Startups de criptomoedas recebem US$ 603,9 milhões em investimentos durante maio

Fundos de investimento alocaram 10% mais capital em empresas do setor de ativos digitais entre abril e maio

Fundos de capital de risco alocaram US$ 603,9 milhões em empresas de criptomoedas no mês de maio, apontam dados do DefiLlama. O montante é 10,3% maior em comparação a abril, e coloca fim aos dois meses seguidos de queda nos investimentos em startups relacionadas a ativos digitais. O setor de infraestrutura, mais uma vez, foi o que mais recebeu investimentos.

Infra segue em alta

Em abril, US$ 440,90 milhões foram investidos em startups do mercado cripto focadas em infraestrutura. O valor representou mais de 80% do capital alocado naquele mês. O montante foi ainda maior em maio, totalizando US$ 443,2 milhões. Proporcionalmente, porém, o setor de infraestrutura representou ‘somente’ 73,3% do total investido. Ao todo, foram realizadas 22 rodadas de investimento.

A maior rodada de captação foi realizada pela Tools for Humanity, grupo por trás do projeto Worldcoin, que arrecadou US$ 115 milhões. A Worldcoin tem como cofundador o CEO da OpenAI, Sam Altman. O objetivo do projeto é resolver problemas de identidade digital e, com isso, facilitar o acesso de novas pessoas à economia digital.

Outro projeto que conseguiu uma cifra significativa em investimentos foi a Auradine, empresa focada em desenvolver infraestruturas escaláveis para Web3. Os US$ 81 milhões serão utilizados para impulsionar, por enquanto, a criação de blockchains de primeira camada mais escaláveis. A Auradine também tem planos de desenvolver blockchains de segunda camada mais eficientes.

Queda em DeFi

O setor de finanças descentralizadas (DeFi) vinha recebendo mais atenção dos fundos de investimento desde janeiro deste ano. Em maio, no entanto, o total alocado em projetos do setor sofreu queda de 54,4%, saindo de US$ 63 milhões para US$ 28,75 milhões.

Dentre as 12 rodadas de investimento realizadas no mês passado e envolvendo empresas de DeFi, a Tristero conseguiu realizar a maior captação, recebendo US$ 4,8 milhões. O objetivo da empresa é criar dark pools em exchanges descentralizadas, onde grandes valores poderão ser negociados sem causar espanto no mercado e consequentes quedas drásticas nos preços.

Crescimento em Web3, NFT e gaming

O setor de jogos em blockchain sofreu uma amarga queda entre março e abril. As empresas do setor captaram somente US$ 21 milhões no quarto mês do ano, valor 85,7% menor em relação a março. Em maio, no entanto, companhias focadas em jogos desenvolvidos em blockchain conseguiram chamar mais atenção dos fundos. Através de apenas duas rodadas, US$ 24,5 milhões foram injetados nesses projetos.

Boa parte do capital alocado em blockchain gaming foi destinado ao estúdio Pomerium, que recebeu US$ 20 milhões. O estúdio foi criado sobre a Binance Smart Chain, blockchain na qual é emitido o seu token, o PMR.

Os projetos focados em Web3 tiveram o maior aumento de capital recebido de fundos no mês de maio: 83,8%, saindo de US$ 42,73 milhões captados em abril para US$ 78,55 milhões em maio. 

As startups de Web3 conduziram 11 rodadas de captação, e o maior aporte foi de US$ 29,3 milhões, recebido pelo Story Protocol. Trata-se de um protocolo voltado à construção de narrativas de forma descentralizada, assegurando a propriedade intelectual de seus colaboradores.

Registrando apenas quatro rodadas de investimento, os projetos ligados a NFTs conseguiram um crescimento substancial nos aportes recebidos. Os US$ 15,12 milhões alocados em abril se tornaram US$ 27,35 milhões em maio, um aumento de 80,8%. O marketplace de NFTs da Binance Smart Chain, Tabi, conduziu a maior rodada de investimentos desse segmento do mercado cripto, captando US$ 10 milhões.

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