Moeda do futuro será cada vez mais digital mas única e gerida pelo Banco Central, diz Coordenador do Banco Original

Para coordenador de inovação do Banco Original criptomoedas não devem substituir o dinheiro que é controlado pelo Banco Central, embora este será cada vez mais digital

Em uma entrevista concedida para o Cointelegraph Brasil, Raul Moreira, Coordenador do Comitê de Inovação do Banco Original, um dos maiores bancos digitais do Brasil, destacou que o futuro da moeda será cada vez mais digital.

No entanto, Moreira não acredita que as criptomoedas, como o Bitcoin, irão superar as moedas nacionais.

Desta forma, para o Coordenador, as moedas embora digitais, devem ser únicas e geridas pelos Bancos Centrais.

“Acreditamos no modelo de uma moeda única e forte gerida pelo Bacen. Mas, naturalmente, cada vez mais digital”, afirmou.

Pix

Sobre as transformações promovidas pelo Banco Central do Brasil em torno da economia digital com a implementação do Pix e das estruturas para o Open Banking, Moreira destaca que as mudanças são positivas e vão trazer benefícios para o mercado e o consumidor.

“Enxergamos essas mudanças de forma bastante positiva. O setor financeiro vive uma profunda transformação, estimulada por três principais forças: a agenda do regulador totalmente voltada para o incentivo da competição e dos novos entrantes no mercado; o avanço tecnológico que permite a criação de novas soluções, produtos e serviços digitais; e a mudança de hábito do consumidor, que está muito mais aberto a experimentar as novidades.

Acreditamos que o PIX, o Open Banking e as demais iniciativas da agenda BC#, focada na competição e abertura do sistema financeiro, tendem a trazer muitos benefícios para o consumidor e para o mercado. Vemos uma perspectiva de menos informalidade e redução do uso do papel moeda. Isto é, uma real caminhada rumo à digitalização do dinheiro”, disse.

Fintechs e bancos tradicionais

Moreira destacou também que este processo de digitalização da economia acabou deixando as fintechs na ‘frente’ dos bancos tradicionais em inovação, porém estes estão passando por um processo de adaptação para ‘entrar’ nesta corrida.

“Acreditamos que vencerá a corrida quem conseguir aliar, da melhor forma, baixo custo com experiência diferenciada. De forma complementar, estamos vendo positivamente o surgimento de novas fintechs que oferecem serviços financeiros e podem atender a uma parcela da população de acordo com as suas necessidades, como, por exemplo, as wallets. No Original, nós somos parceiros de fintechs e temos uma empresa, a Original Hub, desenvolvida para prestar serviços por meio do Open Banking e do Bank as a Service, além de investirmos fortemente na parceria com a plataforma de carteira digital da PicPay”, destacou.

BigTechs

Com a implementação do Open Banking, esperada para 2021, os bancos tradicionais passaram a ter um novo ‘concorrente’ além das fintechs, as BigTechs.

Empresas como Google, Facebook, Amazon e outras que passaram a oferecer serviços voltados ao setor de pagamentos como o Whatsapp Pay que ainda aguarda uma liberação geral do BC.

Para Moreira não há como fugir deste entrelaçamento de informações de consumo, interação social e pagamentos e que o Banco Original não teme as BigTechs mas vê as grandes empresas da internet como parceiras em novos modelos de negócios.

“Todas as instituições que visam implementar um modelo digital preponderante no relacionamento com seus clientes, se utilizarão cada vez mais das informações de tendências de consumo e interação social como elementos importantes na sua estratégia comercial. No Original temos muitas informações comportamentais que estão sendo trabalhadas de forma mais intensa a partir da nova regulamentação do Open Banking no Brasil. Inclusive visualizamos de forma positiva eventuais parcerias com as bigtechs para aprimoramento dos nossos modelos preditivos e de inteligência artificial”, finalizou.

 

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