Conheça alguns dos tokens (colecionáveis) mais estranhos já criados e seus propósitos

Em tecnologia, costuma-se dizer que algo que possa soar estranho hoje é a próxima grande novidade de amanhã.

Se for esse o caso, o mundo dos tokens colecionáveis ​​digitais, criados em blockchain, pode estar no topo da lista dessas inovações disruptivas. Afinal, em que outro meio é possível “criar” itens digitais e sair com um gato só para você?

Experiências como essa, que começaram com o jogo de colecionáveis ​​CryptoKitties, da Axiom Zen, têm feito entusiastas de tecnologia conversarem animadamente sobre o futuro que pode ser criado pelos chamados tokens não fungíveis (NFTs), ou itens digitais exclusivos que podem ser trocados em blockchain.

Primeiro projeto a usar o padrão ERC-721 do Ethereum, o CryptoKitties foi lançado por uma empresa autônoma com o apoio de alguns dos principais investidores do setor, enquanto os próprios NFTs tornaram-se um dos assunto mais badalados dessa tecnologia (para se ter uma ideia, o primeiro investimento da Coinbase Ventures foi em uma espécie de eBay para NFTs).

Em outras palavras, o CryptoKitties tem sido visto como um precursor de coisas que, para os entusiastas de blockchain, podem abrir novas possibilidades no mundo dos videogames, imóveis e metais preciosos, entre outras áreas.

Para aqueles que mantém sua descrença, no entanto, essas coisas ainda soam bastante estranhas. Comparando o estado dos jogos com as mídias sociais, podemos muito bem estar nos Dias dos Seis Graus e do Makeout Club (ou seja, os dois estágios anteriores as pessoas entenderem as mudanças nas redes sociais, e o Facebook se tornar uma das maiores empresas do mundo).

Com isso em mente, esse texto tem como objetivo listar alguns dos NFTs mais estranhos e criativos, com o objetivo de informar – e, claro, divertir – o leitor sobre as novidades que surgem nessa área. Aqui estão sete que podem para os livros de história, por bons ou maus motivos.

CryptoCrystal

O CryptoKitties introduziu a ideia de que tokens poderiam criar e desenvolver outros tokens totalmente novos, e muitos dos novos projetos estão surgindo com diferentes maneiras de se divertir com essa ideia.

Esse parece ser o caso do CryptoCrystal. O jogo cria “metais sencientes” em novos personagens de desenhos animados, sendo que cada um deles evoca imagens geológicas, como pedras preciosas. Com o jogo, “criação” é chamada de “fusão” – como nos cristais, que são derretidos juntos.

A maneira de obter cristais frescos é “minerando”, mas não é como mineração de Bitcoin ou Ethereum (onde o poder computacional serve para proteger a rede). Em vez disso, os usuários só compram uma espécie de token da empresa, chamada “picareta”, e o utilizam. Isso gera uma quantidade variável de cristais e, de certa forma, é um processo mais próximo da “verdadeira” mineração, se levarmos em conta o processo da vida real.

A empresa por trás do jogo ganha dinheiro vendendo as picaretas (e divide uma parte do valor com a Fundação Ethereum, voluntariamente, para apoiar o crescimento da rede). O resto das operações no jogo não custam mais do que o preço do gas.

Existem 100 tipos de cristais e uma oferta finita. Além disso, as picaretas produzirão metade dos cristais a cada ano que passa.

CryptoVoxels

Este é para pessoas que cresceram jogando o famoso simulador “Sim City”.

Ben Nolan, desenvolvedor de jogos independentes, estava tentando criar mundos virtuais que as pessoas pudessem possuir e explorar, quando percebeu que a tecnologia blockchain possibilitava melhorar a experiência do usuário daquela tarefa. A partir dessa inspiração veio o CryptoVoxels, um jogo com espaço tridimensional visível com óculos de realidade virtual.

