Chiliz (CHZ) já subiu 64% e 17 analistas avaliam se esta valorização pode ser ainda maior com a Copa do Mundo do Catar
17 analistas ouvidos pelo Cointelegraph apontam para onde vai o preço do Chiliz (CHZ) com a proximidade da Copa do Mundo do Qatar. Criptomoeda já subiu 64% e mais de 100% em seu valor em BTC
Enquanto o Bitcoin (BTC) a maior criptomoeda do mercado registra uma baixa de 35% nos últimos 90 dias a Chiliz (CHZ) criptoativos voltado ao mercado de fan tokens já subiu mais de 64% impulsionado, segundo analistas, pela proximidade da Copa do Mundo Fifa Qatar 2022 e pelo desempenho que as seleções podem ter no torneio.
O Chiliz é um token Ethereum que alimenta a Socios.com, uma plataforma que permite aos usuários negociar tokens para demonstrar apoio a times esportivos profissionais. Os tokens da Socios.com, chamados Fan Tokens, qualificam os usuários a recompensas e promoções e também podem ser usados para influenciar decisões dos times por votação popular na blockchain Chiliz.
Por isso, analistas apontam que a proximidade da Copa do Mundo pode favorecer o valor do criptoativo mesmo em um mercado de baixa para as criptomoedas. No entanto, a Copa do Mundo só vai acontecer em novembro e, até lá, ainda há muitos acontecimentos que podem impactar o mercado de criptoativos e, elevar ou derrubar o preço do CHZ.
Para entender como o maior evento esportivo do mundo pode impactar o preço do CHZ, que já subiu mais de 100% quando comparado ao seu valor em Bitcoin, o Cointelegraph conversou com 17 especialistas, muitos deles que inclusive acertaram em cheio o movimento de preço do Bitcoin em agosto. Confira.
Uniera
Caio Villa, fundador da Uniera, aponta que é importante ficar atento e não acreditar que o token pode valorizar apenas por conta da Copa do Mundo. Segundo ele, há outras coisas mais importantes no mercado para serem observadas até o final do ano, como o The Merge no Ethereum.
“Em outubro tem outras coisas que vão acontecer, novas parachains da Polkadot indo ao ar. Eu acho que tem vários mercados que podem dar uma alavancada no final do ano, mas antes disso ainda tem muita incerteza por questões do cenário macroeconômico como um todo”, disse.
Gate.io
Dion Guillaume, Diretor de Relações Públicas e Comunicação na Gate.io aponta que a Copa pode ser um catalisador para fan tokens mas também pode afetar o mercado negativamente.
“A Copa do Mundo traz definitivamente muitas oportunidades para os fãs tokens, porém as equipes terão que adotar uma abordagem delicada e considerar o valor que tais tokens trariam tanto para as equipes quanto para seus torcedores. Uma vez que a poeira assentar quando terminar a Copa, o interesse pode desaparecer e se não tiverem uma sólida estratégia de longo prazo, estes tokens podem vacilar, prejudicando suas marcas no processo.”
QR Asset Management
Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management, acredita que a proximidade da Copa esteja dando um impulso aos fãs tokens, mas ele não acha que seja o último suspiro do mercado antes do fim do ano. Ainda há alguns eventos macro afetando o mercado como um todo, como o FED e a política monetária americana.
“Se o mercado continuar subindo, acredito que a proximidade da copa chame, sim atenção para fã tokens que são negociados na rede da Chiliz, o que consequentemente, vai acabar valorizando o token utilitário da rede. Só não sei até quando isso se manteria. Tem um dizer comum no mercado que é “compra no boato e realiza no fato”, então acho que quando chegarmos muito perto da copa pode se perder o potencial de valorização.”, disse.
Mercado Bitcoin
Bruno Milanello, Executivo de Novos Negócios do Mercado Bitcoin, destaca qualquer evento que envolva um dos times, clubes, ligas, afiliações e, em última análise, um evento ou esporte que tenha diversas instituições que possuam fan tokens, pode ser um catalisador para mudança de preço. Mas é uma questão altamente especulativa.
“Qualquer previsão nesse sentido é irresponsável. Eventos da magnitude de uma Copa do Mundo podem ter diversos efeitos positivos, negativos ou absolutamente nenhum efeito, porque as fan tokens não foram criadas com o propósito do retorno, muito embora ele possa ocorrer. Foram criados para engajamento. O desempenho esportivo e/ou financeiro de um determinado atleta, time, clube ou liga não tem nenhum efeito sobre os preços”, afirma.
