Criptomoedas devem sofrer ‘grande correção’ em 2022, apontam investidores institucionais
Investidores institucionais ouvidos em levantamento encomendado pela Natixis Investment Managers desaconselham investimento em criptomoedas diante do risco de uma queda geral do mercado em 2022.
O ano de 2021 foi marcado pela entrada de investidores institucionais no mercado de criptomoedas, com base na tese de que o Bitcoin (BTC) poderiam atuar como um ativo de proteção contra a inflação. Em parte, este movimento das gestoras e fundos de pensão foi responsável pelo crescimento do mercado mercado como um todo.
No início do ano, a capitalização total do mercado de criptomoedas estava abaixo de US$ 1 trilhão. No ápice do ciclo atual, chegou a ultrapassar os US$ 3 trilhões e, após a queda do fim de semana passado, estabilizou-se entre US$ 2,3 e US$ 2,5 trilhões.
Agora, estas mesmas instituições que aderiram ao mercado de criptomoedas ao longo do ano estão alertando de que uma “grande correção” pode estar à caminho em 2022, de acordo com uma pesquisa encomendada pela gestora Natixis Investment Managers, publicada pela Bloomberg na quarta-feira.
A pesquisa foi realizada pela CoreData Research em outubro e novembro e ouviu 500 investidores institucionais de diversos países, incluindo quatro bancos centrais, mais de 20 fundos soberanos e gestores de 150 planos de pensão corporativos.
Segundo a pesquisa, mais da metade das instituições que participaram da pesquisa acreditam que os criptoativos são os “principais candidatos” a sofrer as piores perdas do mercado financeiro no ano que vem. Em seguida, vem os títulos de renda fixa (45%), as ações (41%) e as ações das empresas de tecnologia (39%).
Os principais riscos que pairam sobre o mercado cripto são a interrupção da política de estímulo monetário do FED (Banco Central dos EUA) e a regulação, segundo os entrevistados.
Embora a maioria das instituições reconheça as criptomoedas como uma classe de ativos legítima, 90% acredita que o mercado carece de leis específicas e precisa se tornar suscetível de controle por órgãos de fiscalização financeira.
A adoção de criptoativos como moeda de curso legal em substituição a moedas fiduciárias ou de reserva é vista como pouco provável por 75% das instituições. No entanto, elas reconhecem que mercados emergentes podem se beneficiar da adoção de um padrão monetário baseado em ativos digitais: 29% chegaram a afirmar que países periféricos deveriam considerar a possibilidade de adoção do Bitcoin como moeda oficial.
Alocação em criptoativos
Entre as instituições que compõem o universo da pesquisa, 28% declararam ter realizado investimentos em criptoativos em 2021. Ao mesmo tempo que 90% das instituições que investem em criptomoedas disseram que pretendem manter suas posições, apenas 28% declarou ter intenção de aumentar a alocação nesta classe de ativos no ano que vem.
Por fim, as instituições apontaram os principais entraves ao crescimento econômico global que devem persistir no ano que vem. A maior preocupação diz respeito a possíveis falhas em cadeias de suprimento (56%), seguido por uma política monetária menos favorável dos bancos centrais (47%), o surgimento de novas variantes do coronavírus (41%), o aumento das tensões entre os EUA e a China, e a desaceleração da economia chinesa (27%).
Em oposição à percepção das instituições apresentada pela pesquisa da Natixis, o estrategista sênior de commodities da Bloomberg, Mike McGlone, publicou uma postagem no Twitter com previsões otimistas para o Bitcoin e para o ouro em 2022, conforme noticiou o Cointelegraph recentemente.
$100,000 #Bitcoin, $50 #Oil, $2,000 #Gold? 2022 Outlook in 5 Charts – Peaking commodities and the declining yield on the Treasury long bond point to risks of reviving deflationary forces in 2022, with positive ramifications on Bitcoin and gold. pic.twitter.com/j3VNAOCwuz
— Mike McGlone (@mikemcglone11) December 9, 2021
US$ 100.000 #Bitcoin, US$ 50 #Oil, YS$ 2.000 #Ouro? Perspectivas para 2022 em 5 Gráficos – O pico das commodities e a queda no rendimento dos títulos de longo prazo do Tesouro apontam para riscos de que as forças deflacionárias revivam em 2022, com desdobramentos positivas para o Bitcoin e para o ouro.
— Mike McGlone (@mikemcglone11)
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