“Temos cerca de 100 lotes vendidos (preço médio de 0,16 ETH por lote) na cidade de origem, cerca de 100.000 pés quadrados de desenvolvimento”, disse Nolan ao portal CoinDesk por e-mail.

O modelo de negócios está vendendo esses terrenos originais, bem como outros objetos digitais que acrescentam personalidade à experiência do usuário, como chapéus especiais para seus avatares.

Os usuários também podem construir em suas terras, adicionando edifícios e estruturas. Futuramente, o jogo também disponibilizará cores. (Atualmente, existem apenas as cores preta e branca.) Nolan afirma que a comunidade mostrou uma grande atividade no canal do jogo no Discord, e que eles estão começando a ver as vendas de pacotes de pessoa para pessoa no mercado secundário.

Como muitos desses projetos, O CryptoVoxels está trabalhando com um dos NFTs criados para o Ebay, o OpenSea.

HyperDragons

Muitos dos primeiros projetos de NFTs não disfarçam o fato de serem imitações de jogos como Pokémon (criaturas fofas que também podem lutar umas com as outras para ficarem mais fortes).

O HyperDragons é um desses jogos que, como o próprio nome diz, tem nos dragões os seus principais protagonistas. O jogo aproveita a descentralização permitindo aos jogadores interagir com equipes de outros projetos. Desta forma, os dragões de HyperDragons podem “devorar” os gatos de CryptoKitties, absorvendo os atributos de gatos que compartilham uma carteira com o dragão e aumentando os poderes dos dragões.

O jogo possui três formas até agora: colecionar, criar e consumir, lutando contra dragões guerreiros um a um (no mesmo sistema dos primeiros jogos de Pokémon) e fazendo a defesa do castelo, onde você protege seus recursos contra jogadores invasores.

O whitepaper de projetos reconhece, como a maioria dos projetos nesse meio, que as interações reais de jogo na blockchain do Ethereum são um problema, e observa uma preocupação particular com a capacidade do protocolo de lidar com o jogo do castelo. No entanto, ele também sugere que soluções alternativas estão sendo consideradas para lidar com esse problema.

A ênfase do jogo está no histórico da equipe em jogos digitais, mas também aborda o modelo de negócios apresentado pelos NFTs colecionáveis. O whitepaper diz: “Acreditamos que existe um modelo sustentável, baseado em receita, em vez de uma ICO, e apreciamos a inovação que os colecionáveis ​​digitais retratam.”

“Bird in the Shell”

Este é realmente apenas um NFT específico, criado por um artista sem nome brincando com um formulário. E é exatamente essa a proposta deste aplicativo.

O SuperRare permite aos artistas criar novos trabalhos digitais e oferecê-los à venda na blockchain Ethereum, algo que pode trazer uma grande revolução e se tornar mais importante no mundo da arte, caso o projeto passe pelo teste do tempo.

De fato, uma das grandes ICOs do ano passado, o Status, também se mostrou muito promissora no SuperRare. Na quinta-feira, anunciou que estava contratando sua controladora, a Pixura, para a Status Incubate, sua aceleradora de promissoras startups de criptoativos.

Dito isto, esta obra de arte na plataforma SuperRare é apenas um passo perto du sucesso. Por exemplo, existe o “@hackatao”, que é um gif animado criado no habitat nativo da plataforma. Para quem utiliza Twitter, verifique este. Vai parecer muito real.

CryptoJingles

Um objeto digital não precisa ser uma imagem. Também pode ser uma música (e provavelmente outras coisas em que as pessoas ainda não pensaram). E o CryptoJingles traz a arte musical para a tecnologia blockchain.

Criado como um projeto paralelo por dois membros da equipe da Decenter, empresa baseada em blockchain com sede na Sérvia, o CryptoJingles foi iniciado no final de 2017.

“Após o boom do CryptoKitties, notei que são todas variações de que você possui algum tipo de avatar (uma imagem). Eu estava procurando o que mais poderíamos usar como token”, disse Nenad Palinkasevic, co-fundador do jogo.