Já sobre a CHZ, ele aponta que uma possível valorização pode ocorrer com uma melhora do mercado de forma geral ou com a evolução específica do ecossistema criado por eles.
Coinext
José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, afirmou que o aumento de 64% do CHZ se deve, principalmente, à volta do futebol europeu e à proximidade da copa do mundo.
Segundo ele, com relação à volta dos campeonatos europeus, muitos clubes da Europa estão associando experiências aos seus tokens, inclusive, disponibilizando o acesso às plataformas para assistir jogos e consumir conteúdo. Dessa forma, como os campeonatos voltaram em agosto, o token valorizou de acordo com a demanda.
“Outra informação relevante foi a compra de uma parte do Barça Studios, feita pela Socios.com. Por US$ 100 milhões, a empresa comprou 24.5% do centro de criação e distribuição de conteúdo digital do clube, um dos maiores do mundo e mais importante no quesito digital. Além disso, ainda há rumores sobre a saída do CHZ da rede Ethereum. Nas últimas semanas, o fundador da Chiliz, Alexandre Dreyfus, falou que há um projeto de criação de uma rede própria, CHZ 2.0”, destacou.
Ribeiro também destaca que há um cenário positivo pra CHZ e o preço deve se manter valorizado, pelo menos até a copa do mundo.
“Considerando que o potencial de consumo por trás do esporte e a tendência do consumo de experiências cada vez maior, a tokenização dessas experiências é algo possível com CHZ. Ir ao treino do time, escolher a faixa de capitão, a cor do uniforme ou mesmo trocar por fundos de tela já são utilidades interessantes que antes não eram aproveitadas”, finaliza.
Quantzed Criptos
Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, afirma que os fan tokens vêm liderando os rankings de maiores movimentações do mercado cripto e possuem uma proposta bem clara: serem instrumentos de governança para times e instituições ligadas ao futebol.
“Porém, devemos entender de onde vem toda a liquidez que faz com que esses criptoativos tão voláteis performem melhor que as opções mais robustas como BTC e ETH. Fan tokens vêm performando bem acima do benchmark, mas algo chama a atenção: esses criptoativos movimentam muito mais dinheiro do que valem. O token $SANTOS por exemplo apresentou em certos períodos na Binance um volume de $250M USD em 24h, 5x maior que sua capitalização de mercado”, afirmou.
Segundo ele, indícios como esse nos dizem que o mercado como um todo enxerga esses tokens simplesmente como instrumentos especulativos: pumpados artificialmente por market makers, apresentam altas que atraem a liquidez dos traders inexperientes de varejo que provêm liquidez para os big players que montaram suas posições pré-pump.
“E como os tokens não têm maneiras de transmitir valor de fato para o holder, as altas não se mantêm e derretem em pouco tempo”, afirmou.
Ele também destaca que enquanto as instituições por trás dos fantokens não encontrarem uma maneira mais tangível de transmitir valor para esses criptoativos (seja através de distribuição de parte da receita adquirida pelo time/instituição, incentivos mais palpáveis e afins), eles não passarão de veículos especulativos.
“Usados por traders e market makers profissionais para drenar liquidez dos investidores amadores de varejo que se vislumbram com as grandes valorizações artificiais e buscam oportunidades de fazer dinheiro fácil”, destaca.
Coin Cloud Brasil
Isabela Rossa, country manager da Coin Cloud Brasil, também destaca que fan tokens foram criados para aprimorar a experiência de ser um fã e que esse recurso permite a primeira oportunidade de unir torcedores globais no engajamento de seus times e participem de diversas formas que nunca foram expostas antes.
“O recente aumento de tokens de torcedores e chz deve-se a vários fatores diferentes, temos a temporada de futebol começando, mais parcerias em vigor; Barcelona FC entrando, mais credibilidade global e aceitação de fan token e especulação CHZ 2.0 de fusão do ethereum. Em teoria, o mercado de fan tokens está quente, mas na minha opinião não está relacionado à Copa do Mundo, ainda”, afirma.
Segundo ela, a Copa do Mundo aumentará a exposição e permitirá que as pessoas inseguras de entrar em um investimento em criptomoedas sejam mais otimistas sobre os fan tokens devido à recompensa que recebem por possuir um token.
“Será interessante outros times nacionais entrarem nessa jogada de fan tokens e assistir o impacto que terá pré copa em valorização do token”, destaca.
