Conheça a RootStock: plataforma que pretende hospedar contratos inteligentes na rede do Bitcoin
Contratos inteligentes (smart contracts, termo em inglês) estão muito mais associados ao Ethereum que ao Bitcoin. No entanto, embora a plataforma criada por Vitalik Buterin seja responsável por praticamente 90% das ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) e contratos inteligentes do mercado, Satoshi Nakamoto já previa a implantação da funcionalidade smart contract no Bitcoin muito antes de Buterin iniciar seu projeto. É justamente esta função que diversas plataformas pretendem implementar no protocolo do Bitcoin, uma delas é a RootStock (RSK).
A RSK é uma plataforma de código aberto que pretende hospedar contratos inteligentes na rede Bitcoin da mesma forma que os implementados pelo Ethereum. Para isso, ela utiliza uma tecnologia chamada Sidechain para conectar-se com a blockchain do Bitcoin, desta forma, os contratos inteligentes não são realmente implantados na própria blockchain da criptomoeda, e sim na plataforma da RSK.
“A plataforma da Rootstock fornece contratos inteligentes ‘Turing’ conforme proposto por Nick Szabo em 1993”, diz o whitepaper da RSK.
Funciona assim, os usuários enviam seus Bitcoins diretamente para a cadeia da Rootstock. Estes Bitcoins são então convertidos em ‘Bitcoins inteligentes’ (SBTC), ou RSK, na blockchain da Rootstock. Com os RSK em mãos os usuários podem então criar seus contratos inteligentes ou interagir com eles. Na realidade, não há transferência entre as cadeias, os fundos estão trancados em uma cadeia (sempre que houver uma transferência de BTCs destinados à rede RSK), esses BTCs ficarão presos na carteira da federação RSK, composta por membros respeitados da comunidade, como Xapo, Bitpay, Jaxx, BitGo, OKCoin, Zeppelin, entre outros, e a mesma quantidade de SBTCs será transferida para a carteira RSK (e vice-versa) para que ela seja destrancada na outra corrente e vice versa. Estes “bloqueios e desbloqueios” são feitos automaticamente e permanecem genuinamente descentralizados.
Assim, a RSK procura superar limitações quanto à escalabilidade, graças a capacidade de processar 100 transações por segundo. Planos já estão em andamento para expandir essa capacidade para 20 mil transações por segundo, incorporando o Lumino, um sistema projetado para competir com a Lightning Network em termos de velocidade.
A Rootstock depende de um esquema de mineração por fusão para proteger sua blockchain, uma sidechain, o que significa também que ela não consome o poder de processamento da cadeia principal como é o caso dos dapps no Ethereum. A mineração de mesclagem permite que os mineradores de Bitcoin trabalhem tanto no BTC quanto na RSK sem qualquer impacto na mineração do Bitcoin, o que significa que os mineiradores recebem uma recompensa em BTC e RSK pelo mesmo trabalho computacional que fariam apenas com o Bitcoin. Este sistema está sendo testado e é suportado por alguns dos principais pools de Bitcoin como o BTC.com e o Antpool, ambos da Bitmain.
Outra grande vantagem da RSK é que o protocolo é retrocompatível com o Ethereum, o que significa que os contratos inteligentes do Ethereum podem migrar facilmente para a RSK e o protocolo ‘Oraclize’ na rede RSK ativará esse recurso, é um recurso independente de blockchain que tornará diferentes redes blockchain compatíveis entre si.
A RSK também investe em segurança, usando recompensas monetárias para ajudar os desenvolvedores, hackers e profissionais de segurança a identificar vulnerabilidades para que o sistema possa melhorar a segurança geral de seus inúmeros interessados. Entre os parceiros da RSK, está a brasileira Blockchain Academy e importantes organizações como o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e a BitGive Foundation.
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Fonte: Criptomoedas Fácil