‘Mercado de criptomoedas será muito pequeno e não temos planos de lançar plataforma própria de negociação’, diz CEO do Bradesco

Ao contrário de outros players do mercado tradicional que acabam de lançar plataformas para negociação de criptoativos para os seus clientes, como a XP e o BTG Pactual, Bradesco não vê crescimento da adoção muito além dos níveis atuais.

Criptomoedas são investimentos não tangíveis, de alto risco e configurarão um mercado muito pequeno no futuro, afirmou o CEO do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, em entrevista publicada pelo NeoFeed na segunda-feira, 23.

Apesar da recente movimentação de grandes players do mercado tradicional, incluindo BTG Pactual, XP Investimentos e Nubank, que acabam de lançar plataformas próprias para oferecer serviços de compra e venda de criptomoedas para os seus clientes, o CEO do Bradesco não vê grande potencial de crescimento nesta classe de ativos emergentes:

“As criptomoedas são investimentos que não são tangíveis e são investimentos mais arriscados que as pessoas vão saber do risco que estão correndo e podem querer. Para mim será um mercado muito pequeno. As pessoas vão colocar uma parte muito pequena de seus recursos em criptomoedas.”

Lazari Junior disse também que o Bradesco não tem planos de criar uma plataforma própria para negociação de criptoativos. “Se o nosso cliente quiser fazer investimentos em criptomoedas, a Ágora tem parceria com uma empresa que trabalha com criptoativos e é credenciada nossa”, afirmou. A Ágora é a plataforma de investimentos do Bradesco que atende o público em geral, e não apenas os correntistas do banco.

No entanto, não descartou totalmente a possibilidade, dizendo que vai depender da forma como este nicho do mercado de investimentos se desenvolverá no futuro.

Tokenização de ativos e CBDC

Lazari Junior, no entanto, não nega que as criptomoedas estão moldando o futuros das finanças, ao menos em parte. O CEO do Bradesco divide os ativos digitais em três pilares, com diferentes potenciais de crescimento futuro.

Além das criptomoedas, Lazari Junior diz que há os pilares de tokenização de ativos e de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs). O Bradesco já oferece alguns ativos tokenizados aos seus clientes, como debêntures, por exemplo.

Para o executivo, a tokenização de ativos encontra-se em pleno desenvolvimento e tem grande potencial de crescimento, uma vez que se trata de um campo praticamente ilimitado: 

“São aqueles ativos que podem ser tokenizados, como uma obra de arte, uma casa, um patrimônio tangível que você pode tokenizar e que as pessoas podem comprar acreditando na valorização daquele ativo acima de um bond norte-americano ou da Selic aqui no Brasil.”

Já as CBDCs ainda estão por nascer. Lazari Junior as caracterizou como “as stablecoins que serão comercializadas de acordo com as regras do Banco Central”.

O Bradesco é, hoje, o segundo maior banco privado do país, com R$ 1,75 trilhão de ativos sob gestão, 70 milhões de clientes, quase 90 mil funcionários, mais de 4 mil agências espalhadas pelo território nacional. No segundo trimestre deste ano, o banco apresentou um lucro líquido de R$ 7,04 bilhões, superando as expectativas do mercado.

Embora esteja bem posicionado no cenário atual, o modelo de instituições bancárias que atuam como intermediários de serviços financeiros pode estar com os dias contados. Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, os bancos serão substituídos por inteligência artificial e contratos inteligentes, previu Brett King, especialista que previu revolução das fintechs.

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