“Criptomoedas estão baratíssimas”, diz economista Ricardo Amorim
No alto de um palco no centro do salão, rodeado por painéis de LED e pelo público, o economista celebridade Ricardo Amorim resumiu a história do mundo, falou sobre o avanço tecnológico nunca antes visto, colocou foto da avó e da filha e disse o que a platéia queria ouvir: “Os ativos de criptomoedas estão baratíssimos”.
A palestra de Amorim fechou a conferência Universo Bitcoin na noite de quarta-feira (10), promovida pelo grupo Bitcoin Banco, no hotel Unique, em São Paulo.
Conforme a assessoria de imprensa da empresa, 500 pessoas estavam presentes. Além disso, estiveram presentes celebridades como o apresentador de TV Ratinho, o ex-Casseta e Planeta Marcelo Madureira e o apresentador Amaury Junior.
O fundador do grupo Bitcoin Banco, agora controlador da CLO Financeira, Cláudio Oliveira também estava presente. Oliveira, que até então vinha adotando uma postura de pouca presença em eventos e na imprensa, ao que tudo indica vem mudando sua estratégia de comunicação pessoal e procurando maior exposição.
De volta a Ricardo Amorim
E parte da nova postura é trazer ao evento um dos mais famosos economistas do país. “É uma grande transformação que estamos vivendo”, disse Amorim.
O economista, que também é apresentador do programa Manhattan Connection, da Globonews, falou pouco sobre bitcoin e criptomoedas. Sua palestra estava focada nas transformações tecnológicas dos próximos anos, como o carro autônomo e na possibilidade de ir de São Paulo a Tóquio em 15 minutos com um foguete desenvolvido por Elon Musk.
Da metade para o final, Amorim falou mais sobre ciclos econômicos, dos riscos de uma forte crise nos Estados Unidos, da necessidade da reforma da previdência do governo Bolsonaro. Lembrou que depois da recessão profunda que ocorreu durante o governo Dilma, o Brasil estava no começo de um ciclo de crescimento.
“Bolhas estouram. Vem uma recessão nos EUA nos próximos trimestres. E isso vai mexer com tudo, inclusive com o Brasil”, afirmou.
O ponto das bolhas e da crise econômica acabou servido de conexão com o Bitcoin e demais criptomoedas. “A primeira vez que comecei a me perguntar de Bitcoin foi talvez uns 5 anos depois da criação da moeda”.
“Dois anos depois”, continuou, “começaram a me perguntar o que eu achava do ativo. Quando chegou a US$ 20 mil então, eu não conseguia andar na rua sem que alguém me perguntasse”.
Foi um período que Ricardo Amorim disse que houve a formação de uma bolha. “O cara me dizia que ia vender a casa para comprar quando estava no topo da euforia. E eu respondia: ‘quando estava a US$ 1 mil você comprou? Então porque vai comprar agora? Óbvio que se tratava de uma ideia ruim”.
O ponto maior que Amorim estava fazendo era uma maneira de compreender o mercado. Dos ciclos emocionais de euforia e pânico que carregam a maior parte dos investidores. “O investidor médio está sempre na hora errada e no lugar errado”.
Ao mostrar a queda de mais de 80% no mercado de criptomoedas em 2018, ele disse que os criptoativos estavam baratos. Mas também fez um contraponto de que ainda poderia cair mais.
“Pode cair? Pode. Mas pode ter começado a virar semana passada? Pode também”.
E, por fim, fez a pergunta que ressoa na cabeça de tantos investidores em um período de queda: “Você tem estômago para esperar?”.
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