Como a Integração da tecnologia Blockchain e Realidade Aumentada pode moldar o Mundo pós-Covid 19

Assim como ocorreu com a tecnologia Blockchain, é provável que demore um pouco para a adoção em massa da Realidade Aumentada (RA). Ambas as tecnologias representam inovações significativas. Enquanto a tecnologia Blockchain apresenta o potencial de facilitar a troca segura de bens e serviços por meio digital e sem a necessidade de um intermediário, a Realidade Aumentada é conhecida por fornecer recursos de visualização futurísticos e exclusivos.

Isso, então, levanta a questão: como Blockchain e Realidade Aumentada podem se combinar para uma adoção em massa de ambas as tecnologias?

O que é Blockchain?

Embora hoje a maioria das pessoas tenha uma boa ideia do que se trata a tecnologia de Blockchain, uma percepção comum é a de que seus recursos são limitados a Bitcoin e outras criptomoedas. Contudo, na realidade, o Blockchain é muito mais do que uma tecnologia que suporta criptomoedas. Ela representa um banco de dados ponto a ponto, que é independente de controle centralizado e de intermediários.

Como o Blockchain funciona

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que antes da invenção da tecnologia blockchain não era possível proteger e validar de maneira irrestrita a propriedade de bens digitais, assim como não era possível verificar um negócio sem a necessidade de confiança em terceiros.

O que eu quero dizer com isso? Vamos usar como exemplo o uso de um certificado digital de software para o Microsoft Outlook. Para desfrutar da utilização desta ferramenta, uma verificação deve ser feita por um servidor central controlado pela empresa-mãe (Microsoft). Nesse cenário, a Microsoft pode decidir rejeitar ou limitar o acesso ao software ou até mesmo entregar a autorização a outro usuário, se assim o desejar. A empresa deste exemplo, a Microsoft, é um fornecedor confiável, contudo o perigo de conduta ilegal aumenta significativamente quando uma entidade não confiável entra em cena.

Vamos considerar agora uma situação em que uma pessoa deseja transferir a posse de uma propriedade valiosa, como uma quantidade significativa de ações de uma empresa ou uma obra exótica e preciosa de arte digital. Nesse cenário, a transferência da propriedade das ações ou da obra exigiria muita documentação, um advogado, bem como uma agência centralizada de confiança, como a Bolsa de Valores de Londres.

Na ausência de uma forma compartilhada de autenticar a transferência de uma propriedade para um indivíduo ou empresa, não existe um mecanismo de execução da posse ou originalidade. Com base nesses exemplos da vida real fica evidente que o Blockchain representa o primeiro passo tecnológico que tornou possível a entrega de direitos digitais de forma descentralizada, sem a necessidade de uma interação baseada em confiança.

O que é Realidade Aumentada?

Você se lembra de ‘Pokémon Go?’ O jogo que fez com que pessoas ao redor do mundo esbarrassem contra paredes, topassem com outros pedestres e até mesmo carros, tudo em nome da “captura” de um personagem virtual raro que viam a partir de seus smartphones? Bem, a

Realidade Aumentada (RA) é mais do que esbarrar nas pessoas na rua perseguindo criaturinhas em seu smartphone.

Embora a RA seja comumente entendida como uma tecnologia futurística, a verdade é que um tipo dela já existe há anos. Um exemplo são os monitores de alerta, que forneciam dados sobre altitude, direção e velocidade da aeronave, nos aviões de caça que datam desde a década de 1990. Nos anos seguintes outras inovações possibilitaram que essas telas revelassem objetos no campo de visão para serem marcados como alvos.

Um exemplo mais recente e familiar foi o ​Google Glass em 2013. O ​Google Glass foi um avanço da Realidade Aumentada em tecnologia vestível. O dispositivo permitia que fossem feitas exibições nas lentes do usuário por meio de um pequeno projetor. Além disso, o óculos respondia a comandos de voz e fazia sobreposição de imagens, vídeos, bem como sons na tela. Contudo, é importante destacar que o Google interrompeu o desenvolvimento dessa tecnologia em 2015.

