Mercado de custódia de criptoativos cresce no mundo e atrai empresas para o Brasil

O mercado de criptoativos não é composto apenas de exchanges, mas também também abriga um setor essencial: a custódia.

O mercado de criptoativos não é composto apenas de exchanges, mas também também abriga um setor que para o mercado tradicional de ativos é essencial: a custódia.

Há um relato de um grande investidor de Wall Street, que no auge do rali do Bitcoin em 2017 gritava pelos corredores do banco, perguntando: “E a custódia?! Quem controla a custódia?!”.

Basicamente, as soluções de custódia de criptomoedas são soluções de fornecedores terceirizados de armazenamento e serviços de segurança para criptomoedas. As soluções geralmente incorporam uma combinação de armazenamento a quente, ou cripto custódia com conexão à Internet, e armazenamento a frio, ou cripto custódia desconectada da Internet.  

As oportunidades de negócios apresentadas pelos modelos de custódia de criptoativos são significativas. A onda de instituições que entraram no mercado precisará de um parceiro confiável para manter seus criptoativos em segurança, minimizando o risco de roubo ou perda e, ao mesmo tempo, garantindo que estejam disponíveis e acessíveis para transações rápidas em redes.

No entanto, os requisitos técnicos e operacionais de custódia, segurança e troca de criptoativos criam desafios únicos para empresas e instituições de serviços financeiros, incluindo instituições tradicionais e startups de criptoativos.

O tamanho deste mercado

Em abril de 2019, o tamanho do mercado de ativos digitais saltou cerca de 25%, de uma capitalização de mercado de US$ 147 bilhões a US$ 185 bilhões. No final de maio, havia subido para US$ 268 bilhões. De acordo com dados da OSL, uma das maiores empresas do setor com sede em Hong Kong e que atende as maiores exchanges asiáticas.

Com a chegada da pandemia de coronavírus, houve uma queda nesse crescimento, mas segundo dados divulgados pela Deloitte a atividade comercial está em alta, evidenciado por um recente aumento de 60-70% nas negociações de clientes OTC, e o interesse institucional continua forte, o que daria o impulso necessário para produtos e serviços. 

Players do mercado

Grandes players estão operando nesse mercado, entre eles, pesos pesados do mercado de criptoativos, tais como Coinbase, Gemini e Bakkt.
Os ativos sob custódia da Coinbase Custody abrangem fundos que pertencem a mais de 120 clientes (em 14 países diferentes). Além disso, em maio deste ano, o serviço de custódia da Coinbase ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão. 

A Coinbase apresentou um imenso ganho no setor, após a compra e absorção dos negócios e clientes da Xapo, que atuava na Europa essencialmente. Como resultado desta aquisição, o negócio de custódia da Coinbase dobrou de tamanho com a incorporação da infraestrutura associada a Xapo.

Algumas das principais razões pelas quais a custódia de ativos digitais está se tornando cada vez mais importante:

1. Risco e complicação reduzidos: Do ponto de vista do investidor, armazenar seus ativos com um custodiante pode ser significativamente mais fácil do que cuidar de seus próprios ativos. Todos os investidores, independentemente dos valores investidos, podem se beneficiar da facilidade de uso, maior segurança e redução geral do risco que o uso de um custodiante fornece.

2. Maior segurança: A natureza online dos ativos digitais apresenta uma série de riscos de segurança, não apenas uma vulnerabilidade a hackers.

3. Recurso para investidores: Se os investidores mantiverem ativos de forma privada ou com custodiantes não licenciados, eles aumentam o risco de perder o valor do ativo no caso de perda por hacking ou outros eventos principais de perda. Enquanto isso, os custodiantes licenciados podem fornecer um nível de certeza de valor por meio de recurso em caso de falha no custodiante, e também são mais propensos a ter acesso a seguradoras, ajudando a proporcionar maior conforto aos investidores.

4. Mais seguro do que as exchanges: A alternativa de armazenar ativos digitais em uma exchange apresenta maiores riscos devido a maior possibilidade das exchanges sofrerem de hackers, uma vez que a maioria combina ativos e armazena aqueles com valor mais alto. As exchanges também são mais suscetíveis à falência ou encerramento pelas autoridades.

5. Eficiência operacional: potenciais investidores em ativos digitais podem ser prejudicados pela percepção da natureza complexa do mercado.

De acordo com dados do CoinTraderMonitor, o Brasil possui 32 exchanges e somente um fornecedor de soluções de custódia recentemente em operação, o Bitrust Crypto and Digital Asset Custodian. Apesar de ser um mercado ainda incipiente no Brasil, há ainda um grande potencial de crescimento por ser explorado.

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