CleanSpark
Bernardo Schucman, vice-presidente sênior da divisão de moedas digitais da CleanSpark, afirma que a chegada da copa do mundo com certeza é um gatilho impulsionador para o desenvolvimento e criação de casos de uso para os fantokens.
“Acredito no desenvolvimento do mercado de fantokens de maneira orgânica uma vez que esses tokens com características de transparência e rastreabilidade são uma demanda antiga dos mercados esportivos e do showbizz e agora é possível devido à evolução de algumas novas arquiteturas e o conhecimento das possibilidades trazidas pelo blockchain ,de uma lado, para seus desenvolvedores e do outro para os empreendedores”, disse.
FMI Minecraft Management
Já Mario Palombini, Business Development Europe da FMI Minecraft Management, afirma que com a Copa do Mundo batendo a porta, é provável que exista um fluxo de novos entrantes em fan tokens e no próprio CHZ.
“Tudo que orbita ao redor do futebol estará em alta e com os tokens não deve ser diferente. Resta saber se o volume continua ou termina após o juiz apontar o centro de campo na última partida. Como dizia um narrador brasileiro, “Olho no lance!””, afirmou.
Wiboo
Vagner Sobrinho, co-fundador da Wiboo, disse que acredita que a Copa do Mundo possa exercer sim uma certa influência na valorização, mas ele crê que pequena sendo apenas reflexo da magnitude do evento.
“Se esta relação fosse válida, os campeonatos estaduais e/ou nacionais fariam proporcionalmente (em uma escala bem menor) a mesma influência. E já percebemos que a valorização dos fan tokens está mais ligada a grandes promessas e contratações do que a desempenhos dos clubes”, afirma.
Nesse sentido, ele destaca que a valorização de fantokens deveria estar mais associada às experiências que estes proporcionam com o clube e seus jogadores do que com campeonatos.
“Não que ambos não possam e exerçam influência, mas creio que um campeonato como a Copa do Mundo dê mais foco para as Seleções do que para os clubes detentores dos tokens”, disse.
Ribus
Daniel Carius, COO da Ribus, destacou que a Copa do Mundo é sim uma boa oportunidade para os fan tokens e o CHZ, sendo a maior do setor, vai ter segundo ele, uma valorização porque os olhos do mundo estarão voltados para a Copa do Mundo.
“O grande problema dos fan tokens é que eles não desbloqueiam alguma usabilidade real para os seus detentores. Diversos projetos tiveram depois, com NFTs, o desbloqueio de diversas experiências para os detentores. A proposta da CHZ era de que você conseguisse comprar os fan tokens apenas com o Chiliz, mas depois, com o avançar do tempo, os próprios tokens dos times começaram a ser comercializados em outras corretoras, perdendo então a usabilidade do Chiliz”, afirma.
Porém, segundo ele, esse primeiro momento com a Copa do Mundo acontecendo, os olhos se voltarão aos fan tokens, o que vai possibilitar uma valorização da categoria como um todo.
“Mas não acredito que enquanto o projeto de fan tokens como a Chiliz e outros, não destravarem alguma experiência e usabilidade real para o detentor, eles não terão uma valorização a longo prazo, ou seja, não vai ser algo sustentável. Pode ser algo meramente especulativo, tendo em vista que esses fan tokens não desbloqueiam nenhum tipo de experiência possível a seu detentor. Aqui no Brasil, esse projeto não viu muito devido ao sócio torcedor que desbloqueia muito mais experiência do que um fan token do time”, destacou.
Kate BlockChain
Já Carlos Bevilacqua, CTO e fundador da Kate BlockChain, afirma que os clubes caíram em uma numa zona de grande conforto, em que eles lançaram os fantokens e não deram continuidade depois na divulgação, no marketing, simplesmente lançaram.
“Não há um investimento de marketing, de agregar aos sócios, divulgar e agregar novos valores, entender o que realmente os sócios e os compradores querem. Ainda é muito cedo para a gente afirmar isso, enquanto não sentirmos no mercado e nos clubes a vontade maior de investir nos fantokens”, afirma.
Sp4ce
Helo Passos, CEO da Sp4ce, também destaca a compra de 24.5% da Barça Studios, que é a produtora própria de conteúdo audiovisual do Barcelona. Neste mesmo dia o token CHZ chegou a valorizar 22% e o token BAR 14% (antes dessa alta, o token CHZ já tinha subido cerca de 50% que foi a subida junto com todo o mercado de Criptomoedas).
