Criptomoedas são uma ameaça à soberania do dólar e podem desestabilizar nações, diz Hilary Clinton

Ex-candidata à presidência dos EUA derrotada por Donald Trump em 2016 compartilha com seu oponente a crença de que o Bitcoin é uma ameaça ao reinado do dólar norte-americano.

A ex-senadora e ex-candidata à presidência dos EUA Hillary Clinton fez um alerta sobre os perigos que as criptomoedas representam para a soberania do dólar norte-americano no sistema financeiro internacional e para a estabilidade política dos estados nacionais.

A declaração foi feita na sexta-feira em sua participação no Fórum da Nova Economia, organizado pela Bloomberg. Hillary ainda alertou que nas mãos de pessoas mal intencionadas, as criptomoedas podem se tornar uma arma perigosa:

““Há toda uma nova camada de atividades que podem ser extremamente desestabilizadoras ou, nas mãos erradas ou em alianças com as pessoas erradas, [as criptomoedas] podem ser uma ameaça direta a muitos de nossos Estados-nação e, certamente, aos mercados monetários globais”.

Hillary Clinton não se aprofundou sobre a questão para explicar de que forma as criptomoedas poderiam ser usadas para desastabilizar estados nacionais, mas ficou claro no seu discurso que sua maior preocupação é que o dólar norte-americano possa vir a ser preterido pelo Bitcoin (BTC) como esteio do sistema financeiro global.

Ela ainda alertou que as criptomoedas podem exercer um um perigoso fascínio sobre as pessoas:

“O que pode parecer uma coisa muito interessante e exótica… tem o potencial de abalar moedas, de minar o papel do dólar como moeda de reserva, de desestabilizar nações.”

Nesse ponto ela parece estar de acordo com o adversário que a derrotou em 2016 em uma das eleições mais acirradas da história dos EUA. Em uma entrevista ao Fox Business em junho deste ano, Donald Trump reiterou sua antipatia pelo Bitcoin, basicamente pela mesma razão que Hillary Clinton. Porém, admitiu de forma mais direta que o Bitcoin pode roubar a hegemonia do dólar norte-americano:

“OBitcoin parece uma farsa[…] Não gosto [do BTC] porque é outra moeda competindo com o dólar; essencialmente, é uma moeda que compete com o dólar. Quero que o dólar seja a moeda do mundo, é o que sempre digo.”

As supostas ameaças que as criptomoedas representam segundo a democrata e o republicano encontram eco no governo de Joe Biden. O atual presidente criou uma força-tarefa para combater ataques de ransomware, cujo propósito central é combater ataques cibernéticos e rastrear pagamentos de resgate realizados através de criptomoedas.

A caracterização das criptomoedas como um risco à segurança nacional e ao mercado financeiro global podem contribuir para que a classe política norte-americana se una em seus esforços regulatórios, sufocando a invoação de uma indústria que se propõem a eliminar intermediários em benefício da liberdade financeira dos cidadãos.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, um grupo de congressistas se uniu para tentar modificaar o texto do projeto de lei de infraestrutura bipartidário sancionado por Biden em 15 de novembro, alterando a definição de corretor para eximir desenvolvedores de software e prestadores de serviços não custodiais dos requisitos de relatar transações de criptoativos às quais eles hoje nem sequer teriam acesso, dada a configuração tecnológica dos protocolos blockchain.

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