CEO do Figma vende NFT mais caro da história: um desenho de 24 pixels e R$40 milhões

Dylan Field, CEO do Figma, um dos softwares de design mais populares do mundo, é um antigo entusiasta dos NFTs. Ele foi um dos primeiros investidores do marketplace de tokens de arte em blockchain OpenSea e, na noite da última quarta-feira, 10, se tornou responsável pela maior negociação de um NFT da história — e como vendedor.

Dylan conseguiu vender o seu CryptoPunk #7804 por incríveis 4.200 ETH, o que, no momento em que a negociação foi fechada, era equivalente a 7,57 milhões de dólares — ou mais de 40 milhões de reais.

“Olhando em retrospecto, era inevitável”, disse, no Twitter, parafraseando o tweet de Elon Musk na época em que a Tesla anunciou a compra de bitcoin, e que se tornou meme entre entusiastas das criptomoedas. “Vou sentir sua falta, amigão”, completou, incluindo um vídeo com a cena do filme “E.T.”, na qual o extraterrestre volta para casa.

Apesar de sua simplicidade, os CryptoPunks são as obras de arte digital mais populares do mercado de NFTs. Tratam-se de pequenas imagens de 24×24 pixels com estilo 8-bit, geradas automaticamente por um algoritmo, que mistura diferentes características e acessórios, como cor da pele, óculo, chapéu e outros detalhes, para formar personagens variados.

Ao todo, o algoritmo criado por Matt Hall e John Watkinson em 2017 gerou apenas 10 mil desenhos, alguns com combinações raríssimas — como o Alien vendido por Dylan Field, que só tem nove variações. Outros CryptoPunks raros incluem os 88 zumbis e os 24 primatas no grupo conhecido como “Punks especiais”.

Essas pequenas obras de arte digital, registradas em contratos inteligentes e representadas individualmente por um token em blockchain (a sigla NFT vem de “non-fungible token”, ou “token não-fungível”), são objetos de desejo dos colecionadores de NFT Art e não é raro serem vendidos por alguns milhares — ou às vezes milhões — de dólares.

A venda do CryptoPunk #7804, entretanto, se destaca por um valor muito maior do que outras negociações da mesma coleção. O segundo “Punk” mais caro de todos os tempos é o #6965, um primata de chapéu, que foi negociado em fevereiro a 2 milhões de dólares (cerca de 11 milhões de reais), pouco mais de um quarto do valor obtido por Dylan Field com seu alien fumando cachimbo. Considerando outros tipos de arte em NFT, o recorde de preço pertencia à obra “CROSSROAD”, do Beeple, vendida em 24 de fevereiro por 6,6 milhões de dólares.

Dylan Field, aliás, não foi exatamente surpreendido com a negociação. Além de ter colocado o item à venda, inicialmente, pelo equivalente a 22 milhões de dólares, ele já comentava há meses sobre o potencial de valorização dos CryptoPunks: “Suspeito que a ‘Mona Lisa’ da Era da Criptoarte já foi criada e é um CryptoPunk. A questão é descobrir qual deles”, publicou, no Twitter, em novembro de 2020.

No mesmo dia, ele também falou sobre o desenvolvimento do mercado de NFTs: “Não durma no ponto em relação à criptoarte. Além de vender duas peças por 66 mil dólares, Beeple também vendeu 100 edições de outra obra por 1 dólar cada — e elas já estão sendo negociadas nos mercados secundários entre 2.500 e 4.500 dólares. Esse tipo de empolgação vai começar a levar cada vez mais artistas para o ecossistema do Ethereum”. Desde a mensagem no final do ano passado, o mercado de NFTs explodiu e obras do artista Beeple são vendidas a milhões de dólares.

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