Chefe de criptomoedas da Visa analisa os desafios das moedas digitais de Bancos Centrais
O chefe do setor de criptomoedas da Visa, Cuy Sheffield, publicou uma série de tuítes sobre o que os bancos centrais esperam dos consumidores com a proposta de valor de uma Moeda Digital do Banco Central (CBDC). Segundo ele, uma CBDC é análoga ao dinheiro digital.
A emissão desse tipo de moeda visa substituir o papel-moeda, que cai em desuso com o passar do tempo. Na China, por exemplo, um renminbi digital (e-RMB) já está em fase de testes.
Sheffield acredita que existam duas abordagens diferentes que podem ser adotadas para uma CBDC: como dinheiro e como uma infraestrutura de pagamentos — mais precisamente para bancos e fintechs.
“O CBDC é análogo ao ‘dinheiro digital’ como um passivo direto de um banco central que os consumidores e as empresas podem ter hoje de forma semelhante ao dinheiro físico, em oposição a um depósito digital’ que é um passivo de um banco comercial”, descreveu Sheffield.
Ele diz que o dinheiro físico é um produto de consumo bem-sucedido que os bancos centrais oferecem e amplamente entendido como a representação física do dinheiro que fornece confiança.
No entanto, argumentou, são esses recursos tangíveis que ressoam com a maioria dos consumidores e empresas, e não com a natureza do passivo emitido pelos bancos.
Isso porque ele acredita que muitos consumidores sabem que o dinheiro vem do de um banco, mas sem entenderem a diferença entre um banco central e um banco comercial .
“Quando vão a um caixa eletrônico para sacar dinheiro estão convertendo uma promessa do seu banco que também converte a promessa de uma banco central”, explicou.
Depósitos via CBDC
Portanto, disse, “se um banco central emite ‘dinheiro digital’, como eles explicam aos consumidores comuns como o CBDC é diferente dos depósitos digitais que eles possuem hoje em bancos comerciais?”.
Desta forma, argumenta Sheffield, seria difícil de explicar se o CBDC for projetado de uma maneira que não permita que um consumidor faça algo diferente do que faria com um aplicativo de pagamento móvel, por exemplo, conectado aos depósitos digitais já existentes no banco.
“Se um banco central deseja que os consumidores distingam ‘dinheiro digital’ de ‘depósitos digitais’, o CBDC pode precisar de recursos exclusivos depósitos que não possuem”.
A outra opção, apontou Sheffield, seria apenas dizer que os consumidores não precisarão saber a diferença entre um e outro, assim como não entendem o caminho que faz um pagamento via FedNow e via TCH (The Clearing House), por exemplo.
“O CBDC poderia ser apenas uma infraestrutura onde as fintechs construam carteiras digitais, permitindo que consumidores e empresas mantenham e transacionem um passivo do banco central dentro e fora do país emissor”, argumentou.
Conforme explicou, desta forma os consumidores poderiam adotar o meio de pagamento de acordo com a característica da carteira. Isso porque o banco central distribui o CBDC por meio de bancos do setor privado ou carteiras digitais.
Carteira CBDC teria que ser popular
Por fim, Sheffield disse que se um banco central decidir oferecer uma carteira digital diretamente aos consumidores, por padrão, o CBDC e o banco central terão que se tornar uma marca popular.
“Mas é improvável que essa abordagem seja levada a sério pela maioria dos grandes bancos centrais devido a desafios operacionais”, concluiu.
China saiu na frente
No ano passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a adoção de criptomoedas por bancos centrais seria apenas uma questão de tempo. Vários países já têm estudado o assunto; a China, por exemplo, saiu na frente.
“Esse pequeno passo pode ser o bater de asas da borboleta capaz de influenciar o curso natural das coisas e provocar um furacão do outro lado do mundo”, disse o especialista em tecnologia Ronaldo Lemos no início do mês em reportagem sobre a moeda digital chinesa.
Apesar de observar que a novidade, “a primeira criptomoeda governamental” está em fase de testes em plena crise do Covid-19, ele explicou as facilidades do uso da ‘nova moeda’ e como ela pode competir com o dólar e até mesmo com o Swift, o sistema que integra bancos de diversos países.
Considerando que na China a maioria dos pagamentos já ocorre de modo digital, Ronaldo acredita o e-RMB será de uso total.
“Tudo se paga pelo celular”, disse.
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