Conselhos de uma empreendedora chinesa no ecossistema das criptomoedas

Em um ambiente cada vez mais concorrido, se destacar no mercado das criptomoedas pode ser um verdadeiro desafio, principalmente se você for uma mulher nessa indústria.

Sob a perspectiva oriental, a multiempreendedora chinesa Sa Wang – com várias empresas de sucesso no setor de tecnologia e blockchain – discorre, em um artigo para a Coindesk, sobre a relação feminina com as criptomoedas em países do oriente e dá alguns conselhos para as que querem investir nessa área.

(Foto: Pixabay)

Muito consciente do contexto econômico no qual as criptomoedas estão inseridas, logo no começo do artigo, Sa Wang aborda que apesar de as ICOs serem proibidas na China, o país asiático é responsável pela metade dos pedidos de patente relacionados ao blockchain no mundo.

Wang então ressalta o apetite voraz por riqueza digital e a mentalidade de enriquecimento rápido, predominante na China, mesmo com o comércio de Bitcoin, e demais criptomoedas, estar vivendo um impasse virtual no país.

Para a empreendedora, essa mentalidade torna muito difícil para os defensores sérios da blockchain – especialmente às mulheres, que tem que lutar por uma voz – minimizar a algazarra e evangelizar uma mensagem que tenha efeito em longo prazo.

Wang pondera que a disparidade quantitativa relacionada ao número de atores dessa indústria é semelhante aos desafios enfrentados em qualquer lugar do mundo: pouquíssimas mulheres em um ambiente predominantemente masculino.

Mas, segundo a empreendedora, o ecossistema chinês é agravado pelos boatos especulativos de caos e “farsa” do espaço criptográfico.

Comunidade forte

Em meio as desvantagens regulatórias e especulativas vividas pelo país, Wang revele o que considera ser o maior trunfo do ecossistema chinês: a comunidade. E, para ela, esses grupos voltados para as discussões sobre criptomoedas e tecnologia blockchain podem ser o diferencial que ajudará as mulheres a se destacarem.

Como o Twitter e a Youtube são proibidos na China, o WeChat (uma resposta nacional ao Whatsapp) se tornou o hub comunitário preferido das chinesas. Os grupo de blockchain do aplicativo contam com 300 a 500 membros que compartilham e discutem as questões propostas pelos empreendedores e suas startups.

Um desses grupos é o Blockchain Ladies. Para Wang, a comunidade desempenha um papel crucial no empoderamento e na conexão das mulheres chinesas que atuam no setor de criptomoedas. Ao tempo em que “coloca em relevo a distância que precisamos percorrer antes que o espaço esteja próximo de ser equalizado”.

Conselhos

Em sua larga experiência no ambiente de criptomoedas e blockchain, Wang constatou que as mulheres precisam ser duas vezes mais fortes e dedicadas se quiserem se destacar nessa indústria.

E sugere o caminho da educação como solução para o grupo feminino interessado. Isso porque, Wang percebeu que muitos milionários de criptomoedas sabem muito pouco, além dos prós e contras do mercado.

Ela aconselha que as mulheres descubram suas motivações ao entrar nesse ecossistema, pesquisem bastante e se aliem com outras mulheres e homem a quem confiem para formar uma rede que as capacitem a fim de alcançarem seus objetivos.

A empreendedora não condena as pessoas que “entram nesse barco” simplesmente por causa do dinheiro, mas que ter um propósito maior pode ser o motivo que fará a pessoa interessada persistir. Em suas palavras:

“Entrei nesse espaço encantada com a ideia de descentralização. Minha missão pessoal é comunicar por que a blockchain é importante e como pode ser usada em um mundo real, porque eu acredito que ela pode mudar o mundo”.

Ela completa que esse será um longo caminho de educação que, provavelmente, levará anos. No entanto, Wang acredita que o hype do “fique rico rápido” diminuirá para dar espaço as potencialidades da blockchain e das criptomoedas. Por fim, ela conclui:

“Eles podem se divertir construindo montes de dinheiro, mas eu estou construindo o futuro”.

 O artigo original e completo está disponível, em inglês, no site do Coindesk.

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