Coronel da PM escreve artigo e associa Bitcoin a crimes
Em meio as inovações dos últimos anos, o crime também tem sido uma área que passou por modernização. De acordo com um coronel da Polícia Militar (PM), o Bitcoin pode ser uma das ferramentas usadas em crimes.
De fato, coronel é a mais alta patente dentro da hierarquia da Polícia Militar, possuindo o comando-geral em suas mãos. Ao debater sobre a Polícia 4.0, o Coronel da PMMG, Amauri Meireles, afirmou que a instituição precisa modernizar o combate ao crime.
De acordo com o Coronel Amauri, o mundo passa pela quarta revolução industrial, sendo muitas áreas afetadas. Por exemplo, a Advocacia, Economia, Educação, Indústria, que associam o número “4.0” ao citar inovações, mostram que a tecnologia já é parte dos planos. O coronel destacou que a polícia precisa da mesma modernização.
Com evolução tecnológica, podem surgir as “criminaltechs 4.0”, afirma coronel da PM de Minas Gerais em artigo
Para quem acompanha o mercado de startups, é comum ver empresas de base tecnológicas surgirem com soluções inovadoras. Com foco em educação, destaca-se as edtechs, além das lawtechs e legaltechs, que chegam para melhorar o setor de advocacia.
Todos esses novos termos fazem parte da busca por inovações que o mundo passa, na chamada Era da Informação. Com uma economia mais globalizada, a busca de oportunidades na internet, e tecnologia de modo geral, tem atraído investidores e entusiastas.
Contudo, nem todo esse processo de inovação pode ser considerado promissor, de acordo com um artigo recente. O Coronel Veterano da PM de Minas Gerais, Amauri Meireles, escreveu um artigo que afirma que a inovação poderá ser usada pelas organizações criminosas, evoluindo a atuação dos crimes no mundo.
Levanta-se a tese de que, na questão das organizações criminosas (orcrim) podem surgir as ”criminaltechs”, para dar suporte à criminalidade 4.0.
Com crime transnacional, Bitcoin pode ser parte do ambiente de negócios
O mundo tem mostrado dificuldades no combate ao crime, de acordo com o Coronel da PM Amauri Meireles. Isso porque, atuações contra organizações criminosas não conseguem ser objetivas e por vezes consomem muitos recursos do estado, que não são bem-sucedidas.
Além disso, uma orcrim hoje pode ter acesso fácil a créditos, com as chamadas fintechs e startups. Para o coronel da PM, com o ambiente de negócios do crime já instalado, o uso de ferramentas como o Bitcoin, pode ser usado para o financiamento de organizações criminosas transnacionais.
“Com o ambiente de negócios do crime já instalado (inclusive de forma transnacional, como se vê da vinculação da máfia italiana com organizações criminosas cariocas e paulistas, de traficantes a milicianos; com um fluxo constante de material, armas e drogas, dentro da cadeia internacional de produção/serviços, com financiamento abundante através das transações financeiras internacionais – corrupção, sobrepreço em transações, tipo esportes, apostas, bitcoin, comércio militar não contabilizado, tráfico de drogas, pessoas, bancos, etc), a criação de milhares de startups e franquias de grandes conglomerados do crime, na forma de facções ou pequenas orcrim, acontecerá de forma disseminada e, portanto, cada pequena orcrim terá apenas de se acoplar a uma das centenas de canais oferecidos para divulgar o seu produto”, afirmou Amauri.
Por fim, o coronel afirma que a polícia tem que se atentar para a realidade da tecnologia, evoluindo para uma “Polícia 4.0“. Isso tornaria o crime uma atividade de maior risco e diminuiria a lucratividade das más condutas.
Cabe o destaque que em um levantamento recente, apenas 1% de todos os crimes usam Bitcoin. Ou seja, o uso da moeda digital em atividades criminosas é menor que com dólar, divisa com maior penetração nos países hoje.
O artigo de opinião do coronel, Polícia 4.0, foi publicado pela Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais, a AOPMBM.
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