Empresa usa decomposição orgânica na geração de energia e fatura R$ 42 mil por mês com mineração de Bitcoin

Ao todo, 35 máquinas de mineração são alimentadas por energia elétrica originária da decomposição anaeróbia, de resíduos orgânicos, na Irlanda do Norte.

Localizado na Irlanda do Norte, o condado de Armagh é conhecido por suas terras férteis para o crescimento das macieiras, tanto que o local também é conhecido como “Orchard County”, condado-pomar na tradução em português. Mas, em tempos de criptomoedas, a fertilidade do local também está favorecendo o  “crescimento de brotos” de… Bitcoin (BTC).

Isso porque, em uma fazenda pitoresca de Armagh, 35 máquinas de mineração de Bitcoin de última geração são alimentadas atualmente pela energia elétrica excedente vinda de digestores anaeróbios de resíduos orgânicos existentes no local, que a fonte energética não consegue vender para a rede local, segundo informações do Adaptive Analysis. 

Segundo a publicação, por trás da iniciativa está o Bitcoiner Mark Morton, um jovem que transpira entusiasmo pela criptomoeda. Ele é um dos principais tomadores de decisão da Scilling Digital Mining, uma das empresas pioneiras em mineração na Irlanda do Norte, e acabou recebendo a incumbência de educar a comunidade irlandesa sobre a mineração de Bitcoin, sob os aspectos políticos e tendência de mercado. 

O trabalho de Mark acabou sendo recompensado quando o proprietário da fazenda de Armagh o procurou para saber mais sobre a mineração de Bitcoin e consequente aproveitamento do excesso de energia de seu digestor anaeróbio. Após algumas reuniões, Morton já estava adquirindo as máquinas de mineração e configurando a infraestrutura que transformariam sua ideia em realidade. 

De acordo com a publicação, além das 35 máquinas atuais, responsáveis pela geração de 0,42 BTC por mês, pouco mais de US$ 8 mil, aproximadamente R$ 42 mil pela cotação do BTC na tarde desta segunda-feira (10), o excedente energético ainda é suficiente para alimentar outras 33 máquinas, o que deverá quase dobrar a receita com a mineração no local. 

Morton explicou que muitos agricultores fizeram investimentos pesados em digestores anaeróbios, entre 200 mil e 1 milhão de libras esterlinas, cerca de R$ 1,15 milhão a R$ 5,74 milhões, respectivamente, já que o Reino Unido favoreceu a proliferação de digestores anaeróbios devido à criação de um fundo de 10 milhões de libras esterlinas para o desenvolvimento desta matriz energética. Porém, problemas relativos às conexões com a rede podem elevar o tempo de retorno do investimento, estimado entre quatro a sete anos.

A operação de mineração de criptomoedas com energia originária de digestores anaeróbios é a primeira deste tipo a que se tem notícia na Irlanda e, provavelmente, no mundo. A reação química é responsável pela geração de biogás, uma fonte de energia composta de 40% a 50% de metano e 30% a 40% de CO2, em média, responsável com rotacionar um motor gerador de energia elétrica. 

Na Argentina, a estatal YPF, começou a aproveitar o gás natural da explração de petróleo em Vaca Muerta, no sul do país, para abastecer uma mineradora de Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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