Exchanges centralizadas se tornarão portais de acesso a DeFi, diz CEO da dYdX Foundation

O CEO Charles d’Haussy não vê as exchanges centralizadas como concorrentes da dYdX.

A Fundação dYdX, uma organização sem fins lucrativos independente de finanças descentralizadas (DeFi) fundada para apoiar o protocolo dYdX, lançou recentemente uma rede de teste pública para sua versão mais recente – v4. De acordo com a fundação, isso coloca a dYdX à frente do cronograma para o lançamento iminente da rede principal v4, algo que a fundação afirma representar a descentralização completa da dYdX.

Conforme relatado recentemente pelo Cointelegraph, o lançamento da rede de testes em 5 de julho representou o quarto de cinco marcos que a Fundação dYdX estabeleceu em seu roadmap para a descentralização divulgado no ano passado.

Em sua versão atual, a dYdX ainda é considerada parcialmente centralizada. Embora não assuma a custódia de nenhum ativo dos usuários de sua plataforma, ela ainda usa um livro de ordens centralizado e um sistema de correspondência. A versão mais recente do protocolo, quando for totalmente lançada, supostamente resolverá esse problema.

Atualmente, a dYdX movimenta um pouco mais de US$ 1 bilhão em fundos diariamente e é considerada a maior exchange descentralizada do mundo para contratos perpétuos – títulos sem data de vencimento.

Em uma entrevista concedida ao Cointelegraph na Conferência da Comunidade da Ethereum em Paris, o CEO da Fundação dYdX, Charles d’Haussy, discutiu o movimento em direção à descentralização total e o que isso significaria para os fornecedores serviços centralizados de contratos perpétuos.

“Sinceramente, eles não são os concorrentes do protocolo dYdX”, disse d’Haussy, acrescentando: “Acho que eles fazem bem o seu trabalho. Eles têm apoiado o mercado desde o início. Não devemos nos esquecer de que os perpétuos foram inventados pela BitMex, que é uma entidade centralizada.”

O CEO descreveu o estado atual do setor como transitório, dizendo que ele estava caminhando para uma “disrupção descentralizada.”

No entanto, ele foi rápido em apontar que isso não necessariamente colocava as organizações centralizadas em competição com protocolos DeFi. Em sua opinião, há espaço não apenas para a coexistência de ambos, mas também para oportunidades de colaboração que poderiam beneficiar os usuários de criptomoedas de modo geral.

Ele acrescentou que, seja nos próximos meses ou nos próximos anos, espera que as exchanges centralizadas sirvam como portais de acesso para as exchanges descentralizadas.

“Definitivamente, posso imaginar um mundo em que talvez uma entidade centralizada com KYC [Know Your Customer] e perfis de risco sobre os clientes […] ofereça negociação à vista internamente. Talvez eles ofereçam a seus clientes uma experiência melhor [em comparação] com DeFi, com uma integração e conexão mais simples da exchange centralizada com o ecossistema DeFi.”

O CEO explicou que a situação proposta não seria fora do comum, usando como exemplo a ideia de instituições financeiras bancárias tradicionais multisserviços.

“Se você pensar nos bancos hoje, seu principal negócio baseia-se nos depósitos dos clientes. Mas o banco vende seguros, hipotecas e outras coisas diferentes.”

O padrão em finanças, de acordo com d’Haussy, é começar com um negócio principal, algo que ele chamou de “seu pão com manteiga”, e depois encontrar serviços relevantes para agregar a ele.

Ele chama isso de “positivo para o ecossistema”, desde que permita que as pessoas adotem serviços de criptomoedas de formas que funcionem para elas.

De acordo com d’Haussy, “as pessoas querem consumir coisas de maneiras diferentes. E se for mais fácil para você ou se você se sentir mais confortável com uma entidade que o ajude a gerenciar sua experiência com criptomoedas, e essa entidade lhe der acesso ao ecossistema DeFi, acho isso ótimo.”

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