Condutores da Tocha Olímpica no Brasil estão ‘passando fome’ e vendem símbolo por menos de 0,024 bitcoins

Um bem escasso como o Bitcoin, a Tocha Olímpica dos jogos olímpicos do Brasil de 2016 são vendidas na internet com preço inicial de R$ 4 mil

A Tocha Olímpica, um dos principais símbolos das Olimpíadas, a maior e mais antiga competição esportiva do mundo, está sendo vendida ‘aos montes’ por brasileiros que estão em dificuldades econômicas devido a crise causada pelo coronavírus.

Na internet ou diferentemente com os detentores do símbolo olímpico é possível adquirir uma tocha olímpica original por menos de 0,023 bitcoins.

No Mercado Livre, maior portal de e-commerce da América Latina, é possível encontrar anúncios de pessoas vendendo a tocha com valor inicial de R$ 4 mil até R$ 120 mil e, entre as perguntas feitas aos vendedores, muitos compradores perguntam se podem pagar com criptomoedas.

“Contei um pouco da minha vida: o fato de eu ser trans, de na época estar cursando a faculdade de Letras e argumentei sobre a quebra de tabus. Aí fui escolhida. No dia, achei que só iria lá, como qualquer pessoa, conduzir a tocha. Mas quando cheguei no ponto em que eu iria conduzir, vi um monte de repórteres e um monte de gente. Eu não tinha noção de que era a primeira trans a conduzir a tocha e a responsabilidade que isso representava.”, destacou a Folha de São Paulo Bianka Acsa Rosa da Fonseca, que pretende vender a tocha para pagar contas.

Pagar dívidas também é o desejo de Ygor Marcel da Cruz Santos, que também conduziu a tocha em 2016 e está desempregado.

“Prefiro abrir mão de algo que é importante para mim do que chegar numa loja, num mercado ou em qualquer lugar e saber que não vou entrar ali de cabeça erguida porque eu devo. Quero ajeitar minha vida e poder voltar a andar na rua de cabeça erguida.”, afirmou.

Tocha não é um bem raro

Embora a tocha olímpica seja um dos principais símbolos das olimpíadas, ela não é um ‘bem raro’ e foram confeccionadas cerca de 12 mil tochas para as olimpíadas do Brasil em 2016.

Elas foram conduzidas por exatas 12 mil pessoas durante os 95 dias que antecederam os jogos olímpicos daquele ano.

Porém não foram ‘dadas’ aos participantes, quem não tinha patrocinador para ‘bancar’ o item olímpico teve que pagar R$ 1.985 pelo produto.

Assim, embora o item não seja raro, afinal há 12 mil tochas espalhadas pelo Brasil ele é um item com suprimento escasso, ou seja, não haverá mais tochas, pelo menos referentes às olimpíadas de 2016.

E, se depender do filho do cantor Tim Maia, Carmelo Maia, o item deve ficar ainda mais escasso no mercado, já que ele disse que pretende comprar todas as tochas disponíveis.

“Quero a tocha, pois sou um colecionador de qualquer objeto raro —apesar que a tocha não é rara, foram distribuídas 12 mil delas, o que é coisa para caramba—, mas eu gostaria de ter uma porque foi feito um evento no meu país e eu sou super patriota. Sou um colecionador”, disse à Folha.

Medalhistas e Coinbase

Enquanto condutores da tocha olímpica vendem seus bens para pagar dívidas, atletas olímpicos como a mundialmente famosa tenista Serena Jameka Williams investem no mercado de criptomoedas.

Desde 2019, Williams por meio de sua empresa de investimentos, Serena Ventures, anunciou um importente investimento na Coinbase, a principal exchange de criptomoedas dos EUA.

Olímpiadas e moedas digitais

Enquanto no Brasil a tocha olímpica é negociada por bitcoins, na China o país pretende lançar oficialmente sua Moeda Digital de Banco Central, (CBDC), hoje conhecida no país como DC/EP, ou Yuan Digital, nos jogos olímpicos de inverno em 2022.

Em 2022, Pequim sediará as Olimpíadas pela segunda vez em sua história, tendo sediado as Olimpíadas de Verão de 2008.

Embora existam outras dez cidades que já sediaram as Olimpíadas duas vezes, Pequim será a primeira a sediar os dois jogos.

Em 2008, foram vendidos 6,8 milhões de ingressos para os jogos olímpicos, sendo esperados números maiores desta vez, principalmente com o sucesso registrado até agora no confronto com o Covid-19.

Com os testes em andamento e os incentivos associados ao projeto do yuan digital, é esperado que dados suficientes sejam adquiridos e possíveis ajustes sejam feitos antes das Olimpíadas de 2022 em Pequim. 

Hotéis, restaurantes e instalações esportivas são as principais indústrias onde o CBDC provavelmente será implementado. 

Recentemente o governo chinês também declarou que o teste do yuan digital está em “pleno andamento” nos locais olímpicos.

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