Clientes da Unick não são vítimas, diz Justiça

A Unick Forex, maior pirâmide financeira com criptomoedas que o Brasil já viu chegou ao fim, a empresa que prometia dobrar capital em até 6 meses está sendo julgada em diferentes esferas brasileiras. No caso dos clientes que investiram na Unick, a justiça brasileira acredita que elas não são considerados vítimas.

Isso porque a justiça apura que a vítima da Unick na verdade é o sistema financeiro nacional, segundo informações repassadas por um advogado que acompanha o caso. Jean Carbonera é responsável por um grupo que vai mover um processo contra a Indeal e a Unick Forex.

Já seriam mais de 15 mil clientes interessados nesta causa, afirmou Carbonera ao Livecoins. Mais de 500 milhões de reais teriam sido roubados por ambos os golpes, encerrados pela Polícia Federal em 2019.

Enquanto a Unick Forex foi encerrada em outubro de 2019 pela operação Lamanai, a Indeal caiu em maio do mesmo ano com a operação Egypto. Os principais líderes de ambas as empresas foram presos pela PF nas operações.

Clientes da Unick não são considerados vítimas, apenas o Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O processo contra a Unick Forex, investigada pelo Ministério Público Federal, não apura crimes contra os investidores da empresa. Os crimes citados são apenas contra o Sistema Financeiro Nacional (SFN).

O SFN é composto por várias instituições como, por exemplo, o BACEN e a CVM. Estes são parte do Conselho Monetário Nacional (CMN), vinculado ao Sistema Financeiro.

Procurador nega pedido de clientes

As informações foram compartilhadas pela diretoria da ASSIC nos últimos dias, que conversa com 15 mil lesados pela Indeal e Unick. Os golpes aconteceram na mesma região do país, com sedes próximas em Hamburgo, no Rio Grande do Sul.

Tais informações foram obtidas ao analisar outro processo que corria na justiça, por uma associação que buscava reaver a quantia dos investidores.

Em petição protocolada no dia 13/01, o Procurador negou o pedido e afirmou que os clientes da empresa não são considerados pela justiça como vítimas dos crimes, pois as acusações se referem a crimes contra o sistema financeiro – ou seja, apenas o sistema financeiro nacional é vítima direta das ações consideradas ilegais.

Associação irá fazer uma assembleia em fevereiro, intenção é reaver investimentos o mais rápido possível

De acordo com Jean Carbonera, advogado responsável pela ASSIC, a intenção da associação é reaver os investimentos dos clientes. Caso esperem pelo fim do processo, os clientes poderão conseguir apenas uma quantia percentual do investimento, ou mesmo não reaver nada.

Com isso, a ASSIC que reúne e conversa com investidores de ambas as empresas está de olho no caso que corre na justiça. A intenção é ingressar com uma ação coletiva para buscar o ressarcimento dos clientes.

A ASSIC ainda não ingressou com ação coletiva para cobrança de valores. Estamos organizando os cadastros e a documentação dos clientes para que isso seja feito. Temos em torno de 15.000 clientes interessados.

Os clientes que procuram a ASSIC já deixaram claro as altas cifras que são devidas pela Unick. De acordo com Jean, “os valores certamente passam de R$ 500 milhões“.

O advogado ainda comentou os novos rumores de uma possível delação premiada que pode estar sendo feita por um líder da Unick. Para Jean, o que for dito que ajude os clientes a reaver seu investimento será importante.

Isso depende do que for delatado. Aos clientes interessa o ressarcimento. O que colaborar com isso é bem-vindo.

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