Comunidade cripto condena o Canadá por congelar carteiras de Bitcoin de dissidentes

O CEO da Kraken admitiu que a empresa poderia ser forçada a congelar algumas carteiras pela polícia, aconselhando a retirar as criptomoedas das exchanges.

Entusiastas globais de criptomoedas expressaram preocupação com as autoridades canadenses que congelaram contas bancárias e carteiras de criptomoedas envolvidas no financiamento de protestos locais contra o COVID-19.

Na quinta-feira (17/02), o juiz da Corte Superior de Ontário, Calum MacLeod, emitiu uma ordem para congelar todos os ativos digitais e contas bancárias associadas ao “Freedom Convoy”, uma série de protestos em andamento contra os mandatos e restrições da vacina COVID-19.

De acordo com um relatório do Toronto Star, a quantidade de fundos congelados até agora em contas bancárias e carteiras digitais com Bitcoin (BTC) e outros ativos é estimada em mais de US$ 1 milhão.

“Os nomes de indivíduos e entidades, bem como carteiras de criptomoedas, foram compartilhados pela RCMP com instituições financeiras e contas foram congeladas e mais contas serão congeladas”, informou a vice-primeira-ministra Chrystia Freeland na quinta-feira (17/02).

Ela também argumentou que o Centro de Análise de Transações e Relatórios Financeiros do Canadá (FINTRAC) “não tinha as autoridades necessárias para supervisionar o novo mundo das criptomoedas”.

Vice-PM Chrystia Freeland: “Os nomes de indivíduos e entidades, bem como carteiras de criptomoedas, foram compartilhados pela RCMP com instituições financeiras e contas foram congeladas e mais contas serão congeladas”. pic.twitter.com/iA69DbRJl1

— True North (@TrueNorthCentre) 17 de fevereiro de 2022

Os principais defensores das criptomoedas reagiram posteriormente às notícias, com o CEO da Kraken, Jesse Powell, condenando as autoridades canadenses. “O devido processo é para a plebe. Pode dá certo no Canadá. Se alguém discorda, você apenas confisca sua riqueza, revoga suas licenças, exclui-o do sistema financeiro e mata seus animais de estimação. Não há necessidade de debater a lei, a política ou mesmo os direitos quando você tem o monopólio da violência”, escreveu ele no Twitter.

Powell também expressou preocupação com os detentores de criptomoedas, admitindo que é possível que a Kraken possa ser forçada a congelar ativos pela polícia sem consentimento judicial, afirmando:

“100% sim tem/vai acontecer e 100% sim, seremos obrigados a cumprir. Se você está preocupado com isso, não mantenha seus fundos com nenhum custodiante centralizado/regulado. Não podemos protegê-lo. Pegue suas moedas/dinheiro e negocie apenas p2p.”

Anthony Pompliano, cofundador e sócio da Morgan Creek Digital, observou que os eventos em curso no Canadá se assemelhavam muito a uma situação na China, que é comumente referida como um estado capitalista autoritário.

Uau.

China está congelando contas bancárias de dissidentes e ameaçando cidadãos que expressam sua liberdade de expressão

…oh espere, desculpe.

É o Canadá. Não a China.

CANADÁ

— Pomp (@APompliano) 18 de fevereiro de 2022

O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, também foi ao Twitter para condenar as autoridades canadenses por fazer o país fracassar como país de primeira linha no “índice de democracia”. Bukele argumentou que a suposta crise Ucrânia-Rússia amplamente divulgada é uma distração, enquanto a “verdadeira guerra” contra a liberdade está acontecendo em países como o Canadá.

A verdadeira guerra não está na Ucrânia, está no Canadá, Austrália, França, Bruxelas, Inglaterra, Alemanha, Itália…

Eles só querem que você olhe para o outro lado.

— Nayib Bukele (@nayibbukele) 13 de fevereiro de 2022

Conforme relatado anteriormente, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau invocou a Lei de Emergências na segunda-feira (14/02), que permitiu que os reguladores locais congelassem as contas bancárias dos manifestantes do Freedom Convoy e monitorassem “transações grandes e suspeitas”, incluindo criptomoedas.

O pedido estendeu especificamente o escopo das regras de combate à lavagem de dinheiro e financiamento antiterrorista do Canadá para cobrir as plataformas de financiamento coletivo e os processadores de pagamento que eles usam. “Esta mudança abrange todas as formas de transações, incluindo ativos digitais, como criptomoedas”, disse o FINTRAC na terça-feira (15/02).

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