Corretora investiga golpe de R$ 17 milhões com cripto inspirada em Round 6

Maior corretora cripto do mundo por volume de negociação diário, a Binance anunciou que vai conduzir uma investigação contra os responsáveis pelo token SQUID, um golpe com criptomoedas que usou a série sul-coreana “Round 6” para se promover e deixou milhares de investidores do mundo todo no prejuízo.

Os tokens SQUID não chegaram a ser listados na Binance ou em nenhuma outra grande corretora. Para comprá-los, os interessados deveriam utilizar as plataformas de finças descentralizadas PancakeSwap e Dodo. No entanto, pouco depois de entrarem em circulação, comprados diretamente do emissor, e de multiplicarem de valor em milhares de vezes, os investidores não conseguiram mais negociar o ativo digital, cujo valor caiu rapidamente para zero.

Esse tipo de golpe, no qual os criadores de uma criptomoeda desaparecem com os fundos dos investidores, é conhecido como “rug pull”, ou “puxada de tapete”.

Apesar de não ter oferecido a negociação da criptomoeda, a Binance decidiu tomar a atitude de investigar os responsáveis pelo golpe porque o token foi emitido na Binance Smart Chain (BSC), rede criada pela corretora. “Muita gente pergunta por que a Binance não pode fazer nada contra projetos de DeFi como SQUID. É importante explicar que blockchains como BSC ou Ethereum têm código aberto. Não temos controle ou influência sobre projetos criados na rede. Como a BSC é dirigida por seus usuários, decisões de governança devem ser coordenadas pela comunidade. E isso vale para qualquer blockchain de código aberto, como Ethereum”, disse o CEO da corretora, Changpeng Zhao, conhecido como CZ, em artigo publicado nesta quinta-feira, 4.

Mesmo sem a capacidade de controler projetos desenvolvidos no blockchain, a Binance decidiu conduzir uma investigação sobre o assunto. “Nossa equipe de segurança iniciou um processo de investigação, como um gesto de boa vontade”, disse um representante da Binance.

Segundo CZ, o time de segurança da Binance lançou a investigação “como uma forma de demonstrar suporte à comunidade cripto” e afirmou que o plano é identificar e banir os endereços atrelados ao esquema; iniciar a análise dos dados do blockchain para identificar os responsáveis pelo golpe; e fornecer todos os dados obtidos na investigação para as autoridades das jurisdições adequadas.

Os criminosos envolvidos no golpe da criptomoeda SQUID, que não tem nenhuma ligação com os produtores da série ou a Netflix, sumiram com cerca de 3 milhões de dólares (quase 17 milhões de reais) dos investidores, inclusive gente que investiu todas as suas economias no ativo, imaginando estar diante de uma “nova dogecoin” ou “nova shiba inu”.

“A verdade é que SQUID não foi o primeiro e não será o último golpe em DeFi”, comentou CZ. “Estamos entrando num período de pico de especuladores em busca da próxima criptomoeda ‘fique rico rápido’. A verdade é que essas moedas que valorizam mais de 100 vezes rapidamente não aparecem sempre. E, quando aparecem, geralmente vêm com muito risco embutido, às vezes ao ponto de confundir investimento com aposta”.

O executivo também citou a importância dos investidores se informarem antes de fazer aportes em criptomoedas desconhecidas. “DYOR, ou ‘do your own research’ [‘faça sua própria pesquisa’] é um conceito que todo investidor deveria conhecer. É uma regra de ouro do universo cripto”.

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