Conheça detalhes e saiba como se expor ao novo projeto DeFi do criador do Yearn.finance

Andre Cronje e Daniele Sestagalli, líder dos projetos DeFi Wonderland (TIME) e Abracadabra (SPELL) estão desenvolvendo um novo protocolo DeFi a ser implementado na Fantom, o qual estaria por trás do recente rali de alta do FTM.

Em 1º  de janeiro, o criador do agregador de yield farming Yearn.finance (YFI) e do Keep3rv1 (KP3R), Andre Cronje, anunciou no Twitter que estava envolvido na construção de um novo projeto DeFi a ser implementado em breve na Fantom (FTM). Intitulado provisoriamente “ve(3,3)”, o projeto está sendo desenvolvido em parceria com outra personalidade eminente do universo das finanças descentralizadas, o líder do Wonderland (TIME) e do Abracadabra (SPELL), Daniele Setagalli. 

Em um thread no Twitter publicado na semana passada, o especialista em altcoins Jack Niewold explicou as razões pelas quais o projeto vem despertando grandes expectativas entre os usuários DeFi e de que forma os investidores podem se expor ao token, uma vez que, ao que tudo indica, inicialmente ele não será listado nem mesmo em exchanges descentralizadas (DEX).

Tokenomics híbrido

Os fundamentos econômicos do “ve(3,3)” combinam o mecanismo de garantia de voto (vote escrow) utilizado em protocolos DeFi como Curve (CRV) e Convex (CVX) com a proposta de rebalanceamento e de staking com alto APY (percentual anual de rendimento) do OlympusDAO (OHM).

Na lógica do OlypusDAO, o protocolo assume um valor mínimo alocado em seu tesouro e o token é negociado com um prêmio em relação a esse valor. Se o prêmio é maior, o APY é maior. Os tokens são rebalanceados ao longo do tempo, com a emissão de novos tokens ao mesmo tempo que o valor do ativo que os respaldam diminui ao longo do tempo, equanto as taxas recolhidas são adicionadas ao tesouro.

A lógica da garantia de voto, por sua vez, diz que o bloqueio dos tokens por períodos mais longos oferece recompensas mais altas e um maior poder de decisão em votações de governança. No entanto, ao bloqueá-los não se pode vendê-los e eles se tornam ilíquidos – ficam travados na carteira dos usuários.

A proposta do “ve(3,3)” é que estes “ve tokens” sejam convertidos em NFTs e possam ser negociados no mercado aberto. Segundo Niewold, essa possibilidade inaugura um mercado secundário em que esse poder de decisão pode ser comercializado.

Assim, segundo o analista, o “ve(3,3)” combinaria diversos recursos em um único token.

Combine isso tudo em um único ativo com:

• uma oferta deflacionária (‘ve’)
• uma capacidade de flutuação livre em relação ao tesouro
• uma maneira de distribuir taxas diretamente (taxas adicionadas ao tesouro, sem recompras/queimas/distribuições)
• um mercado secundário para governança

— Jack Niewold (@JackNiewold)

Quanto maior o percentual de rendimento aos usuários, menor a emissão de tokens e maior o incentivo para mantê-los bloqueados. Ao passo que quanto mais tempo os tokens ficarem bloqueados, maiores os rendimentos e maior o incentivo para mantê-los travados por mais tempo.

Some-se a isso o fato de que os tokens serão distribuídos via airdrop, sem whitelists para privilegiar os primeiros investidores, fazendo com que o “ve(3,3)” seja um ativo 100% descentralizado e totalmente controlado pela comunidade de usuários.

Em uma de suas postagens, Cronje observou que haverá umformador de mercado automatizado (AMM) integrado ao protocolo através do qual serão permitidos swaps entre diversos ativos e as negociações terão uma taxa de 0,01%, as quais serão adicionados ao tesouro como mencionado anteriormente.

No entanto, Cronje reconheceu que o ecossistema da Fantom já tem AMMs suficientes e a intenção não é que ele se torne mais um competidor neste nicho específico do mercado. A ideia é permitir que a interface seja compatível com outros AMMs.

Cronje também revelou que o projeto não terá uma DAO (organização autônoma descentralizada) e prometeu uma explicação mais detalhada do projeto às vésperas do seu lançamento.

De acordo com Niewold, trata-se de mais uma tentativa de romper com a dependência de provedores de liquidez típica da primeira fase do mercado DeFi.

Se o DeFi 2.0 caracterizou-se por tentativas dos protocolos de controlarem a própria liquidez, eliminando os provedores da equação, o “ve(3,3)” inaugura um novo estágio no qual o protocolo possui o seu próprio formador automático de mercado.

Exposição ao ve(3,3)

Como mencionado anteriormente, o token não será negociado no mercado aberto. Ele será distribuído aos 20 principais protocolos em termos de valor total bloqueado (TVL) da Fantom no momento do lançamento do projeto. Nesse primeiro momento, resta aos investidores opções indiretas de exposição ao token, afirma Niewold:

A primeira alternativa é comprar FTM, o token nativo da Fantom, pois todo o ecossistema da rede deverá se beneficiar do sucesso do projeto. À medida que informações sobre o projeto foram sendo divulgadas pelo próprio Cronje em postagens no Medium, o FTM iniciou uma escalada de preço cuja motivação, em parte, alguns analistas associaram ao novo projeto.

Logo após o anúncio de Cronje no primeiro dia de 2022, quando ainda não se tinha nenhum detalhe sobre o projeto, o FTM subiu aproximadamente 15%. Desde então, na contramão de um mercado majoritariamente baixista, seguiu valorizando-se até chegar muito próximo da renovação de sua máxima histórica no último fim de semana.

O valor total bloqueado (TVL) na rede também vem aumentando de forma acelerada. Apenas nos últimos sete dias, cresceu mais de 100%, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

Outra possibilidade de exposição indireta é investir em um ou mais tokens dos principais projetos baseados na Fantom. E a última opção é investir no Keep3rv1, o projeto imediatamente anterior de Cronje. Embora até o momento, K3PR esteja em operação apenas no Ethereum, em breve ele será implementado na Fantom.

Além disso, como ressalta Niewold, o Keep3rv1 também vai implantar o modelo ve(3,3). Portanto, caso o modelo funcione, o K3PR também deverá se valorizar.

Apesar do mercado de criptomoedas ser um tanto novo, Andre Cronje é uma personalidade quase mítica devido ao sucesso dos empreendimentos no qual se envolveu até então. Em 2020, Cronje ficou em segundo lugar na lista de Top 100 personalidades cripto do Cointelegraph devido à inovação e ao sucesso do Yearn.Finance, um dos protocolos de maior destaque da primeira geração DeFi. Até hoje, o YFI foi o primeiro e único token a atingir um valor nominal superior ao do Bitcoin (BTC). Em sua máxima histórica, o YFI chegou a US$ 93.455.

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