Empresa financiada pelo Mercado Bitcoin recebe novo aporte de R$ 500 milhões

A Central de Recebíveis (Cerc), empresa focada em recebíveis e que recebe um investimento milionário do Mercado Bitcoin no ano passado, acaba de anunciar que arrecadou cerca de R$ 550 milhões em uma nova rodada de investimento

A Central de Recebíveis (Cerc), empresa focada em recebíveis e que recebe um investimento milionário do Mercado Bitcoin no ano passado, acaba de anunciar que arrecadou cerca de R$ 550 milhões em uma nova rodada de investimento liderada agora pelo fundo Mubadala Capital.

Segundo o jornal Valor, o novo investimento será dividido em duas tranches, sendo que a primeira, no valor de R$ 350 milhões já foi concluída e a outra deve ocorrer apenas no próximo ano e está vinculada à um esquema de metas. O Mubadala Capital é uma subsidiária de gestão de ativos do fundo soberano de Abu Dhabi.

Marcelo Maziero, confundador da empresa destacou ao Valor que o investimento coloca a empresa em um novo patamar e que a Cerc planeja ampliar sua atuação no mercado de tokenização.

“Isso elimina qualquer eventual dúvida que possa haver sobre a nossa capacidade financeira… A gente vai ter um papel nesse mundo (tokenização), a custódia das chaves tokenizadas é um serviço que a empresa poderia prestar”, afirmou.

Mercado Bitcoin

Recentemente, durante um evento em São Paulo, o CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo, destacou que, quando a ABCripto foi fundada (as primeiras discussões sobre seu lançamento começaram em 2017), os chamados incumbentes (grandes bancos) tinham uma atitude reativa em relação ao mercado de cripto, situação que, hoje em dia, é diferente.

“Para quem, como nós, está em um ambiente de ‘construir o mercado’, há, hoje em dia, uma percepção de um ambiente muito melhor, com esses mesmos incumbentes falando bem de cripto”, disse Rabelo.

Ele também destacou que a oferta de produtos cripto com características mais próximas da renda fixa é uma tendência, considerando o “apreço do investidor brasileiro por esse tipo de produto”.

Hoje, segundo o executivo, existe a oportunidade de construir novos modelos de investimento. De olho nessa tendência, o Mercado Bitcoin criou, em 2019, a MB Tokens, que além de realizar operações tradicionais de crowdfunding, explora a tokenização de contratos de cessão de direitos, por exemplo, de precatórios e recebíveis privados. “Vemos diversos players entrando nesse mercado, inclusive os próprios bancos.”

Ele avalia como bastante positivo o fato de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter dado, recentemente, declarações de que o mundo caminha para uma economia tokenizada.

Ele também lembrou que o projeto do real digital se baseia justamente em tokenização, sendo que as DeFi (também no radar do Bacen) seriam um efeito desse movimento. “Isso tudo mostra que somos capazes de construir, por meio de elementos únicos que a criptoeconomia trouxe, produtos pioneiros no mundo inteiro.”

Rabelo falou, ainda, do conceito de Cripto as a Service (Caas), outra tendência. Esse movimento, com características de B2B, começou nos Estados Unidos, com empresas como PayPal e RobinHood oferecendo criptos a partir de parcerias com players como Coinbase e Paxos, e hoje está chegando no Brasil.

E completou destacando que há uma oportunidade de o País usar cripto para operações menores de câmbio que, hoje, ainda são muito caras. Quando se compra uma stablecoin em dólar ou euro, lembrou ele, há um spread mínimo, uma variação muito pequena, o que torna esse tipo de operação atraente. “E o Banco Central está trabalhando no tema remittance (remessas), tanto que publicou, recentemente, mais uma consulta pública sobre o tema.”

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