Coreia do Norte pode ser uma ameaça ao mercado de criptomoedas, diz estudo

Especialistas do Royal United Services Institute (RUSI) revelaram, por meio de um estudo, como a Coreia do Norte pode explorar as criptomoedas para contornar as sanções internacionais.

O RUSI é um instituto de pesquisa científica de Londres, na Inglaterra, com foco em defesa e segurança. A organização produz análises independentes para lidar com desafios complexos.

O documento estabelece uma orientação prática para os países da região do sudeste asiático a fim de garantir força contra o risco de atividades ilícitas com criptomoedas pelos hackers norte-coreanos.

O estudo, intitulado ‘Fechando a lacuna: Orientação para combater a atividade norte-coreana com criptomoeda no Sudeste Asiático’, e assinado por David Carlisle e Kayla Izenman, foi dividido em três premissas.

Trata primeiramente das principais ameaças, seguindo das avaliações de riscos e, então, fornecer orientações no combate a possíveis ameaças no criptomercado.

Um artigo publicado pelo RUSI no domingo (14), resumiu o relatório de 66 páginas.

Nele, a publicação diz que, apesar do recente progresso diplomático com os EUA, a Coreia do Norte continua sendo a ameaça mais significativa de proliferação de armas de destruição em massa do mundo.

Para fugir de sanções, o governo norte-coreano tem ido a extremos quando o assunto é levantar fundos, diz a publicação, explorando em seus esforços inclusão das criptomoedas para fortalecer suas finanças.

No entanto, apesar de as criptomoedas serem uma pequena parte dos planos, operações mais amplas podem se transformar em um ambiente propício para os cibercriminosos daquele país.

Desta forma, o que seria uma alternativa para obter e manter fundos fora do sistema financeiro tradicional, as ações de grupos cibercriminosos podem colocar a criptoeconomia mundial em risco e dar início a um desafio internacional sem precedentes.

Burlando sanções

A reportagem cita três exemplos. O primeiro é que as criptomoedas poderia sustentar necessidades contínuas por dinheiro, mantendo-as para conversão em fiat no curto prazo.

Segundo, é que a Coreia do Norte poderá acumular criptomoedas como reserva de valor com o objetivo único de convertê-las em fiat a longo prazo.

E, terceiro, é que o governo norte-coreano poderia usar criptomoedas para pagar diretamente por bens, serviços e recursos que são explicitamente proibidos por sanções internacionais.

Criptomercado no sudeste asiático

O criptomercado em regiões próximas à Coreia do Norte, apesar de ser recente, está em frequente expansão, afirma o artigo.

Com uma suposta ascensão norte-coreana no setor de criptomoedas, países da região provavelmente vão ter que obter mais conhecimento e recursos para garantir uma barreira contra as atividades criminosas.

‘Lazarus’ roubou R$ 2 bilhões

Pode-se considerar que dentre os norte-coreanos há um grupo de hacker muito poderoso chamado Lazarus.

De acordo com um relatório da empresa de segurança cibernética FireEye, há muitos hackers apoiados pelo regime de Kim Jong-Un, líder norte-coreano.

O foco desses grupos é direcionado especificamente às exchanges de criptomoedas sul-coreanas para roubar bitcoin e outros criptoativos.

Esta é uma das formas que o governo ditador pode se evadir das sanções e obter dinheiro para financiar o regime.

Em outubro do ano passado, um relatório de uma empresa que desenvolve software e hardware de segurança cibernética chamado Grupo-IB, revelou que o Lazarus  já roubou mais de US$ 500 milhões de dólares de exchanges de criptomoedas.

O montante dá quase R$ 2  bilhões. Segundo publicação na época, o montante foi resultado de 14 ações criminosas de invasão a exchanges que vinha ocorrendo desde 2017.


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