Como o bitcoin está ajudando um movimento a lutar contra a brutalidade policial na Nigéria
O Bitcoin foi o meio mais seguro que uma organização encontrou de arrecadar fundos para ajudar jovens nigerianos, que há dias protestam em todo país contra a violência policial no movimento #EndSars.
O dinheiro arrecadado é usado para apoiar protestos pacíficos e garantir a segurança dos nigerianos que exercem seus direitos cívicos – fornecendo alimentos, assistência médica e apoio jurídico aos manifestantes.
A hashtag #EndSars segue crescendo no twitter e procura chamar a atenção mundial para a brutalidade policial na Nigéria.
Organizadas pelo grupo de mulheres Feminist Coalition, as de bitcoin foi uma alternativa para possibilitar o apoio de pessoas fora do país de maneira segura e livre de intervenções governamentais.
O movimento foi apoiado nas redes sociais por ninguém menos que o próprio CEO do Twitter, Jack Dorsey, que nesta quarta-feira (14) incentivou a doação de bitcoin para o movimento:
Donate via #Bitcoin to help #EndSARS https://t.co/kf305SFXze
— jack (@jack) October 14, 2020
Dorsey é um grande defensor das criptoativos e já declarou que o bitcoin é a melhor moeda nativa da Internet, por ser baseada em consenso e construída pela comunidade.
Bitcoin como moeda resistente à censura
Para o movimento o bitcoin é o melhor meio para receber doações ser descentralizado, ou seja, não é controlado por nenhuma autoridade ou governo, sendo um meio seguro e resistente à censura.
Essa última preocupação faz sentido no contexto atual do movimento, que supõe que autoridades do país estavam tentando bloquear doações.
A página da organização na plataforma de crowdfunding Flutterwave, foi tirada do ar sem qualquer explicação na terça-feira (13).
O que está acontecendo na Nigéria e como o dinheiro é gasto
A revolta pacífica da juventude nigeriana que já acontece a mais de 10 dias em diferentes partes do país, exige a dissolução da unidade policial SARS (Special Anti-Robbery Squad).
Um relatório da Anistia Internacional indica que o SARS foi responsável por 82 casos de tortura e execuções extrajudiciais, entre janeiro de 2017 e maio de 2020.
De acordo com dados divulgadas nesta quinta-feira (15) pelo movimento, os fundos foram usados para dar apoio a 100 protestos pacíficos em 25 estados, para pagar contas médicas de manifestantes feridos, e em doações para as famílias das vítimas.
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