Criptomoedas fazendo história (mesmo)

O que por muito tempo parecia algo distante para uma legião de entusiastas e programadores finalmente está virando realidade: desde a semana passada a tecnologia blockchain vem dominando a agenda política em Washington, DC, a capital dos Estados Unidos.

Primeiro foi a vez de Jerome Powell, presidente do banco central americano. Na quarta-feira passada o comitê de política monetária do congresso ouviu do presidente do Fed que, da forma como o governo está organizado hoje em dia, não há estrutura administrativa para exercer a fiscalização da criptomoeda do Facebook, a Libra. 

Segundo ele nenhuma agência do governo teria a autoridade e o alcance necessários para proteger a privacidade do consumidor e garantir a estabilidade financeira da economia. Ressaltou ainda que essa realidade vem sendo vivenciada pelos bancos centrais da França, Inglaterra, China e Singapura, como também o ECB, o banco central da união européia, com os quais o Federal Reserve vem trabalhando em parceria.

“Precisamos examinar cuidadosamente os riscos (…). Essa ideia de que isto [criptomoeda Facebook-Libra] será implementada em 12 meses não me parece verdadeiro [sic]. Precisaremos de mais tempo.” Jerome Powell, Federal Reserve

Na sexta foi a vez do próprio presidente dos EUA, Donald Trump dar a sua tuitada, criticando os cripto ativos de forma impulsiva, impulsividade esta que já virou a sua marca registrada. Contudo, a repercussão foi mais que positiva. Sem querer o presidente americano acabou reconhecendo a importância da tecnologia blockchain, incluindo o bitcoin e as criptomoedas na pauta da campanha presidencial de 2020 que já começa a esquentar.

“Não sou fã do bitcoin e outras criptomoedas, as quais não são dinheiro, e cujo valor é altamente volátil, como se fossem feito de vento” Donald J. Trump, presidente dos EUA

Ontem, terça-feira dia 15 de Julho, foi a vez do secretário do tesouro Steven Mnuchin, juntar-se ao grupo dos críticos do projeto Libra do Facebook. Falando da Casa Branca Mr. Mnuchin destacou sua preocupação com a lavagem de dinheiro e o aumento de atividades ilícitas. Para ele, sem o devido controle e fiscalização o Facebook acabaria promovendo uma série de crimes, como sequestros seguidos de resgate em criptomoeda. 

“De fato, é uma questão de segurança nacional”, declarou o secretário aos repórteres quando ainda dentro da Casa Branca. “Não permitiremos que provedores de carteiras digitais operem nas sombras” finalizou.

E hoje, quem terá a palavra para testemunhar perante o comitê de assuntos bancários do senado americano é próprio vice presidente do Facebook, David Marcus. Neste estágio, o executivo vem se posicionando de forma contraditório ao lema “mova-se rápido e quebre tudo”, o preferido de Mark Zuckerberg. Em nota para o Washington Post declarou que o Facebook não irá em frente com o projeto sem a aprovação do governo. 

O testemunho formal por escrito do executivo, quem também é o responsável pelo projeto Libra, já foi protocolado e está à disposição do público. Porém, o suspense ainda permanece porque não se sabe ao teor das perguntas que os senadores farão. Será uma audiência agitada, disso ninguém duvida.

Nas próximas horas teremos as reações e a repercussão do depoimento. Mas para quem acompanha o assunto, o fato de ver a tecnologia blockchain fazendo parte de um amplo debate já é um ótimo resultado. Como se costuma dizer por aí, má publicidade ainda é boa publicidade.

Por Pascual Ariel Arrechea | Para saber mais sobre blockchain, criptomoedas e tecnologia, visite meu site ou acompanhe no QUORA.

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