Bancos centrais não possuem interesses em moeda digital para os consumidores, diz executivo da Visa

As soluções em moeda digital que atingem diretamente os consumidores não serão levadas a sério pelos bancos centrais, de acordo com um executivo da Visa.

As soluções de moeda digital voltadas para o consumidor não serão levadas a sério pelos bancos centrais, de acordo com um executivo da Visa.

O chefe de criptomoeda da Visa, Cuy Sheffield, twittou em 18 de maio que não acredita que os bancos centrais estejam interessados em fornecer uma moeda digital do banco central (CBDC) diretamente aos consumidores, afirmando:

“Se um banco central decidir oferecer uma carteira digital diretamente aos consumidores, por padrão, a CBDC e o banco central terão que se tornar uma marca, mas é improvável que essa abordagem seja levada a sério pela maioria dos grandes bancos centrais devido a desafios operacionais”.

As observações de Sheffield seguem um relatório divulgado pela empresa de blockchain R3, que afirma que nenhum banco central está atualmente trabalhando em uma CBDC que pode ser usado pelos consumidores.

Os dois tipos de CBDC

Sheffield vê duas abordagens para a implementação da CBDC, a primeira sendo uma solução voltada para o consumidor que se assemelha a dinheiro, enquanto a segunda é uma nova infraestrutura de pagamento em tempo real para os bancos.

No caso da solução de dinheiro digital, Sheffield duvidou de como os bancos centrais explicariam a diferença entre as CBDCs e os depósitos digitais nos bancos comerciais para os consumidores. Ele escreveu:

“Isso seria particularmente difícil de explicar se a CBDC for projetada de uma maneira que não permita que um consumidor faça algo diferente do que faria com um aplicativo como o Venmo conectado aos depósitos digitais existentes em seu banco”.

Sheffield explicou que, para tornar a diferença aparente para os consumidores, as CBDCs precisariam ter recursos que os depósitos digitais não possuem, como anonimato limitado e pagamentos offline. Caso contrário, os consumidores não entenderão a diferença entre os antigos sistemas de pagamento e as CBDCs:

“A outra opção é apenas dizer que os consumidores não precisarão saber a diferença entre ‘dinheiro digital’ e ‘depósitos digitais’ da mesma forma que entenderão a diferença entre os caminhos de pagamento FedNow e TCH”.

Na segunda abordagem, na qual uma CBDC serve como uma infraestrutura de pagamentos, Scheffield afirma que o ecossistema monetário serviria de base para as empresas construírem suas carteiras e serviços.

Nesse caso, os consumidores não associariam as funcionalidades ao próprio banco central, mas às empresas cujos serviços de carteira e pagamento usam:

“Os consumidores teriam o relacionamento com a carteira fintech e a adotariam com base na marca e características da carteira, em vez das características e estrutura de responsabilidade do dinheiro subjacente no qual ela é construída”.

Visa está interessada em moedas digitais

A Visa não tem medo de mostrar seu interesse na tecnologia blockchain, criptomoedas e moedas digitais. Em um dos últimos exemplos, a Visa registrou recentemente um pedido de patente para uma moeda digital registrada em uma blockchain no Escritório de Marcas e Patentes dos EUA.

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