Os CryptoJingles são fragmentos de música que podem ser misturados para criar novas músicas. Existem 100 trechos de músicas que as pessoas podem usar para fazer jingles. Uma vez que uma nova combinação tenha sido feita e registrada no blockchain, ela se torna única e ninguém mais pode fazer essa combinação. O criador é o proprietário e pode vendê-la para outros, como um NFT.

O projeto não está em desenvolvimento ativo, mas diversos fãs tem feito muitos jingles. “Foram criados 45 jingles no total em nossa plataforma, sem qualquer marketing ou promoção”, afirmou Palinkasevic.

Panda Earth

Para entender melhor este projeto, é importante começar com os fatos zoológicos: os pandas são os melhores mamíferos.

De início, o Panda Earth pode parecer apenas uma pura cópia do CryptoKitties, trocando os gatos pelos famosos ursos orientais. Porém, existe uma diferença importante: alguns dos pandas virtuais representam pandas do mundo real, os quais rastreados pelo Centro de Pesquisa e Conservação da China para os Pandas Gigantes.

Um porta-voz diz que o projeto é “autorizado” pelo Centro, mas a empresa não respondeu às perguntas sobre se a compra de qualquer um dos pandas virtuais beneficiaria a conservação de suas contrapartes reais.

Como os CryptoKitties, esses pandas digitais também se reproduzem. Eles se reproduzem mais e mais devagar ao longo do tempo, em um processo redefinido a cada quatro anos – de forma semelhante ao Bitcoin.

CryptoTitties

CryptoTitties definitivamente não é recomendado para menores de 18 anos. Trata-se de um jogo onde os “personagens” são peitos, feitos de desenho animado. O jogo foi criado por uma empresa de desenvolvimento chamada 7th Wave.

“O jogo foi uma paródia do CryptoKitties, que fizemos por diversão”, disse Hami Gilbert, um de seus fundadores, em um bate-papo no canal do Discord. A diversão, no entanto, ganhou contornos mais sérios: a mãe de Gilbert teve câncer de mama e eles decidiram encontrar uma maneira de fornecer produtos a base de cannabis (maconha) para mulheres com a doença.

Como os CryptoKitties, estes são avatares de desenhos animados. Mas, ao invés de gatos, aqui temos seios. O jogo apresenta diversidade: há peitos femininos e masculinos disponíveis. Além disso, enquanto a “variedade do mundo real” tende a vir em pares, os CryptoTitties possuem versões disponíveis em conjuntos dos mais variados, indo de cards com um só peito até pacotes com seis.

Entretanto, o jogo chegou longe de repetir o estrondoso sucesso dos gatos que o inspiraram. Com cada cartão de peitos sendo vendido por 0,05 ETH, o conjunto completo de itens disponíveis totaliza 144 unidades. Mas apenas 32 venderam até agora, de acordo com Gilbert.

Anteriormente, a 7th Wave tentou lançar uma ICO chamada Wardz, mas não teve sucesso. O CryptoTitties ganhou mais força, com uma pequena comunidade construída em torno dele. Para divulgar o projeto, eles tentaram realizar um “Concurso de Lancha”, onde os vencedores ganhariam um barco de verdade.

A ideia é que os detentores da CryptoTitty pagariam 0,003 ETH para votar em seus grupos favoritos. O grupo que obteve o maior número de votos ganharia um barco, mas 70% dos recursos iriam para a caridade (embora a empresa nunca tenham estabelecido uma parceria específica).

As vendas acabaram muito baixas para justificar a compra do barco, e o sorteio jamais aconteceu. “Eu pensei que as pessoas compartilhariam com seus amigos para votar e que isso (o sorteio) seria um sucesso”, disse Gilbert. “Mas acho que as pessoas são um pouco mais puritanas do que eu pensava”.

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Fonte: Criptomoedas Fácil

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