Delegado da Polícia Federal compara esquema do PCC a pirâmide financeira

A maior organização criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC), organiza o dinheiro do tráfico como uma pirâmide financeira para enriquecer líderes da facção. A afirmação é do delegado da Polícia Federal Martin Bottaro Purper.

Purper, que coordena a ‘Operação Cravada’, ação que já prendeu pelo menos 20 integrantes do PCC, disse que os líderes do grupo estão enriquecendo às custas de contribuições que são recolhidas de membros do baixo escalão, publicou o UOL.

Segundo ele, o dinheiro sai da base e chega para os principais líderes que administram os fundos — os valores são mensalidades exigidas para o financiamento das atividades ilícitas.

“Esse dinheiro é administrado em prol dos líderes. As pessoas que estão em baixo, na verdade, contribuem sem ter praticamente nenhuma retribuição. É como nas pirâmides financeiras”, disse o delegado.

R$ 1 milhão com mensalidades

Ricardo Hiroshi Ishida, delegado responsável por investigar a quadrilha em Curitiba (PR), disse que essa mensalidade pode chegar a R$ 250 por ‘contribuinte’.

A PF acredita que o PCC arrecada cerca de R$ 1 milhão só com as mensalidades, que são pagas especialmente por detentos para poderem ter o respaldo da facção dentro de suas unidades.

E são eles mesmos que fazem a contabilidade e repassam para os líderes. Purper contou que eles checam se alguém deixou de pagar. “Quando há um débito, as pessoas são excluídas ou são espancadas”, relatou.

De acordo com as investigações, o dinheiro é distribuído em centenas de contas bancárias para dificultar seu rastreamento.

A Operação Cravada conseguiu identificar mais de 400 contas que foram bloqueadas pela Justiça do Paraná, conforme a publicação do UOL.

O superintendente regional da PF no Paraná, o delegado Luciano Flores, espera que o bloqueio dos fundos do traficantes possam “asfixiar os meios de financiamento da facção.

PCC e criptomoedas

Em março deste ano, a Força Tática da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) recebeu uma denúncia anônima e localizou uma mineradora de bitcoin que supsotamente pertencia a membros do PCC.

Na ocasião da ocorrência, quando os policiais invadiram a casa onde estavam os equipamentos, perceberam várias mudanças na estrutura do ambiente.

A polícia recolheu, então, todos os dispositivos de mineração e os levou para o 47º Departamento de Polícia de Capão Redondo, bairro da Zona Sul de São Paulo.

Mais recentemente, o investidor e minerador sérvio de Bitcoin, Miroslav Jevtic, foi condenado pela Justiça brasileira a 17 anos de prisão por crimes de tráfico internacional de drogas e de organização criminosa.

Facções no Brasil

No ano passado, durante um evento em Brasília que debatia sobre o Sistema Penitenciário Federal, o então ministro da Segurança Pública Raul Jungmann revelou que no Brasil havia cerca de 70 facções criminosas ativas.

Na ocasião, Jungmann destacou o PCC e o Comando Vermelho (CV), facção criada no Rio de Janeiro e segunda maior do país.

Segundo ele, cerca de 50% dos presos em presídios federais eram, naquela época, da facção criada a partir de São  Paulo.

Ele citou também outros grupos. A Família do Norte (FDN), com 7%, era a terceira mais presente nos presídios, seguida pela Okaida (Al Qaeda), de Alagoas, com 4,7%.


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