‘Criptonômades’: empresas de tecnologia ligadas às criptomoedas são o novo eldorado no Vale do Silício

Engenheiros e executivos largam gigantes tecnológicas e migram para startups relacionadas aos criptoativos

Se o ouro há algum tempo não desperta a mesma cobiça do passado no atual mundo tecnológico, pode-se dizer que as grandes empresas de tecnologia também já perderam espaço no Vale do Silício, coração das grandes corporações tecnológicas, localizado na Califórnia, Estados Unidos

É o que mostra uma reportagem do jornal O Globo desta segunda-feira (17) ao revelar a migração de diversos executivos e engenheiros que estão deixando para trás cargos milionários em empresas como Google, Amazon e Apple em direção a startups ligadas a tecnologias criptográficas

O êxodo promovido pelos “criptonômades”, segundo qualificou a publicação os profissionais que se deslocam em direção às startups, faz lembrar o movimento que se viu na região na década de 1990 durante a expansão da internet a partir do surgimento do World Wide Web (WWW).

A reportagem apresenta a história de Sandy Carter, que deixou seu cargo de vice-presidente da unidade de computação e nuvem na Amazon em dezembro do ano passado a fim de começar um novo desafio em 2022 em uma startup criptográfica, a Unstoppable Domains. 

De acordo com a matéria, Sandy comunicou sua saída no LinkedIn, onde publicou um link de novas vagas de sua nova empresa. Dois dias depois ela acabou surpreendida com o recebimento de 350 currículos, muitos vindos de profissionais que também trabalharam em gigantes tecnológicas. Ela classificou o momento como “uma tempestade perfeita, o ímpeto que estamos vivendo nesta tecnologia”.

Esta migração, que num primeiro momento pode parecer manifestação do faro profissional de técnicos, engenheiros e executivos, pode ser explicada pelos números. De acordo com a reportagem, os investidores globais também estão aproveitando o momento ao injetarem US$ 28 bilhões em statups de criptografia e blockchain este ano, quatro vezes o total aportado em 2020 segundo dados da PichBook, uma empresa de monitoramento de investimentos privados que também detectou uma fatia de US$ 3 bilhões para o segmento de tokens não fungíveis (NFTs).

    Desafiando os céticos, que chamam a criptografia de Web3 e veem o setor como uma bolha, os criptonômades podem justificar o argumento do CEO da startup de mecanismo de busca Neeva, e ex-executivo do Google, Sridhar Ramaswamy, para afirmar que “a criptografia suga todos os investimentos e profissionais.”

Para se ter uma ideia do entusiasmo dos investidores com o mercado de criptoativos, na última semana a maior corretora de criptomoedas do mundo, a Binance, declinou em um possível interesse para listagem de ações em sua plataforma ao dizer ao InfoMoney, por meio de um porta-voz, que “vai permanecer focada no desenvolvimento de tecnologias líderes de blockchain para nossos usuários e expandir para mercados que complementam mais naturalmente o futuro da blockchain.”

Na última semana, o InfoMoney também  exibiu uma entrevista do fundador da Binance Changpeng Zhao, o CZ, ao editor de Cripo Paulo Alves. Na ocasião CZ disse estar focado em assuntos como regulação do Bitcoin (BTC) e o desenvolvimento de projetos em blockchain nos próximos anos, além de dar conselhos aos traders no atual momento de baixa do mercado, além de abordar outros assuntos. 

 

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