Como a tecnologia blockchain pretende revolucionar a indústria da moda
Se no passado a falta de transparência na cadeia de suprimentos de uma empresa era vista como uma vantagem competitiva, hoje atua como um repelente dos consumidores – cada vez mais conscientes e atentos à honestidade das marcas. E é nesse contexto que a tecnologia blockchain surge como uma ferramenta que visa humanizar e tornar mais sustentável a indústria fashion.
Considerada uma das maiores cadeias de produção do mundo, com faturamento na casa dos bilhões de dólares, apenas no último, a indústria da moda é também uma das mais agressivas no que se refere as condições de trabalho dos profissionais envolvidos e a preservação ambiental.
Por outro lado, a ideia de consumo consciente vem ganhando cada vez mais adeptos, com uma nova geração de compradores demonstrado maior preocupação e interesse em relação a origem das suas roupas.
Combate ao trabalho escravo
Uma das grandes vantagens da blockchain é a sua grande capacidade de armazenamento de informações, de forma imutável.
Isso significa, que à medida que a tecnologia se torne mais popular, ela vai influenciar profundamente a forma como consumidos; já que será possível rastrear desde a matéria prima do produto, passando pelo local e processo de fabricação, até o momento de compra pelo usuário.
Ao exibir tais informações, o consumidor consegue ter uma ideia mais ampla sobre os complexos meandros e pessoas envolvidas na indústria, adquirindo mais poder sobre suas escolhas.
A tecnologia promove a transparência e a honestidade ao permitir a disseminação de vídeos, fotos, certificados e dados adicionais, que poderão ser facilmente acessados pelos clientes.
O que significa que a revolução proposta pela blockchain fará com que as marcas repensem suas práticas e conscientizará o usuário sobre a compra compulsiva e o descarte desenfreado de produtos no meio ambiente.
Proteção da propriedade intelectual
Como é sabido, o surgimento das novas tecnologias facilitou o acesso à informação, mas também a reprodução das peças, tornando, assim, a cópia uma situação recorrente no setor.
Nesse cenário, a blockchain surge como elemento potencial para melhorar a proteção da propriedade intelectual para designers e proprietários de marcas.
Ao permitir o rastreamento dos produtos através da rede distribuída, sua autenticidade pode ser facilmente verificada pelos criadores, varejistas e consumidores. O que reduz a falsificação e a fraude, mesmo se os produtos forem revendidos.
E a indústria da moda já está começando a testar as possibilidades da tecnologia.
De acordo com o portal The Fashion Law, em 2017 a designer de Londres Martine Jarlgaard, em parceria com a empresa de blockchain Porvenance, produziu as primeiras peças com “etiquetas inteligentes”.
Ao escanear o elemento, o consumidor tinha acesso a cada passo do processo de produção, desde a matéria-prima até o acabamento final, com data e hora, além de um mapeamento de localização de cada etapa.
Esse tipo de transparência provavelmente será um ponto de destaque para os consumidores, que cada vez mais querem saber como e onde suas roupas são feitas.
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