“Além disso, no dia 5 de agosto os clubes de futebol espanhóis FC Barcelona e Real Madrid CF entraram com um pedido conjunto de marca registrada para criptomoeda e metaverso, este pedido abrange jogos de realidade virtual, roupas virtuais, calçados e chapelaria, software de gerenciamento de transações blockchain para download, software de carteira eletrônica e entre outras coisas”, afirma.
Ainda segundo ela, outro acontecimento que contribuiu para uma subida mais forte no CHZ foi que, com esses acontecimentos empurrando o preço do token para cima, ele chegou a romper fortes resistências na região de $0.136 dólares (no dia 01 de Agosto) e também na região dos $0.181 dólares por unidade. Para trades esse rompimento é uma ótima oportunidade de compra.
No entanto, ela destaca que os acontecimentos macroeconômicos e o The Merge no Ethereum são muito mais importantes para definir a tendência de preço do que a Copa do Mundo.
“Caso aconteça algo de errado com o The Merge tudo vai despencar. Outra coisa que temos que ficar de olho é no movimento econômico dos EUA e China, sem falar nas guerras. Caso aconteça algo que venha fazer a economia colapsar, a chance de ver o CHZ, junto com seus fan tokens, desabando com o resto do mercado é muito alta, como aconteceu do final de Março até quase a metade de Maio”, finalizou.
Yaak Studio
Thiago Gouvea, especialista em NFTs, Cripto Ativos e metaverso destaca que o forte movimento ascendente do token Chiliz mostra o quão comunidades engajadas e unidas por uma paixão podem alavancar projetos cripto.Segundo ele é necessário estar atento aos movimentos naturais de correção e movimentos descendentes.
“Não é um determinante, mas justamente por se tratar de um projeto relacionado ao futebol, a proximidade da Copa do Mundo é um fator otimista para o crescimento da moeda nas próximas semanas”, afirmou.
TC Cripto
Jorge Souto, Co-head do TC Cripto afirma que de fato, o CHZ tem se beneficiado da volta das ligas europeias e proximidade da Copa do Mundo. O movimento é basicamente especulativo, dado que os tokens não têm mecanismo de captura de valor direto.
“CHZ deve manter um movimento melhor em relação ao mercado, mas, caso o mercado venha a piorar muito, não deve se salvar. Me parece que ainda tem espaço para ir em US$ 0,30 ou um pouco acima, mas o rally tem data de validade. Acima de US$ 0,30, começaria a olhar posições short”, afirmou.
Titanium Asset
Ayron Ferreira chefe da Titanium Asset, afirma que a Copa do Mundo pode sim influenciar na valorização dos fã tokens.
“Na nossa visão, os fã tokens são inovações interessantes e que fazem muito sentido para a era digital na qual vivemos. O que é interessante também de se observar é o aumento do interesse por este assunto, o que demonstra que a tokenização de ativos tende a ser um tema muito forte para os próximos anos. É uma inovação tecnológica que tende a avançar muito ainda, em termos de adoção e regulação”, destacou.
Ferreira aponta que tokenizar ativos, significa que você cria uma versão digital de um ativo real e permite com que ele seja negociado pela internet, seja um imóvel, um time de futebol, um jogador, entre outros.
“As possibilidades são muitas. Um fã token dá o direito ao torcedor o acesso a experiências exclusivas com um time ou seleção de futebol. Este driver pode influenciar no movimento de preço dos fã tokens, porém, o cenário macro é o que deve dar o tom nos próximos meses e neste momento a expectativa para os ativos de risco, incluindo os criptoativos e os fã tokens não tem sido positiva”, afirmou.
IDG NFT
Sylmara Multini, CEO da IDG NFT, acredita que com a chegada da Copa do Mundo no Catar, em novembro, todos os assuntos que giram em torno da competição vão ganhar notoriedade, inclusive os fantokens.
“No entanto, vale destacar que sem um propósito, os tokens não tem nenhum valor. As empresas devem mostrar para os fãs a utilidade de possuir um token, assim como o dinamismo de fazer parte de uma comunidade, experiências reais que os tokens abrem para elas, e o network de novos negócios que um proprietário de um token pode explorar, seja para revenda, seja para colecionar, seja utilizar como pilar de uma construção de sua própria rede de engajamentos”, disse.
Ainda segundo ela, os NFTs, se explorados apenas como investimento a curto prazo, estão fadados ao insucesso.
“Pois neste curto prazo não se constrói a sua utilidade, sua presença na comunidade digital e nem a experiência física que este ativo pode gerar”, finalizou.
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