Como uma loja brasileira de camisetas sobre criptomoedas fracassou

Tudo começou com uma ideia simples: vender camisetas e acessórios focados no público entusiasta pelas moedas digitais no Brasil. A Hodl Style surgiu em fevereiro de 2018 para aproveitar uma oportunidade de mercado identificada pelos três sócios da loja e ajudar os criptomaníacos a expressar publicamente sua paixão pelos ativos digitais.

O otimismo se justificava pelo grande crescimento do mercado de criptomoedas no ano passado e pela valorização dos ativos. Ripple (36.018%), NEM (29.842%), Ardor (16.809%), Stellar (14.441%), Dash (9.265% e Ethereum (9.162%) foram apenas algumas das estrelas em um ano em que o Bitcoin se valorizou em mais de mil vezes (1.318%).

“Vimos que um mundo inteiro de oportunidades estava crescendo diante de nossos olhos. Era um mercado que pouquíssimas pessoas conheciam e ainda conhecem, portanto poderia ser explorado”, explica Vitor Braga, 27, um dos sócios da Hodl Style.

Engenheiro de computação formado na Unicamp, Braga conheceu o Bitcoin e as criptomoedas há dois anos. No final do ano passado, se juntou com dois amigos e resolveu entrar mundo cripto com estilo, criando a loja de acessórios focada no tema. “Seria um negócio simples, sem grande investimento”, diz.

Surfando no boom das criptomoedas, começaram a montar o negócio no fim de 2017. “Nosso foco”, afirma Braga, “era produzir camisetas estilizadas com qualidade”.

Os sócios criaram metas para ter certeza de que a ideia era viável. “Inicialmente, nosso objetivo era validar se nossa hipótese estava correta”, diz. Os empreendedores partiam do pressuposto de que a empolgação com as criptomoedas era grande no Brasil.

Tanto “que o público entusiasta se interessaria em comprar camisetas e acessórios específicos”. Estipularam, então, uma meta mensurável: a loja seria viável se vendesse pelo menos 60% dos estoque.

Vitor Braga, um dos sócios da loja virtual, que será fechada em breve. (Foto: Arquivo pessoal).

Dificuldade em receber pagamentos em cripto

A Hodl Style, claro, aceitava pagamentos em criptomoedas, mas o processo foi dificultado pelo fato de a plataforma onde está hospedado o site da empresa não oferecer integração específica.

Até hoje, afirma Braga, apenas uma compra foi feita usando esse meio de pagamento. Embora haja uma barreira logística para o pagamento em cripto, o empreendedor admite que não houve grande procura por transações desse tipo.

Outra grande dificuldade é conseguir divulgar os produtos para o público interessado nas camisetas cripto. “Mesmo pagando propagandas no Facebook, não obtivemos sucesso. O próprio Facebook bloqueou as propagandas relacionadas a criptomoedas bem depois que começamos a operar”, diz.

Sem retorno para seu investimento na rede social, tentaram outra estratégia. Propuseram campanhas com uma youtuber da área. Não tiveram sucesso.

Depois de meses tentando, os sócios decidiram fechar o negócio. “Os gastos para manter a plataforma não têm valido a pena de serem sustentados”. As mercadorias não saem e Braga identifica também um “desânimo com o mercado de criptomoedas”.

Para ele, o mercado brasileiro de criptoativos ainda está muito condicionado a momentos de empolgação (e de apatia). “Acredito muito no Bitcoin e nas outras moedas, mas acho que esse efeito ‘bipolar’ vai perdurar por alguns anos ainda”.

Um dos aprendizados dessa experiência, conta, foi sempre pensar no mercado a partir de uma perspectiva pessimista. Apesar de não ter conseguido transformar a Hodl Style na loja oficial de camisetas cripto no Brasil, o engenheiro da computação se diz orgulhoso de ter tentado.


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