Chifre de rinoceronte é vendido em formato NFT na África do Sul
Uma réplica digital de um chifre de rinoceronte, item mais desejado por caçadores do animal, foi leiloado no formato de NFT.
Charl Jacobs, da Cidade do Cabo, na África do Sul, foi o grande vencedor do leilão após pagar 105.000 rands (mais de R$ 53 mil pela cotação atual) pelo token não fungível (NFT). Segundo o empresário, o ativo será guardado e caso se valorize, será usado para compor um fundo de pensão para os seus filhos.
Uma possível valorização da obra poderia ocorrer pelo fato dos chifres serem um dos objetos mais buscados por colecionadores e caçadores de animais. A alta demanda tem inclusive causado a ameaça de extinção das espécies de rinocerontes existentes.
“Na pior das hipóteses, se os rinocerontes entrarem em extinção, eu ainda teria um chifre de rinoceronte, porque o NFT é um símbolo do chifre de rinoceronte físico”, disse ele à AFP.
NFT ajudando a preservação dos animais
Além de poupar que mais um animal seja morto para que o chifre seja coletado, todo o dinheiro angariado no leilão do NFT foi destinado para a Black Rock Rhino, reserva ambiental que atua como lar de mais de 200 rinocerontes.
Conforme destacado pelo conservacionista Derek Lewitton, o lugar atua como um dos principais ambientes de preservação da espécie, conseguindo dobrar sua população de rinocerontes a cada quatro anos. No entanto, esse processo “custa uma fortuna”, e a venda do NFT seria “uma forma de nos ajudar a financiar isso”.
Casos como esse mostram que tokens não fungíveis podem ajudar em causas ambientais e ecológicas, mesmo com os debates do impacto prejudicial que a produção desses ativos pode ter no meio ambiente.
Recentemente, o grupo de k-pop BTS foi alvo de criticas por parte de seus fãs ao anunciar uma nova coleção de obras em NFT. Seguidores do grupo chegaram a afirmar que a decisão de entrar neste meio seria “hipócrita”, pelo fato da banda apoiar causas ambientais.
Além disso, cada vez mais iniciativas envolvendo este segmento têm buscado alternativas para reduzir ou compensar o impacto causado no meio ambienta.
No Brasil, a startup MOSS lançou um NFT que compensa pegada de carbono, enquanto o youtuber Felipe Neto criou uma coleção de tokens na blockchain Hathor, que possui um mecanismo de consenso com baixo impacto ambiental.
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