CSN pode embolsar R$ 3,6 bilhões e tirar pressão da alavancagem, mas não muda o jogo da InterCement

No dia em que a CSN assina a prorrogação de seu contrato de exclusividade na negociação para a compra da InterCement, a companhia anunciou a venda de 11% da CSN Mineração. Intuitivamente, tudo levaria a crer que a companhia de Benjamin Steinbruch deu mais um passo para comprar a cimenteira. Mas não é bem assim, alertam fontes próximas à companhia.

Embora a CSN esteja, de fato, empenhada em comprar sua concorrente, o que vai financiar a eventual compra da InterCement é a própria dívida da cimenteira (explicaremos mais adiante).

Nesta quarta-feira (16), a CSN, que detém 80% da CSN Mineração, fechou um acordo não vinculante para venda de participação de até 11% para a japonesa Itochu. Essa fatia é avaliada em cerca de R$ 3,6 bilhões, e o objetivo do negócio, segundo fontes, é reduzir a alavancagem da companhia, algo que vem sendo prometido aos investidores há alguns meses.

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A alavancagem da CSN, medida pela razão entre dívida líquida e Ebitda, chegou a 5,8 vezes ao fim de junho. Essa alavancagem elevada levou a S&P Global Ratings a reduzir, em agosto, a perspectiva das notas de crédito da CSN de estável para negativa. A nota de crédito global da CSN é ‘BB’ e a nacional, ‘brAAA’.

Paralelamente, a CSN Cimentos segue nas negociações para a aquisição da InterCement. Em maio, a companhia fez uma oferta de R$ 10 bilhões pela companhia controlada pela Mover (ex-Camargo Corrêa). Na operação, a CSN deve assumir a dívida que a Mover tem junto a bancos.

Conforme noticiou o InvestNews, há uma divergência de valores em relação a esse endividamento, e é isso que tem atrasado o processo de negociação. Mas a CSN tem tempo, dizem fontes. E segue acompanhando a negociação da Mover com os credores, no que deve desenrolar para uma recuperação extrajudicial.

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