanos.

O grupo Ripio, dono das exchanges Ripio e Bitcoin Trade, contratou 40 profissionais no Brasil em 2021 e deve abrir mais 50 vagas ao longo deste ano. Na empresa, que tem boa presença no mercado latinoamericano, há vagas em aberto para as áreas jurídica, de negócios e de compliance no Brasil.

Assim, a briga por profissionais qualificados deve aumentar este ano conforme o mercado se expande e a regulação avança, impulsionando cada vez mais a profissionalização da indústria brasileira de ativos digitais.

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