‘Criptomoedas não são inimigas, elas estão inseridas nos quatro pilares da CVM’, diz presidente da autarquia

De acordo com Nascimento, o mercado de criptomoedas evoluiu muito no Brasil e conta hoje com agentes e participantes muito bons, e que apesar das polêmcias e preconceitos que os criptoativo enfrentam eles são parte do mercado de capitais

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, declarou recentemente, durante a abertura do Anbima Summit, que as criptomoedas estão inseridas em um dos quatro pilares de atuação da autarquia e não são inimigas do mercado de capitais.

De acordo com Nascimento, o mercado de criptomoedas evoluiu muito no Brasil e conta hoje com agentes e participantes muito bons, e que apesar das polêmcias e preconceitos que os criptoativo enfrentam eles são parte do mercado de capitais e, portanto, é preciso trazer os participantes para o mercado regulado.

“Precisamos trazer esses participantes para o mercado regulado”, disse.

Ainda segundo ele, as criptomoedas tem atraído um novo perfil de investidor para o mercado e também estão colaborando na transformação do sistema financeiro nacional já que novas oportunidades de investimento devem surgir com o Drex, do Banco Central, que tem como inspiração o ecossistema de tokenização e contratos inteligentes do mercado de critpoativos.

“Os criptoativos estão inseridos nos quatro pilares de atuação da CVM, que incluem ainda o agronegócio, as finanças sustentáveis e as Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs)”, disse.

Durante o evento, ele também destacou a iniciativa do sandbox regulatório no qual a CVM está testando, junto com participantes do mercado selecionados pela autarquia, a emissão de tokens de valores mobiliários.

1 bilhão de pessoas em cripto

As declarações de Nascimento reforçam o crescimento do mercado de ctiptomoedas no Brasil que já possuí mais investidores ativos, como mostram dados da Receita Federal, do que há na B3. Comemorando este crescimento mas destacando que ele deve ser ainda maior, Will Ou, CEO da token.com, afirma que o mercado cripto deve ter como meta atingir 1 bilhão de pessoas em todo o mundo (a população mundial é estimada em 8 bilhões de pessoas).

“Fiz uma defesa de que os players do universo cripto (incluindo desenvolvedores, usuários, comunidades, DAOs, empresas privadas etc.) devem se preocupar em expandir e democratizar esse universo especialmente por conta de três eixos/promessas, que definem o proveito a ser obtido pela população em geral das inovações oferecidas por esse novo ambiente: autonomia digital, prosperidade coletiva e participação comunitária”, disse.

Segundo ele, o cenário contemporâneo caracterizado pelo uso intensivo de ambientes digitais. No entanto, essa interação ocorre majoritariamente em plataformas privadas controladas por gigantes da tecnologia, cujo funcionamento não é transparente.

“A ideia das criptomoedas e suas tecnologias associadas, como blockchains e contratos inteligentes, busca reverter essa dinâmica, oferecendo controle e propriedade das informações aos indivíduos. Ao compreender profundamente o funcionamento das redes descentralizadas, as pessoas podem tomar decisões informadas sobre suas conexões digitais”, destaco.

Ainda segundo ele, a ascensão do mercado cripto traz consigo a promessa de prosperidade coletiva. À medida que a indústria amadurece, surgem diversos projetos voltados para áreas variadas, como jogos, redes sociais, Internet das Coisas e emissão de créditos de carbono.

“O ecossistema de tokens proporciona uma democratização financeira ao facilitar o investimento em protocolos e aplicações. Além disso, a adoção das criptomoedas viabiliza a participação em serviços antes restritos a instituições tradicionais, como empréstimos e mercados futuros”, destacou.

E, como terceiro ponto, ele afirma que a cultura colaborativa e horizontal ganha destaque no universo cripto. Iniciativas descentralizadas, corretoras e Automated Market Makers (AMMs) gerenciados pela comunidade emergem como exemplos concretos dessa abordagem.

“Esse nível de integração com a comunidade é inédito no mundo financeiro e tecnológico, possibilitando uma redefinição de como empresas e soluções são geridas. Superar desafios como usabilidade, credibilidade, educação e comunidades permanece como um passo crucial após a democratização do ecossistema cripto”, afirmou.

Ele destaca que esses são os desafios que vão atrair mais investidores para as criptomoedas. Entendo também que o principal problema é de interface, isto é, de como o público tem acesso ao mercado, e esse problema se desdobra em duas dimensões: a interface tecnológica e a interface narrativa.

No que diz respeito à interface tecnológica, creio que a indústria precisa buscar esses usuários ativamente, construindo plataformas, aplicativos e ferramentas que se conectem com o nível de consciência da pessoa comum sobre o mercado, e também sejam experiências didáticas, agradáveis e informativas.

No que diz respeito à narrativa, ou seja, o norte simbólico que vai guiar as impressões e opiniões das pessoas sobre esse mercado (e então determinar se o consumidor opta ou não por participar desse universo), o desafio é mais complexo, e envolve os players do mercado, as empresas midiáticas e as comunidades de usuários no geral. 

“Acho que alinhando esses desafios, interfaces e, claro, interesse do público alvo, vamos atrair cada vez mais investidores e atingir, quem sabe, mais de 1 bilhão”, afirmou.

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