Hoje, os smartphones representam o meio pelo qual a Realidade Aumentada entrou no dia a dia da pessoas. Os jogos de smartphone, como o já mencionado ‘Pokémon Go’, são um exemplo de RA em uso na vida cotidiana. Outro exemplo é o Layar, um aplicativo que usa o GPS e a câmera do seu celular para coletar informações sobre os arredores e exibir informações sobre restaurantes, lojas, entre outros locais potencialmente interessantes na proximidade do usuário.

Para termos uma definição mais acadêmica de RA, primeiramente precisamos entender o conceito de Realidade Virtual. A Realidade Virtual é um ambiente gerado por computador no qual o usuário pode interagir e imergir. Já a Realidade Aumentada não substitui a realidade por um  ambiente gerado por computador. Em vez disso, ele adiciona ambientes gerados por computador à realidade que você normalmente perceberia.

O potencial da integração de Blockchain e Realidade Aumentada para impulsionar a inovação e a adoção

Apresentando conceitos inovadores de monetização

Não há dúvida de que a tecnologia Blockchain tem como foco segurança, descentralização e autonomia. Esses atributos podem ser um grande aliado a pequenas empresas e ao número cada vez maior de freelancers para manter o controle sobre produção e receita.

Você pode estar se perguntando como isso é possível. Imagine um cenário no qual empresas autônomas são apoiadas por um sistema de criptomoeda. É aí que a RA entra em cena. Esta tecnologia permitiria, por exemplo, que as pessoas acessem apresentações ao vivo, como música, teatro, etc., a partir do conforto de suas casas.

Considerando a situação atual em que nos encontramos de pandemia global, RA oferece uma solução inovadora para o planejamento de eventos. E, quando combinada a tecnologia blockchain, os artistas poderia acessar um mercado digital descentralizado e ter total controle sobre o acesso e o preço do conteúdo que produzem. As criptomoedas permitiriam pagamentos ponto a ponto com segurança.

Tomada de decisão segura

Considere uma situação em que você entra em um supermercado para comprar frutas. Quando você pega uma laranja obtém um pop-up que permite ver o preço, o valor nutricional e oferece uma função de digitação. Assim você pode selecionar seus produtos, obtendo todas as informações que deseja e fazer o check-out automático sem precisar de ajuda de um atendente da loja.

Seguindo esse conceito, a Amazon está considerando a introdução de showrooms baseados em RA, onde clientes podem encontrar o produto que desejam, por exemplo, um aparelho de TV, e projetá-lo em sua sala de estar para ver como ele ficaria.

Se adicionarmos Blockchain a essa equação os consumidores terão um sistema de transação de pagamento online que garante a segurança das informações financeiras do usuário. Além disso, o blockchain elimina o problema da falsificação, pois garantiria que os consumidores comprariam o produto exato que viram na interface AR.

Moldando um Novo Mundo

A integração da Realidade Aumentada com a tecnologia Blockchain tem o potencial de transformar economias offline, introduzir economias virtuais e reconfigurar partes específicas da vida diária das pessoas, como trabalho, compras e lazer. O desenvolvimento da RA está focado em alcançar um nível aprimorado de interconectividade entre os ecossistemas offline e digital. De uma perspectiva comercial, há na combinação de RA com tecnologia de Blockchain e, mais especificamente, as criptomoedas, um potencial para maior autonomia do consumidor e oportunidades de crescimento de negócios.

Concluindo, é importante destacar que tanto a tecnologia Blockchain quanto RA exigem a superação de vários desafios de escalabilidade e aplicabilidade antes de ganhar reconhecimento e adoção mainstream. No entanto, o motivo pelo qual esse tipo de desenvolvimento é empolgante que, se for aplicado com sucesso, criará um mundo digitalmente interconectado que oferece oportunidades ilimitadas.


Sobre o autor

Fares Alkudmani é formado em Administração pela Universidade Tishreen, na Síria, com MBA pela Edinburgh Business School, da Escócia. Desde janeiro de 2019, atua na empresa de criptomoedas Changelly como gerente-geral para a América Latina

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