Com novo fundo de ether, criptoativos têm cinco ETFs e lideram setor na B3
O mercado de criptoativos definitivamente invadiu a B3. Com o anúncio, nesta terça-feira, 10, da abertura do período de reservas para o ETHE11 – o fundo de índice 100% Ethereum da Hashdex, que será listado no próximo dia 18 – a bolsa de valores brasileira chega a cinco ETFs focados em ativos digitais disponíveis para investidores do país. É o segmento com mais representantes no mercado nacional de ETFs.
Além do novo fundo, que vai investir apenas em ether, a criptomoeda da rede Ethereum, estão listados na B3 outros quatro ETFs focados no setor: o QETH11, que também investe em ether; o QBTC11 e o BITH11, que investem em bitcoin; e o HASH11, primeiro ETF cripto do país, que investe em uma cesta de ativos digitais. Todos os ETFs de criptoativos listados na B3 são da Hashdex ou da QR Asset Management.
O mercado cripto é o setor com mais representantes entre os ETFs listados na bolsa brasileira, com cinco dos 44 ETFs disponíveis no Brasil. O Índice Bovespa (Ibovespa) é alvo de oito deles, mas o índice não é focado num único setor e conta com empresas de diferentes indústrias. Outros ETFs comuns na B3 estão relacionados ao Índice S&P 500, que reúne as maiores empresas dos EUA. Além deles, a B3 também conta com ETFs focados em ouro, ações de empresas small caps, ações de empresas ligadas a ESG, entre vários outros segmentos.
“A B3 está atenta para viabilizar as demandas do mercado e proporcionar mais diversificação aos investidores. Os ETFs de ativos digitais abrem essa nova possibilidade aos investidores aqui no Brasil”, disse Rogerio Santana, diretor de Relacionamento da B3, no lançamento do QETH11, na semana passada.
Investidores mostram interesse por criptoativos
O interesse dos investidores brasileiros por ETFs de criptoativos justifica o grande número de ofertas. Uma semana após o seu lançamento, o HASH11 atingiu a marca de 1 bilhão de reais captados, o que já colocava o fundo de índice como o terceiro maior da B3 por patrimônio líquido. Atualmente, o patrimônio líquido do HASH11 é de 2,16 bilhões de reais.
No final de junho, segundo dados da B3, o HASH11 se tornou o segundo maior ETF da bolsa brasileira em número de investidores, com 131.730, número equivalente a 30% do total de 442 mil investidores de ETFs no país. O único ETF maior era o IVVB11, que replica o S&P 500 e tinha 156.104 investidores quando o último boletim foi publicado. A terceira posição era do BOVA11, que replica o Ibovespa e tinha 112.028 investidores. Os dados de julho ainda não foram divulgados.
Os ETFs são fundos de investimento negociados em bolsa, como ações, e que buscam replicar a carteira de algum índice de mercado. São uma maneira simples de investir em um conjunto de ativos e apresentam taxas reduzidas de administração e performance.
No caso do mercado de criptoativos, ganham ainda mais relevância porque resolvem as dificuldades relacionadas à custódia dos ativos digitais, especialmente para novos investidores, que não precisam se preocupar em abrir contas em corretoras especializadas e nem em armazenar os criptoativos por conta própria. Além disso, ETFs negociados na B3 possuem muito mais regras de órgãos como a CVM do que as corretoras de criptoativos, o que pode fazer desse tipo de produto uma opção mais segura também do ponto de vista da regulação.
O mercado de ETFs ainda é relativamente pequeno no Brasil. Enquanto o país contabiliza 44 ETFs listados, que juntos acumulam 47 bilhões de reais em ativos, nos EUA, principal mercado para este tipo de produto, são mais de 2.200 ETFs em negociação, que somam mais de 5,5 trilhões de dólares (28,7 trilhões de reais) em patrimônio.
Os EUA, entretanto, não tem nenhum ETF ligado ao mercado de criptoativos disponível para os investidores. Vários aguardam aprovação do órgão regulador americano, a SEC, e essa liberação é aguardada ansiosamente por participantes da indústria, que acreditam que o mercado de ETFs pode alavancar a adoção dos criptoativos pelos investidores do país.