‘Defi necessita de mais segurança ou está ameaçada’ afirma jornalista da Bloomberg
Camila Russo citou os últimos ataques aos protocolos e disse que todo o sistema DeFi precisa aprimorar a segurança.
Em meio aos desafios da chamada DeFi enfrentados nos últimos dias, a jornalista da Bloomberg, Camila Russo, afirmou no Twitter que o setor precisa aumentar sua segurança, ou estará ameaçado.
DeFi é a abreviação para “Decentralized Finance“, ou “Finanças Descentralizadas”, que é como é chamado o novo setor das criptomoedas que permite a criação de produtos financeiros – como empréstimos e contas de poupança – de forma decentralizada e sem uma instituição centralizadora que gerencie o processo.
O setor vinha apresentando uma aumento de demanda e viu o volume de ativos digitais bloqueados nestes tipos de produtos disparar nos últimos meses.
Apesar do crescimento, um recente hack em um dos produtos DeFi chamou a atenção da comunidade de criptomoedas para a segurança deste tipo de sistema autônomo.
No dia 18 de abril, o protocolo DeFi chamado Lendf apresentou um problema e o endereço principal do protocolo perdeu um grande número de ativos digitais rapidamente.
Dentro de algumas horas, cerca de US$ 25 milhões em criptomoedas, mantidos principalmente em Ethereum e na moeda estável USDT, foram apagados do protocolo.
Posteriormente, o projeto confirmou ter sido roubado por um invasor que explorou uma falha de segurança do sistema.
Como é possível incluir mensagens nas transações da rede Ethereum, um usuário escreveu: “Esse dinheiro, os US$ 10.700, são basicamente todas as minhas economias em dinheiro. Não sei qual é a sua situação, mas estou sofrendo pessoalmente. Por favor, faça o que acha certo.”
Curiosamente, dias depois os fundos foram devolvidos. Em 24 horas os US$ 25 milhões em tokens Ethereum e ERC voltaram para o endereço do administrador do dForce.
Segundo alguns membros da comunidade, o hacker se descuidou ao acessar uma exchange e teve seu endereço IP revelado. Numa tentativa de desfazer o crime, ele devolveu os fundos roubados para a carteira original do projeto.
Apesar de ter tido um final feliz, o caso despertou suspeitas quanto a segurança deste tipo de protocolo decentralizado.
A jornalista da Bloomberg, Camila Russo, apontou que antes do desastre da Lendf, ocorreram explorações de falhas segurança em março, fevereiro e junho do ano passado.
Cada ataque foi diferente em tamanho, mas ocorreu em vários protocolos e envolveu uma série de diferentes criptomoedas, mostrando que a falha não é um problema de apenas um projeto. Ela complementou:
“Explorações da DeFi:
- Junho 2019: Synthetix 37m sETH
- Fevereiro de 2020: bZx $ 900k
- Mar 2020: iEarn ~ US $ 280 mil
- Abril 2020: LendfMe $ 25 milhões
Não é apenas o problema de um projeto. A DeFi precisa de melhores padrões de segurança ou continuaremos vendo só a desvantagem dessa espada de dois gumes.”
A afirmação de Russo mostra como, apesar de ser um dos usos de caso mais comentados da rede Ethereum, este tipo de tecnologia ainda está muito no começo e precisa de melhoras.
Muitos membros da comunidade sugeriram a criação de um sistema de seguro, onde usuários da DeFi poderiam obter uma cobertura para seus produtos e diminuir a ameaça de perda de seus fundos para ataques.